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Complexidade e Organizações A organização caórdica: uma alternativa para sobrevivência das empresas Aluno: Marcelo Monteiro de Mello Disciplina: Teoria da Complexidade Professores: Dra. Luiza Beth Nunes Alonso e Dr. Edilson Ferneda Mestrado em Gestão do Conhecimento
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Complexidade e Organizações A organização caórdica: uma alternativa para sobrevivência das empresas Aluno: Marcelo Monteiro de Mello Disciplina: Teoria da Complexidade Professores: Dra. Luiza Beth Nunes Alonso e Dr. Edilson Ferneda Mestrado em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação Universidade Católica de Brasília 2009
Agenda: • Alguns conceitos acerca da Complexidade • As organizações estão em crise • A organização caórdica: uma alternativa para sobrevivência das empresas • Bibliografia
Alguns conceitos acerca da Complexidade: • “A complexidade surge como dificuldade, como incerteza e não como uma clareza e como resposta.” (Edgar Morin) • “A complexidade não é um conceito teórico e sim um fato. Corresponde à multiplicidade, ao entrelaçamento e à contínua interação da infinidade de sistemas e fenômenos que compõem o mundo natural e as sociedades humanas.” (Humberto Mariotti) • “O paradigma da complexidade revela um modo inteiramente diferente de os líderes influenciarem o desenvolvimento de suas organizações. Não tentando impor mudanças na compreensão das pessoas, mas por meio de esforços persistentes, orientados para que elas "suavizem" suas próprias mentes, refreiem seus desejos, concentrem sua atenção, agucem sua percepção e, assim, expandam sua consciência.” (Vladimir Dimitrov) • “A ótica da complexidade nos ajuda a reconhecer que as diversas dimensões: do corpo, do sentimento, do pensamento e do espírito estão presentes todo o tempo e atuam juntas mesmo que não estejamos conscientes delas. (Re) conhecer estas dimensões e como suas dinâmicas interagem, nos possibilita sair do coexistente para o integrado.” (Ubiratan D’Ambrosio)
As organizações estão em crise • Aumento da complexidade • “à medida que a complexidade global aumenta, também cresce a lista de desafios a serem enfrentados que não podem ser solucionados por organizações individuais agindo sozinhas. A luta contra o aquecimento global; a vitória contra a pobreza e as doenças; a descoberta de novas fontes de energia; a construção de supercomputadores de tamanho nano; não apenas seqüenciar o genoma humano, mas realmente entendê-lo. As exigências ou possibilidades de inovação não têm fim. Esses problemas complexos requerem soluções transdisciplinares e interorganizacionais. Até produtos comparativamente simples estão se tornando mais complexos. Toda essa complexidade está aumentando a demanda por abertura e colaboração que cruzam fronteiras.” (Don Tapscott e Anthony D. Williams)
As organizações estão em crise • A necessidade e o ritmo das mudanças • “Se você não gosta de mudança, vai gostar ainda menos da irrelevância.” (General Eric Shinseki, chefe do Departamento de Assuntos dos Veteranos de Guerra) • “Mudanças contínuas, fundamentais, no mundo exterior - um turbulento meio ambiente de negócios - exigem uma contínua gestão de mudança dentro da empresa. Isto significa fazer mudanças fundamentais contínuas nas estruturas internas da empresa.” (De Geus) • “O desenvolvimento industrial global lançou as sementes do próprio fim ao gerar níveis de complexidade e índices de mudança que ultrapassam a inteligência das instituições da Era Industrial, que são suas herdeiras. Em todas as frentes, conseqüentemente, enfrentamos problemas para os quais as organizações dominantes, hierárquicas e autoritárias, são inadequadas. Como diz Dee Hock, ‘vivemos numa era de maciça falência institucional.” (Peter Senge)
As organizações estão em crise • Abandono dos valores éticos • “É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa consciência e começarmos a achar que tudo é normal.” (Mario Sergio Cortella) • “Quando uma organização perde sua visão, seus princípios, seu senso de comunidade, seu significado e seus valores, já está em processo de decadência e dissolução, mesmo que mantenha por algum tempo a aparência externa de sucesso.” (De Hock) • Fragmentação do pensamento e da capacidade de ação • “Na administração, a fragmentação resulta em estruturas organizacionais que separam diferentes funções em feudos independentes e, muitas vezes, conflitantes.” (Fredy Kofman e Peter Senge)
As organizações estão em crise • Foco em Processos e em Ferramentas e pouca atenção às Pessoas • “A complexidade crescente do trabalho criou a necessidade de pessoas que constituam uma fonte de inventividade e que se tornem distribuidoras e avaliadoras de invenções e conhecimentos por toda a extensão da comunidade de trabalho.” (De Geus) • “Ver uma empresa como uma máquina (de fazer dinheiro, por exemplo) implica que seus membros são funcionários, ou pior, "recursos humanos", seres humanos quedando em reserva, à espera de serem usados. Ver uma empresa como um ser vivo leva a ver seus membros como comunidades humanas de trabalho.” (De Geus) • Distanciamento entre Teoria Esposada e Teoria em Uso • “Quando alguém é perguntado sobre como se comportaria sob certas circunstâncias, a resposta que ele geralmente dá é a sua Teoria de ação esposada para aquela situação. Essa é a teoria de ação para a qual ele dá sustentação, e a qual, quando solicitado, ele comunica aos outros. Por outro lado, a teoria que realmente governa suas ações é sua Teoria em uso.” (Chris Argyris e Donald Shön apud SMITH, 2001)
A organização caórdica: • uma alternativa para sobrevivência das empresas • A empresa como organismo vivo • “Tudo que a empresa faz tem suas raízes em duas hipóteses principais: • 1. A empresa é um ser vivo; • 2. As decisões de tomada de ação desse ser vivo são resultado de um processo de aprendizado.” • “A empresa viva é conservadora nas finanças, tem funcionários que se identificam com a empresa e uma gerência tolerante e sensível para com o mundo em que vive.” • “Quando uma empresa morre: • A comunidade ligada àquela empresa se desintegra; • As pessoas perdem seus empregos; ficam à deriva, sem uma comunidade de trabalho; • A dívida que a empresa tem para com suas gerações passadas, que deram suas vidas em prol de seu futuro, não pode mais ser saldada; e • Os componentes da empresa – seus clientes e fornecedores – ficam órfãos.” • De Geus
A organização caórdica: • uma alternativa para sobrevivência das empresas • Equilíbrio entre Caos e Ordem • Caórdico adj [port: caos+ordem] • Qualquer organismo, organização, comunidade ou sistema complexo, auto-organizado, autogovernado, adaptável, não-linear; seja ele físico, biológico ou social, cujo comportamento combine harmoniosamente características de caos e ordem; • Uma entidade cujo comportamento exibe padrões e probabilidades observáveis que não são governados nem explicados por suas partes constituintes; • Qualquer complexo ordenado caoticamente; • Uma entidade caracterizada pelo princípio organizador fundamental da evolução e da natureza;
A organização caórdica: • uma alternativa para sobrevivência das empresas • As três perguntas que fomentam o pensamento acerca das organizações caórdicas: • Por que as organizações, em toda parte, sejam elas políticas, comerciais ou sociais, são cada vez mais incapazes de resolver seus problemas? • Por que as pessoas, em toda parte, estão cada vez mais em conflito com as organizações de que fazem parte? • Por que aumenta cada vez mais o desequilíbrio na sociedade e na biosfera?
A organização caórdica: • uma alternativa para sobrevivência das empresas • As seis perspectivas para criação de uma organização caórdica: • Propósito: a afirmação de intenções claras e simples, que identificam e unem a comunidade como algo que vale a pena buscar; • Princípios: são as aspirações da comunidade no âmbito do comportamento, uma afirmação inequívoca de uma crença fundamental sobre como o todo e todas as partes pretendem se conduzir na busca do propósito; • Pessoas: investigação sobre quais as pessoas e instituições que devem participar do empreendimento para que o propósito se realize de acordo com os princípios; • Conceito organizacional: concepção de uma estrutura organizacional que todos consideram eqüitativa, justa e eficiente; • Estrutura: materialização de propósito, princípios, pessoas e conceito num documento escrito capaz de criar realidade legal e uma jurisdição apropriada, geralmente na forma de um contrato social e de um estatuto; • Prática: deliberações, decisões e atos de todos os participantes da comunidade que funciona dentro da estrutura em busca do propósito e de acordo com os princípios. Não deve haver preocupação com as Práticas, ou seja, deve haver liberdade para que os participantes desempenhem seu papel e escolham as práticas que melhor realizem o propósito de acordo com os princípios;
A organização caórdica: • uma alternativa para sobrevivência das empresas • “Estamos num momento em que uma era de quatrocentos anos está agonizando em seu leito de morte e outra está lutando para nascer. Uma mudança de cultura, de ciência, de sociedade e de instituições muito maior e muito mais rápida do que o mundo já experimentou. À frente, há uma possibilidade, maior do que o mundo jamais sonhou, de regeneração da individualidade, da liberdade, da comunidade e da ética – e da harmonia com a natureza, com a inteligência divina e com o resto da humanidade.” • “Caórdicos somos, caórdicos vamos continuar sendo, caórdico é o mundo e caórdicas as instituições devem se tornar. Esse é o caminho para um futuro vivível nos séculos que virão, enquanto a sociedade evolui para uma diversidade e uma complexidade sempre maiores.” • Dee Hock
Bibliografia CORTELLA, Mario Sergio. Qual é a tua obra?: inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. 141 p. D’AMBROSIO, Ubiratan. Complexidade e seus reflexos na educação. Disponível em <http:// www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/cre/teimp.htm>. Acesso em: 15 jun. 2009. DIMITROV, Vladimir. Liderança e mudança: uma perspectiva complexa. Disponível em <http:// www.juliotorres.ws/textos/teoriadacomplexidade/Lideranca-e-Mudanca.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2009. GEUS, Arie de. A empresa viva: como as organizações podem aprender a prosperar e se perpetuar. Rio de Janeiro: Campus, 1998. 210 p. HOCK, Dee, |; SALUM, Carlos A. L.; FRANCO, Ana Lucia (Trad.). Nascimento da era caórdica. São Paulo: Cultrix, 2006. 295 p. KOFMAN, Fredy; SENGE, Peter. Communities of commitment: the heart of learning organizations. Disponível em: <http://www.axialent.com/uploaded/papers_articles/documentos/ Communities%20of%20Commitment%20by%20Fred%20Kofman.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2009.
Bibliografia MARIOTTI, Humberto. Complexidade e pensamento complexo: breve introdução e desafios actuais. Disponível em: <http://www.futuroeducacao.org.br/pdf/01%20Complexidade%20H%20 Mariotti.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2009. MORIN, Edgar. Ciência com consciência. 4. ed . Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. 344 p. PETERS, Tom; BÁZAN TECNOLOGIA E LINGÜÍSTICA (Trad.). Reimagine!: excelência nos negócios numa era de desordem. São Paulo: Futura, 2004. 352 p. SMITH, M. K. Chris Argyris: theories of action, double-loop learning and organizational learning. 2001. Disponível em: <www.infed.org/thinkers/argyris.htm>. Acesso em: 15 jun. 2009. TAPSCOTT, Don; WILLIAMS, Anthony D.; LINO, Marcello (Trad.). Wikinomics: como a colaboração em massa pode mudar o seu negócio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. 367 p.