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A G R I Ã O E BÁLSAMO DE TOLÚ. Grupo : Cidiclei Oliveira Joyce Martins de Oliveira Viviane Oliveira da Silva Farmacognosia II Professora : Verônica Rodrigues. Introdução. Mecanismos de defesa do aparelho respiratório.
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A G R I Ã O E BÁLSAMO DE TOLÚ Grupo: Cidiclei Oliveira Joyce Martins de Oliveira Viviane Oliveirada Silva Farmacognosia II Professora: Verônica Rodrigues
Introdução • Mecanismos de defesa do aparelho respiratório O aparelho respiratório possui alguns mecanismos que desempenham uma função de defesa e limpeza da árvore respiratória, tais como o reflexo da tosse e o sistema mucociliar. A tosse e o reflexo de broncoconstrição, podem ser gerados por estimulação mecânica das vias aéreas, inalantes irritantes ou liberação local de mediadores agindo nos receptores de adaptação rápida e nas terminações nervosas das fibras C presentes na laringe e mucosa traqueobrônquica. O transporte mucociliar, serve para remover partículas inaladas da mucosa traqueobrônquica. O sistema mucociliar é responsável pela movimentação de fluidos (muco), os quais são produzidos pelas células caliciformes e pelas glândulas brônquicas. Para o tratamento das doenças respiratórias, utilizam-se diversos fármacos, principalmente antitussígenos, expectorantes, antiasmáticos e tensoativos pulmonares, nem sempre com eficácia comprovada.
Agrião • Objetivos • O objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão bibliográfica, no sentido de abordar os aspectos botânicos, químicos, farmacológicos e toxicológicos das seguintes espécies: • Nasturtium officinale (Agrião) • Myroxylon toluifera (Bálsamo de Tolú)
Agrião Nome científico:Nasturtium officinale R. Br. Família: Brassicáceas (Crucíferas) Parte usada: Vegetal inteiro Habitat e distribuição: Planta herbárea perene, encontra-se freqüentemente em fontes, rios, valas e lugares úmidos de Portugal. Nome vulgar: Agrião-das-fontes; Agrião-de-água; Berro; Berro-d’água; Agrião oficinal. Origem: Europa, Ásia e África. O Agrião (figura 1) tem cheiro fraco característico, tornando-se mais intenso pela contusão da planta, apresentando sabor picante, e fracamente amargo. Fig. 1: Agrião (Fonte: Rancho Biju, 2007)
Aspectos Botânicos • Descrição Macroscópica • O Agrião é planta herbácea, vivaz. • Mede de 15 a 30 com de comprimento por até 1 cm de diâmetro na base. • Apresenta folhas alternas, compostas, pecioladas, emparipinadas providas de três a onze folíolos membranosos, glabros, de forma variando entre oval, elíptica até orbicular. • As flores são alvinitentes, pequenas, dispostas em espigas terminais ou opostas às folhas. A corola é actinomorfa, crucífera e o cálice é dialossépalo regular formado de quatro sépalas. O androceu é tetradínamo e o ovário apresenta-se súpero bicarpelar. • O fruto é uma siliqua curta, um pouco recurvada mais comprida que o pedúnculo. As valvas são munidas de nervura dorsal distinta (figura 2).
Aspectos Botânicos • Descrição Macroscópica Figura 2: Agrião ( Nasturtium officinale R. Br.) A - Ramo com folhas e raízes adventícias: 1- folha ; 2 – raízes adventícias. B – Inflorescência com frutos e flores. C – Flor isolada. D – Flor isenta de cálice e corola mostrando androceu com estames tetradínamos e gineceu.
Aspectos Botânicos • Descrição Microscópica • O caule apresenta estrutura eustélica sendo os feixes vasculares do tipo colateral aberto. • Quando vista em secção paradérmica apresenta células alongadas no sentido longitudinal. • A secção transversal da folha apresenta limbo com mesófilo heterogêneo e assimétrico. • As epidermes são constituídas por células irregulares na forma e no tamanho. • As células epidérmicas, vistas de face, apresentam contorno levemente sinuoso e os estômatos do tipo anisocítico acham-se distribuídos irregularmente. • Na região do mesófilo ocorrem feixes vasculares do tipo colateral (figura 3). A planta não apresenta cristais de oxalato de cálcio.
Aspectos Botânicos • Descrição Microscópica A – Secção transversal da folha: 1 – epiderme superior; 2 – parênquima paliçádico; 3 – feixe vascular; 4 – parênquima lacunoso; 5 – epiderme inferior. B – Epiderme superior da folha vista de face. C – Epiderme inferior da folha vista de face. D – Secção transversal do caule: 1 – epiderme; 2 – parênquima cortical; 3 – floema; 4 – câmbio fascicular; 5 – câmbio interfascicular; 6 – xilema. E – Epiderme do caule vista de face. Figura 3 : Agrião ( Nasturtium officinale R. Br.)
Agrião • Constituintes Químicos • Óleos essenciais • Glicosídeos (fig. 4) • Vitaminas • Sais minerais • Clorofila • Carotenos • Mirosina • Gliconastursídeo • Rico em fósforo, iodo e cálcio • Isotiocianato de Alilo (C4H5NS) • Sulfato ácido de potássio (KHSO4)
Agrião • Aplicação Terapêutica • Se consumido cru, o agrião combate a anemia, pois possui grande concentração de vitaminas e sais minerais, também possui propriedades dissolventes da nicotina, combate os efeitos da nicotina no organismo. • Esta planta é reputada como antianêmica, antiescorbútica, diurética e remineralizante, em função da presença de vitaminas A, C e os sais minerais presentes na planta. • É uma planta largamente utilizada na medicina popular brasileira empregando-se as partes aéreas no tratamento de bronquites, gripes, faringites e laringites.
Agrião • Aplicação Terapêutica • É utilizado em xarope para tosse feitos com tintura, como mostra a figura 5. • É bastante utilizada como tônico e expectorante, principalmente no tratamento da bronquite crônica. Possui ação diurética e é ligeiramente hipoglicemiante. Fig.5: Xarope para tosse Melagrião (Fonte: Farmadelivery, 2010)
Agrião • Contra - Indicação • Mulheres no início da gestação, o agrião que cresce junto a águas paradas, pode transmitir tifo. • Em doses elevadas ou usado de forma prolongadas, pode provocar irritação dos endotélios do estômago e do rim. • Quando utilizada, a planta deve ser lavada cuidadosamente para evitar a infecção de ovos e larvas de parasitas, inclusive o vírus da hepatite do tipo A. • O uso de diuréticos em indivíduos hipertensos ou cardiopatas só deve ser feito sob prescrição médica, pela possibilidade do aparecimento de uma descompensação tensional, perda de potássio, podendo promover uma intensificação dos efeitos cardiotônicos.
Agrião • Efeitos Adversos • Pode causar irritações no estômago e nas vias urinárias de gestantes e em grandes quantidades pode provocar aborto. • Toxicidade • Doses elevadas ou uso prolongado podem, originar irritação da mucosa gástrica e, pelos glucosinolatos, originar bócio.
Bálsamo de Tolú • Nome Científico: Myrospermum erythroxylon (figura 6); Balsamum tolutanum; Myroxylon balsamum (L.) Harms; Toluifera balsamum (L.) e de Nyroxylon balsamum var. pereirae (Royle) Harms. • Família: Fabáceas (Leguminosas) • Parte usada: Exsudato resinoso obtido por incisão no tronco. • Habitat e distribuição: Proveniente de árvores existentes em florestas da América do Sul (Venezuela, Colômbia), onde são também cultivadas. • Nomes Vulgares: Resina-de-Tolú, bálsamo-de-cartagena, bálsamo-índico-seco, bálsamo-toluano. • Origem: América do Sul ( Venezuela, Colômbia e Peru). Fig.6: Bálsamo de Tolú (Fonte: Fitoterapia.net, 2010)
Bálsamo de Tolú • Aspectos Botânicos • Suas folhas estriadas, alternas, pecioladas, imparipenadas, compostas de 5-9 folíolos internos, inteiros, oblongos, membranosos e glabros. • Suas flores são brancas e dispostas em racimos simples na axila das folhas. • Seu fruto vagem curto-pedunculada, apiculada e mais larga na extremidade, pardacento-ferrugínea, até 13cm de comprimento. • Suas sementes são oblongas, um pouco curvas, perfumadas e rugosas. • Possui folíolos ovados, flores alvas em racemos, e sâmaras de tom amarelo-pardacento, aromáticas.
Bálsamo de Tolú • Constituintes Químicos • Possui de 70 a 80 % de uma resina formada por ésteres cinâmicos e benzóicos (em menor quantidade) do álcool resinoso conhecido por tolu-resinotanol (C17H18O5). • Rico em ácidos aromáticos livres 12-15 % de ácido cinâmico e cerca de 8 % de ácido benzóico livre. • A essência (7,5%) é composta principalmente de: Benzoato de Benzila e Cinamato de Benzila. • Além de vanilal (0,05%) e ainda farnesol e terpenos.
Bálsamo de Tolú • Aplicação Terapêutica • O Bálsamo de Tolú é utilizado na anti-sepsia das vias respiratórias e urinária, expectorante, nas bronquites, sedativo da tosse, externamente como desinfetante. Muito comum em xaropes para tosse feitos com tinturas. • Tem ação Mucolítica e expectorante, espasmolítico, digestivo, anti-séptico, cicatrizante. • É utilizado em doenças do aparelho respiratório: bronquites, asma, tosse. Inflamações orofaríngeas, inflamação das vias urinárias, externamente em feridas e úlceras cutâneas. • Tem indicação principalmente para tosse produtiva; bronquite crônica.
Bálsamo de Tolú • Aplicação Terapêutica • A indústria farmacêutica emprega o Bálsamo de Tolú como corretor organoléptico na elaboração da tintura de Benjoim e xaropes para tosse (Fig. 7). Também serve de base para a fabricação de pastilhas. Já no campo dos cosméticos e dos perfumes são empregados como fixador de fragrâncias. Os perfumes adotam notas balsâmicas. Fig. 7: Xarope para tosse Guacovita (Fonte: Vitahervas, 2010)
Bálsamo de Tolú • Contra - Indicação • O uso tópico pode originar dermatite de contato em pessoas sensíveis. • Efeitos Adversos • Não encontrado na literatura. • Toxicidade • Não encontrados na literatura.
Conclusão • Apesar das ações farmacológicas relevantes apresentadas pelas duas espécies, é necessário estudos que procurem viabilizar de maneira segura, a validação prévia do uso terapêutico de plantas medicinais amplamente utilizadas na medicina tradicional popular.
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