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Processos Emocionais 2

Processos Emocionais 2. António Rosado. Clima Emocional. O ambiente emocional no treino representa o substracto emocional de base, o suporte essencial, o “tónus”, que suporta todas as acções. É um pré-requisito essencial. Deve traduzir-se num percepção de prazer e de activação.

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Processos Emocionais 2

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  1. Processos Emocionais 2 António Rosado

  2. Clima Emocional • O ambiente emocional no treino representa o substracto emocional de base, o suporte essencial, o “tónus”, que suporta todas as acções. • É um pré-requisito essencial. • Deve traduzir-se num percepção de prazer e de activação. • É pré-requisito de intervenções psicológicas mais especializadas.

  3. Clima Emocional • Atmosfera subjectiva em que a relação têm lugar. • Produto de comportamentos verbais e não-verbais. • Pode ser Hostil ou Amigável • Competitiva ou Colaborativa • Activa ou Passiva... • Como me sinto neste ambiente?

  4. Importância Um clima emocional adequado pode ser associado quer a ganhos cognitivos acrescidos quer, sobretudo, a ganhos no domínio sócio-afectivo e relacional, de desenvolvimento de atitudes positivas face ao Clube, às Modalidades e aos Outros.

  5. Importância Uma adequada modelação emocional pode, ao nível do treino desportivo, afectar o processo de treino, influenciando variáveis como a motivação, o ambiente humano e relacional, a estrutura e coesão dos grupos, a gestão de conflitos e emoções, o empenhamento e a participação no treino, a competitividade e, em última análise determinar vitórias e derrotas.

  6. Consequências... O clima emocional determina uma condição subjectiva de implicação qualitativa nas actividades com diversos tipos de reflexos e de manifestações comportamentais: um aumento da motivação, do interesse, da atenção, da capacidade de trabalho, da qualidade das relações humanas que se estabelecem, etc.

  7. O “clima emocional” é decisivo • Na satisfação pessoal de treinadores e praticantes. • Na manutenção, por longos anos, em actividades esgotantes. • Na aceitação de sacrifícios pessoais e familiares diversos... • No crescimento individual e de grupo no domínio sócio-afectivo. Objectivos instrumentais Objectivos de desenvolvimento

  8. O clima emocional é decisivo: • No desenvolvimento de atitudes, valores e sentimentos. • Na optimização de diversos critérios de eficácia (rendimento) e de eficiência (processo de treino).

  9. Critérios de treino optimizados • Um bom clima emocional potencia: • Tempo potencial de aprendizagem • Maior atenção e interesse (maior motivação). • Maior empenhamento • Maior capacidade de “sacrifício” • Redução de comportamentos fora da tarefa, de indisciplina e de conflito.

  10. Relembrar: os ganhos de aprendizagem dependem: • 1. Do nível inicial na competência em causa. • 2. Do nível de afectividade inicial (motivação, empenhamento). • 3. Da qualidade do treino. • Estudos do tipo processo-produto sublinham, por ex, a importância do entusiasmo do treinador.

  11. Responsabilidades dos psicólogos e treinadores • Criar balanços subjectivos positivos (avaliações) nos praticantes acerca da prática. • Optimizar as relações no treino. Clima relacional

  12. Clima • Optimização da relação treinador-praticante. • Optimização da relação praticante-praticante. • Optimização da relação praticante-prática (modalidade).

  13. Construir Sentimentos Positivos Face aos Desportos • Interessa-nos: • Que se construam sentimentos positivos acerca de si mesmo e dos outros. • Que da prática resulte: satisfação, alegria, auto-realização. Como é que os jovens sentem o Desporto? • Sabemos que a participação desportiva tem o potencial de criar sentimentos poderosos e duradouros, verdadeiras paixões, verdadeiras aversões…

  14. Sentimentos positivos face ao Desporto • Impressões agradáveis e desagradáveis. • Muitos jovens não gostam de praticar desporto, muitos abandonam rapidamente os clubes. • É preciso fazer um esforço para que as atitudes positivas apareçam.

  15. Clima Emocional e Atitude face ao Treino • O desenvolvimento de atitudes positivas implica um conjunto de sentimentos positivos acerca de algo (Bloom, 1979). • Desenvolvimento de atitudes positivas no Treino exige: • Experiência positiva da prática (Piéron, 1988). • O Clima emocional também depende da percepção de sucesso. • O sucesso potencia mais o clima emocional do que muitas outras variáveis.

  16. Clima emocional depende: • Da natureza do treino, das tarefas de treino. • Do grau de dificuldade das tarefas e das percepções associadas. • Da percepção de riscos e benefícios. • Da natureza dos espaços e materiais (percepção de qualidade do espaço). • Procurar espaços e actividades agradáveis (dificuldade e variabilidade). • Do rendimento desportivo.

  17. Clima Emocional e RELAÇÃO TREINADOR-ATLETA • Os processos inerentes à relação estabelecida entre o treinador e os atletas sempre têm sido considerados fundamentais no processo desportivo, por via da influência que têm nos afectos, cognições e comportamentos dos intervenientes. • Os comportamentos do treinador têm uma substancial influência nas características das auto-percepções das crianças e nas experiências psicossociais e afectivas no desporto.

  18. Relação treinador-atleta • Através da investigação podemos verificar que o impacto dos treinadores sobre os padrões comportamentais dos atletas vai para além dos aspectos técnicos. • O treinador, também, afecta atitudes, valores, crenças e estas determinam diversos estados emocionais.

  19. Abordagem sócio-emocional da relação treinador-atleta • A abordagem socio-emocional dá ênfase à componente emocional como resultado da interacção entre treinador e atleta, a qual pode ter efeitos, quer negativos, quer positivos, nos comportamentos adaptativos dos praticantes, tal como o equilíbrio afectivo da díade.

  20. Relação treinador-atleta • Temos de salientar o facto do treinador ter um papel importante e fundamental nos afectos dos atletas, pelo facto de: • passarem grande parte da vida juntos, • por partilharem experiências e emoções fortes, • por serem dependentes um do outro,

  21. Relação treinador-atleta • O tipo de afectos que o atleta sente em relação ao treinador varia muito com o tipo de treino, com as cargas impostas pelos treinadores e com o equilíbrio emocional das duas partes. • Quanto maior a preocupação do treinador com as opiniões e sentimentos dos atletas mais positiva será a relação desta díade.

  22. Relação afectiva entre treinador e atleta • Os atletas sentem insegurança, preocupação e perda de concentração em acção aos comportamentos afectivos negativos do treinador (punir, gritar, criticar etc.), enquanto que os comportamentos afectivos positivos (elogiar, demonstrar afecto, etc.) geram sentimentos de auto-valorização, incentivo e satisfação.

  23. Relação treinador-atleta • Os comportamentos desenvolvidos pelos treinadores podem ser interpretados como negativos/agressivos pelos atletas, o que terá consequências inibidoras na adaptação emocional e consequentemente uma quebra na prestação desportiva. • O treinador que se preocupa com as opiniões e sentimentos dos atletas parece ter com eles uma melhor relação. • Alerta-se desta forma para o carácter fortemente emocional da relação entre os dois intervenientes deste processo. • Raramente se ensina aos treinadores como gerir o comportamento interpessoal, nem se lhes ensina sobre a interacção e motivação das equipas. • O psicólogo do desporto pode potenciar esta relação.

  24. Comportamento do treinador • O comportamento dos treinadores pode constituir um dos principais factores de stress responsável pela má prestação. • Rosado, Campos e Aparício (1993) salientam a importância dos comportamentos de entusiasmo dos treinadores, bem como das percepções dos atletas, como factores de optimização do clima emocional.

  25. A optimização da relação depende: • De um conjunto de variáveis em interacção com ponderações diversas. • Da percepção que os praticantes possuem da qualidade da relação. • Comportamentos do treinador mais valorizados: • ser educado, • ser paciente com os praticantes mais fracos, • fomentar um espírito de amizade e interajuda, • mostrar imparcialidade, • ser justo nas avaliações, • acompanhar o trabalho e encorajar. • Desvalorizam • Zangar-se com frequência. • Ser autoritário e agressivo

  26. Base da Modelação: Interacção positiva Vários especialistas insistem nas vantagens de um ambiente positivo em que as intervenções do tipo aprovativo predominem, ou seja, um ambiente relacional em que o elogio e o encorajamento se sobreponham à reprovação, à ironia e à crítica.

  27. Indicadores de Bom Clima: “Reforços” • FB positivos frequentes. • Elogiar os comportamentos apropriados. • Especificidade das desaprovações. • Ser encorajador, “afectivo” (sobretudo com praticantes com dificuldades ou “handicaps”, quaisquer que sejam). • Usar as estratégias de modelação

  28. Reforços • Elogiar os praticantes quer pelo esforço desenvolvido quer pelos resultados obtidos. • Punir sem ferir... • Criticar o comportamento e não a “pessoa”. • Ver Estratégias de Modificação de Comportamentos e suas implicações emocionais.

  29. Dinamismo do treinador Exemplos: • Boa organização do treino. • Início e transições rápidas. • Ritmo vivo das sessões. • Tomar parte nas actividades e mostrar gosto por elas. • Capacidade de Comunicação/persuasão • Optimização da gestão emocional dos episódios de comunicação. • Dinamismo gera dinamismo

  30. Estratégias de Optimização do Clima: Comunicação • Mostrar disponibilidade para ouvir e conversar. Prestar atenção ao que dizem. • Responda honestamente às perguntas sem “esmagar” o interlocutor. • Saber ouvir, demonstrando interesse e atenção. • Parafrasear, contacto visual, sinais de concordância.

  31. Indicadores de Clima Positivo • Comunicação não-verbal • Entendida como mais autêntica...mais emocional. • Sorrir, rir e gracejar frequentemente. • Contactos físicos (palmadinha nas costas, mão no ombro, cumprimentos iniciais...). • Sinais gestuais de aprovação e encorajamento • Proximidade dos atletas.

  32. Participação Activa • Solicitação para apreciarem o trabalho realizado. • Solicitar e valorizar a participação dos atletas. • Aceitar e utilizar ideias dos praticantes, tendo em conta pontos de vista válidos.

  33. Estratégias de Optimização do Clima Emocional • Estabelecer uma relação personalizada. • Decisivo: Conhecer muito bem cada atleta, nas diversas facetas da sua vida. • Decisivo: Preocupar-se verdadeiramente com eles. • Mostrar interesse pelos praticantes, pelos seus problemas, pela pessoa do praticante. • Disponibilidade para os receber noutros espaços e fora dos horários. • Contactos sobre assuntos extra-treino. • Tratar os praticantes pelo nome próprio.

  34. Modelação emocional de base Conhecer e tratar cada praticante pelo nome próprio. Variar os processos e as formas de interacção. Ser específico na desaprovação. Interagir o mais possível com a generalidade dos praticantes.

  35. Interesse pelo praticante/atleta Pretende-se um clima em que é transmitido ao praticante um sentimento não só de interesse por aquilo que faz, mas, também,de confiança nas suas capacidades como praticante ou atleta e como pessoa.

  36. Justiça Relacional e Gestão de Emoções • Promover uma relação sem discriminação (sexo, raça, entre melhores e piores, etc.) • Promover a igualdade sem uniformidade nem rigidez. Respeitar as diferenças. • Diferenciar e igualizar com equilíbrio • Interagir com todos. • Não mostrar favoritismos.

  37. Estratégias de Optimização do Clima Emocional • Expressar e controlar as suas emoções: • Evitar o “warming up effect” • Utilizar “mensagens do eu” • Valorizar a expressão de emoções e sentimentos versus valorizar o auto-controlo emocional. • O controlo das expressões emocionais deve ser aprendido de acordo com os códigos particulares de ambientes particulares....

  38. Ser Justo... • Estabelecer regras claras, justas e razoáveis com que estejam de acordo. • Cumprir as promessas. • Ser consistente, coerente. • Promover a responsabilidade pessoal • A aceitação das consequências; • O respeito das regras; • Bom uso da autoridade

  39. Estratégias de Optimização do Clima • Rigor e firmeza quando necessário. • Assertividade • Equilíbrio entre: • Dizer o que pensa. • Sinceridade e honestidade • Dominar o que diz.

  40. Entusiasmo É desejável que a participação nas diversas actividades da vida, na classe ou no clube, se faça com entusiasmo, com gosto e prazer, numa ambiência psicológica de tonalidade afectiva positiva, satisfatória para as pessoas que nela participam.

  41. Estratégias de Optimização do Clima • Mostrar-se entusiasta • Relativamente à matéria • ao acto de ensinar/treinar • ao praticante • Entusismo gera Entusiasmo...

  42. Características gerais As inflexões de voz, uma exuberância maior ou menor nos gestos e nos movimentos, a forma como se desloca no treino, em suma, todo um conjunto de traços que marcam aquilo a que normalmente se chama um treinador "triste" e "apagado" ou um treinador que com a sua maneira de ser "contagia", "estímula", "agarra" todo o grupo ou equipe.

  43. A percepção do entusiasmo Há interesse em saber não só quais são os indicadores reais de entusiasmo mas de saber quais são os indicadores subjectivos, a percepção do entusiasmo por parte dos diversos participantes no processo relacional de treino.

  44. A percepção de entusiasmo • Não existe um comportamento isolado que possa caracterizar só por si, o entusiasmo de um treinador. • A percepção do entusiasmo de um treinador nasce da conjugação de um grande número de actos, diferenciados pela sua natureza e pelos seus objectivos.

  45. Indicadores de entusiasmo Muitas vezes o entusiasmo é caracterizado por expressões verbais e gestuais, como encorajar, pressionar, participar, ou por intervenções humorísticas como sorrir, rir, etc. Costa J. (1988) refere expressões indicadoras de entusiasmo tão diversas como: enérgico, dinâmico, espontâneo, calor humano, uso da voz, etc.

  46. Elogios e Feedback Encorajamento Participação Humor Interesse pela modalidade Inovação Demonstração Interesse pelo praticante Brincadeiras Sorrir e Rir Variedade de Actividades Gestos Participação dos praticantes Inflexões de Voz Descritores de Entusiasmo

  47. Deslocamentos Preparação do treino Intensificação do ritmo das actividades Contacto Físico Modelo Conselhos Contactos extra-curriculares Chamar pelo nome próprio Personalização Justiça Aceitação de Ideias Descritores de entusiasmo

  48. Desinteresse Frustração Feedback Negativo Afastamento Despersonalização Desapego Clima Negativo Falta de Dinamismo Irritabilidade Injustiça Descritores de “Não-Entusiasmo”

  49. Estratégias de Optimização do Clima Emocional: a evitar • Evitar situações de humilhação e fracasso sistemático. • Evitar ameaças, autoritarismo, reprovações sistemáticas. • Evitar ser visto como um juiz permanente da sua actividade. • Evitar gritar. “Quando tiver alguma coisa a dizer ao conjunto reuna o grupo”.

  50. Procedimentos de modelação do ambiente emocional Evitar ironizar e criticar (rebaixar) os praticantes em público (perante os companheiros). Evitar utilizar a actividade física como castigo.

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