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Exemplo: TIJOLO, CIMENTO E CAOS GEHRING, Allan. O casulo , 2000. p. 54. O operário de um prédio perde o dedo Sem um médico atendê-lo perde a mão Sem a mão perde o emprego. Sem o emprego perde o pão Sem o pão perde a saúde Sem a saúde perde a razão.
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Exemplo: TIJOLO, CIMENTO E CAOS GEHRING, Allan. O casulo, 2000. p. 54 O operário de um prédio perde o dedo Sem um médico atendê-lo perde a mão Sem a mão perde o emprego
Sem oemprego perde o pão Sem o pão perde a saúde Sem a saúde perde a razão
Sem a razão perde a esposa sem razão Sem a esposa e sem razão os filhos vão Com esse vão vem a bebida, a fumaça e vem o pó Com o pó acaba a fome Mas não se acaba o nó
Com esse nó já entalado na garganta Ele tenta trabalhar, mas não adianta - Sinto muito, é uma pena! - Não aceitamos manetas!!
Já não é um cidadão... Só um aleijado sem a sua mão
Mas pra viver tem que ter grana e ele afana Dá um jeito, rouba, assalta, sem respeito Já não há mais lucidez Tudo pode não há leis
Ele rouba novamente e sai ileso E assim outra vez até ser preso
Sem ser livre Perdeu tudo Perde o senso Entra em crise...
Já insano um cirrose Mais um porre... Embriaguez... Uma overdose e o operário morre...
De quê? Overdose, porre, cirrose, embriaguez Preso, livre, insano, em crise, insensatez Sem saúde, razão Pão, não, são Pó, nó, só Emprego, medo
Você pode me dizer que ele morreu de muitas coisas, mas eu sei, ele morreu de dedo.