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OFICINA: ENSINANDO COM O CHICO BENTO

OFICINA: ENSINANDO COM O CHICO BENTO. ORALIDADE X ESCRITA. Objetivos. Reconhecer a variação linguística e saber como trabalhar com ela. Refletir sobre a oralidade e as convenções da língua escrita. Perceber a diferença entre erro de ortografia e questão fonológica.

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OFICINA: ENSINANDO COM O CHICO BENTO

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Presentation Transcript


  1. OFICINA: ENSINANDO COM O CHICO BENTO ORALIDADE X ESCRITA

  2. Objetivos • Reconhecer a variação linguística e saber como trabalhar com ela. • Refletir sobre a oralidade e as convenções da língua escrita. • Perceber a diferença entre erro de ortografia e questão fonológica. • Produzir materiais para a prática da sala de aula.

  3. ORALIDADE / ESCRITA • (FONÉTICA E FONOLOGIA) • São áreas da linguística que estudam os sons da fala. São ciências relacionadas, tomando ponto de vista diferentes. • FONÉTICA: Material > som , descreve/ produção e percepção do som. • FONOLOGIA: Fala concretizada> modo como se realiza o som, explica/ busca o valor dos sons em uma língua.

  4. ORALIDADE X ESCRITA Tá brincando! Eu tava loca pra saber a data... Já tá pronto... Vem come!!!!!!!!

  5. Minha vó fala “bicicreta”…foi assim que eu escrevi …e tá errado? Por quê? Porquê tá errado a palavra “você” (VC) no meu texto ? Eu escrevo na assim no computador e todos entendendem , professora…. E “experiência” não é com “S”…professora… • Não basta apontar um “erro” de grafia e propor uma regra, mas sim explicá- lo para que não volte a ocorrer….(Sírio Possenti) • COMO AGIR DIANTE DE UMA SITUAÇÃO DESTA? • SE APENAS CORRIGIR COMO SERÁ O RESULTADO?

  6. Através de uma linguagem interativa e feita para todas as idades, os gibis do Chico Bento retratam a história do inocente menino do campo, que fala diferente (de acordo com a Gramática Normativa), tem amigos na roça em que vive, para uma melhor caracterização do personagem (espaço/campo), e um primo para caracterizar as diferenças entre campo/cidade.

  7. Chico Bento... • Chico Bento, criado em 1961, teve como modelo um tio-avô de Mauricio, sobre quem ele ouvia muitas histórias contadas pela sua avó.

  8. Chico é um típico caipira brasileiro, andando descalço, com chapéu de palha e vivendo na roça. Ele adora pescar e nadar no rio, mora com os pais, Seu Bento e Dona Cotinha, em um sítio nas cercanias da fictícia Vila Abobrinha, no interior de São Paulo.

  9. Chegou a provocar polêmica nos anos 80, uma vez que os diálogos tentam reproduzir o dialeto caipira, em vez da norma culta do português.Diferente de outros personagens de Maurício, Chico Bento sempre foi caracterizado em idade escolar, chegando a frequentar uma escola em suas histórias, apesar de não ser um bom aluno, pois sempre se atrasa ou esquece os deveres, criando as piores histórias de pescador, além das notas baixas.

  10. Diferenças na fala As diferenças na fala no campo e na cidade não impedem a compreensão. Chico Bento fala e entende o que os outros dizem.

  11. Cuitado do riberãoTá sujo qui inté dá dóOs pexe sumiram tudoNum existe nada pióOs bicho lá do sertãoNum güenta o chero da águaTem gosto de detergentePur isso eu canto essa mágoaJacaré foi pro zoológicoFoi de cortá o coraçãoMas diz num sentir sodadeVive agora atrás das gradePra nun ter intoxicação Se ficá dessa maneraMuitas coisas vão mudáNon vô vê mais os meus bichinhoNem tomá banho de rioNunca mais podê pescáTemos que arranjar um jeitoDe achar a soluçãoPra salvar a naturezaTer de volta a belezaNa cidade e no sertão(Eita, aí é que vai sê bão!)Temos que arranjar um jeito(Ocês também tem que ajuda nóis, hein criançada!)De achar a soluçãoPra salvar a naturezaTer de volta a belezaNa cidade e no sertão A mágoa do Chico Bento

  12. Cada um de nós, professor ou não, precisa elevar o grau da própria auto-estima linguística recusar com veemência os velhos argumentos que visem menosprezar o saber linguístico individual de cada um de nós. Temos que nos impor como falantes competentes de nossa língua materna. (Bagno, 2001: 115).

  13. O professor, então, não deve levar o aluno a empregar a norma culta? Naturalmente que deve. O que o professor não pode fazer é transformar-se em agente “castrador”, anulando as possibilidades de uma real interação, que é a condição essencial do exercício da linguagem. Ao excluir a prática da linguagem trazida do meio social, o aluno aos poucos vai afastar-se dos que participam com voz na sociedade.

  14. O professor deve mostrar aos alunos, desde o início, as variações linguísticas existentes, de forma que fique claro para eles que a norma-padrão é apenas uma alternativa de linguagem, mas não a única em que poderão manifestar-se. Assim, deixará claro que, do ponto de vista linguístico, não há um dialeto superior ao outro.

  15. Cabe ao professor mostrar ao aluno que o seu léxico será ampliado, a partir de sua valorização e respeito. Depois o professor deverá incentivar a leitura da palavra de forma agradável, curiosa e gratificante.

  16. SIGNIFICADO (LÉXICO) Certa vez uma família inglesa foi passar as férias na Alemanha. No decorrer de um passeio, as pessoas da família viram uma casa de campo que lhes pareceu boa para passar as férias de verão. Foram falar com o proprietário da casa, um pastor alemão, e combinaram alugá-la no verão seguinte. De volta à Inglaterra discutiram muito acerca da casa. De repente a senhora lembrou-se de não ter visto o W.C. Conforme o sentido prático dos ingleses, escreveu imediatamente para confirmar tal detalhe. A carta foi escrita assim: Gentil Pastor. Sou membro da família inglesa que o visitou há pouco com a finalidade de alugar sua propriedade no próximo verão. Como esquecemos um detalhe muito importante, agradeceria se nos informasse onde se encontra o W.C. O pastor alemão, não compreendendo o significado da abreviatura W.C. e julgando tratar-se da capela da religião inglesa White Chapel, respondeu nos seguintes termos:

  17. Gentil Senhora. Tenho o prazer de comunicar-lhe que o local de seu interesse fica a 12 km da casa. É muito cômodo, sobretudo se tem o hábito de ir lá freqüentemente; nesse caso, é preferível levar comida para passar lá o dia inteiro. Alguns vão a pé, outros de bicicleta. Há lugar para quatrocentas pessoas sentadas e cem em pé; recomenda-se chegar cedo para arrumar lugar sentado, pois os assentos são de veludo. As crianças sentam-se ao lado dos adultos e todos cantam em coro. Na entrada é distribuída uma folha de papel para cada um; no entanto, se chegar depois da distribuição, pode-se usar a folha do vizinho ao lado. Tal folha deve ser restituída à saída para poder ser usada durante um mês. Existem ampliadores de som. Tudo o que se recolhe é para as crianças pobres da região. Fotógrafos especiais tiram fotografias para os jornais da cidade a fim de que todos possam ver seus semelhantes no desempenho de um dever tão humano.

  18. POLISSEMIA: É o fato de haver uma só forma (significante) com mais de um significado unitário pertencentes a campos semânticos diferentes. Portanto não se pode ver a polissemia como “Significados imprecisos e indeterminados” porque cada um desses significados é preciso e determinado. • PREGAR (um sermão) – PREGAR (preguear uma bainha da roupa) – PREGAR ( um prego) • MANGA (de camisa) – MANGA (fruto) – MANGA (bando, ajuntamento) – MANGA (de chuva) • CABO (cabeça, extremidade, posto na hierarquia militar) CABO ( parte da faca) CABO (fio elétrico)

  19. Chega de prosa... • Leitura – Gibis de Chico Bento • Levantamento de palavras ( listagem) • Sugestões de materiais

  20. A escola, para Chico Bento e outros a quem representa, jamais, poderá alhear-se das condições sócio-culturais, econômicas deles, de suas famílias e de seus vizinhos. O respeito à dignidade destes “Chicos” não permite subestimar, pior ainda, zombar do saber que trazem consigo para a escola. (Carmen Elena das Chagas - UFF)

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