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LEITURA DO MUNDO

LEITURA DO MUNDO.

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Presentation Transcript


  1. LEITURA DO MUNDO

  2. O objetivo da escola é formar cidadãos capazes de ler o mundo, produzindo discursos orais ou escritos, adequados a diferentes situações enunciativas, compreendendo o que está escrito e o que está subentendido, numa leitura que consegue selecionar conteúdos, inferir interpretações e antecipar significados nos mais diferentes gêneros.

  3. A leitura não é uma simples prática escolar, mas um processo desencadeado pela vontade ou necessidade do leitor em compreender os textos que estão à sua volta.

  4. O verdadeiro leitor é aquele que busca entender o que está escrito, mobilizando tudo que sabe sobre a língua: o sistema de escrita, as características do gênero, o suporte, o assunto ou tópico, o contexto, o autor e sua época.

  5. Aprender a ler subtende aprender a escrever, pois leitura e escrita são atividades complementares, intimamente ligadas, como as faces de uma mesma moeda.

  6. GÊNEROS TEXTUAIS NA SALA DE AULA

  7. São modelos comunicativos que nos possibilitam gerar expectativas e previsões para compreender um texto e, assim, interagir com o outro. Conta de luz, telenovela, fofoca, aula são alguns exemplos de gêneros que, pelo seu constante uso social, não oferecem muitas dificuldades de compreensão.

  8. Ensinar um gênero pressupõe um convívio anterior com esse gênero. Assim, é importante pensar para quem se escreve, por que se faz, qual a real necessidade de fazê-lo, o que o leitor conhece efetivamenteo tema, o que pensa dele, como fazer-se compreender, como usar a língua na produção desse texto,como o texto solicita uma ou outra estratégia de leitura. Tais questões na escola tornam necessário construir um currículo que valorize tanto a função social do texto como a sua forma.

  9. GÊNER0 Um gênero é uma atividade sócio-cultural que tem: • propósito social • estrutura previsível • padrões léxico-gramaticais previsíveis Ex.: artigo de opinião, notícia de jornal, horóscopo, relatório de pesquisa, receita culinária....

  10. TIPOS TEXTUAIS Segundo Werlich (1973),tipos textuais: 1. Descritiva - “Sobre a mesa havia milhares de vidros.” 2. Narrativa - “Os passageiros aterrissaram em Nova York no meio da noite.” 3. Expositiva - “O cérebro tem 10 milhões de neurônios.” 4. Argumentativa - “A obsessão com a durabilidade nas Artes não é permanente.” 5. Injuntiva - “pare!”, “seja razoável!” Obs.: A expressão “tipo de texto”, muito usada nos livros didáticos e no nosso dia-a-dia, é equivocadamente empregada.

  11. Arroz de Carreteiro Ingredientes: 1/2 kg de charque;01 cebola grande picada;05 tomates sem sementes cortados em pedacinhos;04 colheres (sopa) de salsa picada;02 pimentões verdes picados;04 colheres (sopa) de cebolinha verde picada;01 xícara (chá) de arroz;sal e pimenta a gosto Preparo: Lave o charque e deixo-o de molho de véspera, para perder o sal, depois pique-o, em pedaços não muito pequenos. Refogue-o em todos os temperos. Caso o charque perca muito sal, pode ser necessário temperar o revogado com sal. Acrescente o arroz cristal lavado e escorrido, misturando com um garfo. Cubra o preparado totalmente com água fervente, em quantidade que deixe o arroz úmido depois de cozido. Mexa e deixe a panela sobre o fogo baixo. O arroz deve terminar o cozimento só com o vapor.

  12. ESTRATÉGIAS DE LEITURA A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto a partir do que está buscando nele, do conhecimento que já possui a respeito do assunto, do autor e do que sabe sobre a língua – características do gênero, do sistema de escrita...

  13. Uma estratégia de leitura é um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar informações. Há estratégias de seleção, de antecipação, de inferência e de verificação.

  14. Estratégias de seleção: permite que o leitor se atenha apenas aos índices úteis, desprezando os irrelevantes. Ao ler, fazemos isso o tempo todo: nosso cérebro “sabe”, por exemplo, que não precisa se deter na letra que vem após o “q”, pois certamente será “u”; ou que nem sempre é o caso de se fixar nos artigos, pois o gênero está definido pelo substantivo.

  15. Estratégias de antecipação: tornam possível prever o que ainda está por vir, com base em informações explícitas e em suposições. Se a linguagem não for muito rebuscada e o conteúdo não for muito novo, escritas em um texto, é possível eliminar letras em cada cinco outras, sem que a falta de informações prejudique a compreensão. Além de letras, silabas e palavras, antecipamos significados. O gênero, o autor, o título e muitos outros índices nos informam o que é possível que encontremos em um texto. Assim, se formos ler uma história de Monteiro Lobato chamada “Viagem ao céu”, é previsível que encontraremos determinados personagens, certas palavras do campo da astronomia e que, certamente, alguma travessura acontecerá.

  16. Estratégias de inferência: permite captar o que não está dito no texto de forma explícita. A inferência é aquilo que “lemos”, mas não está escrito. São adivinhações baseadas tanto em pistas confirmam, e às vezes não; de qualquer forma, não são adivinhações aleatórias. Além do significado, inferimos também palavras, sílabas ou letras. Boa parte do conteúdo de um texto pode ser antecipada ou inferior em função do contexto: portadores, circunstâncias de aparição ou propriedades do texto. O contexto, na verdade, contribui decisivamente para a interpretação do texto e, com frequência, até mesmo para inferir a intenção do autor.

  17. Estratégias de verificação: tornam possível o controle da eficácia ou não das demais estratégias, permitindo confirmar, ou não, as especulações realizadas. Esse tipo de checagem para confirmar – ou não – a compreensão é inerente à leitura.

  18. A seleção de gêneros e textos que serão lidos deve ter como parâmetro, as possibilidades de aprendizagem dos alunos. Assim, três procedimentos básicos precisam ser considerados: a) não selecionar textos fáceis demais, pois isso não possibilitará nem a constituição, nem a ampliação, nem o aprofundamento de habilidades de leitura; b) não selecionar textos difíceis demais, pois isso impossibilitará a compreensão dos textos; c) selecionar textos que sejam mais difíceis, mas que sejam possíveis de serem compreendidos, ainda que isso requeira uma ação colaborativa inicial.

  19. AÇÃO DOCENTE a) Trabalho no Coletivo: coordenado pela/o professora/professor: este é o momento cuja finalidade é, por um lado, fazer circular informações relevantes sobre determinado aspecto do conhecimento, buscando-se a apropriação delas pelos alunos; por outro lado, a intenção é modelar procedimentos – no caso da discussão que ora se coloca, procedimentos de leitura – oferecendo referências aos alunos.

  20. b) Trabalho em Duplas/Grupo: nesse momento, a intenção é, por um lado, observar quais aspectos requeridos coletivamente foram apropriados pelos alunos; por outro, a intenção é criar mais um espaço de interação no qual as informações apropriadas pelos diferentes parceiros circulem, abrindo a possibilidade de novas apropriações e novos aprendizados por todos os envolvidos ou, mesmo, de consolidação de apropriações realizadas.

  21. c) Trabalho Individual: esse é o momento de se constatar quais foram as aprendizagens realizadas, efetivamente, pelos alunos; quais foram os conteúdos apropriados por eles. Nessa etapa, tem-se a informação a respeito de quais aspectos precisarão ser novamente tematizados, reiniciando-se o movimento do trabalho.

  22. OFICINA 01 “ Gesto de Amor”

  23. OFICINA 02 “ Testemunha Tranquila”

  24. Leitura Colaborativa ou Compartilhada. Texto: Testemunha Tranquila Autor: Stanislaw Ponte Preta.

  25. O camarada chegou assim com ar suspeito, olhou pros lados e – como não parecia ter ninguém por perto – forçou a porta do apartamento e entrou. Eu estava parado olhando, pra ver no que ia dar aquilo. Na verdade eu estava vendo nitidamente toda a cena e senti que o camarada era um mau-caratér.

  26. PAUSA 1 • Até agora, quem vocês acham que será a testemunha? • Porque ela estaria tranquila? • O que ela iria testemunhar? • Onde está essa testemunha? • Que pistas no texto nos permitem fazer essa afirmação?

  27. E foi batata. Entrou no apartamento e olhou em volta. Penumbra total. Caminhou até o telefone e desligou com cuidado, na certa, para que o aparelho não tocasse enquanto ele estivesse ali. “Isto”, pensei, “é porque ele não quer que ninguém note a sua presença:logo só pode ser ladrão ou coisa assim” . Mas não era. Se fosse ladrão estaria revistando as gavetas, mexendo em tudo, procurando coisas pra levar. O cara – ao contrario – parecia morar perfeitamente no ambiente, pois mesmo na penumbra se orientou muito bem e andou desembaraçado até uma poltrona, onde sentou e ficou quieto.

  28. PAUSA 2 • Como será que a testemunha consegue saber o que o possível ladrão está fazendo dentro do apartamento?

  29. “Pior que ladrão. Esse cara deve ser um assassino e está esperando alguém chegar para matar”, tornei eu a pensar, e me lembro (inclusive) que cheguei a suspirar aliviado por não conhecer o homem e – portanto – ser difícil que ele estivesse esperando por mim. Pensamento bobo, de resto, pois eu não tinha nada a ver com aquilo.

  30. PAUSA 3 • O que será que a testemunha vai presenciar? • Você mudou de ideia a respeito? • E sobre quem seria a testemunha você mudou de ideia? Explique.

  31. De repente ele retesou na cadeira. Passos no corredor. Os passos, ou melhor, a pessoa que dava os passos parou em frente à porta do apartamento. O detalhe era visível pela réstia de luz, que vinha por baixo da porta.

  32. PAUSA 4 • Como a testemunha consegue enxergar dentro e fora do apartamento ao mesmo tempo? • Que situação está para acontecer? • O que presenciará a testemunha? • Que pistas no texto te permitem afirmar isso?

  33. Som de chave na fechadura e a porta se abriu lentamente e logo a silhueta de uma mulher se desenhou contra a luz. “Bonita ou feia?” pensei eu. Pois era uma graça meus caros. Quando ela acendeu a luz da sala é que eu pude ver. Era boa às pampas. Quando viu o cara na poltrona ainda tentou recuar, mas ele avançou e fechou a porta com um pontapé... e eu ali olhando. Fechou a porta, caminhou em direção à bonitinha e pataco!... tocou-lhe a primeira bolacha. Ela estremeceu nos alicerces e pimba!... tacou outra.

  34. PAUSA 5 • Algum crime está prestes a acontecer? • O que será? • Por que você levantou essa hipótese?

  35. Os caros leitores perguntarão: - E você? Assistindo àquilo sem tomar uma atitude? – A resposta é razoável. Eu tomei uma atitude, realmente. Desliguei a televisão, a imagem dos dois desapareceu e eu fui dormir. ____________________________________________________________ • As hipóteses levantadas por você correspondem ao apresentado no texto? • Que pistas levaram você a estas hipóteses?

  36. OFICINA 03 “ A velha contrabandista” Stanislaw Ponte Preta

  37. A Velha Contrabandista Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha. Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela: - Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?

  38. A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu: - É areia! Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.

  39. Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas às vezes, o que ela levava no saco era areia. Diz que foi aí que o fiscal se chateou:

  40. -Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista. - Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias? - O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha. - Juro - respondeu o fiscal.

  41. - É lambreta.

  42. 1. supondo-se que o fiscal não tenha cumprido a promessa feita a vovozinha e tenha registrado a ocorrência. Como ele relataria o fato ao seu chefe?

  43. 2. Tendo sido feita a denuncia a vovozinha, ficou preza. Na cadeia, ela escreveu uma carta para seu comparsa. Como seria esta carta?

  44. 3. A vovozinha foi denunciada pelo fiscal da alfândega, que não cumpriu a promessa, claro! Em seu julgamento ela precisou de um advogado de defesa. Como você argumentaria em favor da velhinha?

  45. 4. No julgamento da vovozinha, um grupo,fará a sua defesa. O seu papel é o de advogado de acusação e/ou promotor de justiça. Redija um texto argumentando a grave infração cometida pela velhinha.

  46. 5. A vovozinha, condenada, viu que, por sua idade já muito avançada, poderia vir a falecer na cadeia, então, resolveu escrever ao neto, justificando os seus atos e passando para ele as instruções necessárias caso ele resolvesse entrar no “negócio”. Como seria esta carta?

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