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O mar me quer... Maripa. Não sei definir a cor da madrugada Não sei definir a cor da madrugada. O gosto sim. Sabe-me a creme, deleite, polvilhado com canela, a suaves fantasmas da infância a entrar pela janela quando o nascer do Sol me surpreende, ensonada e desprevenida
E N D
Não sei definir a cor da madrugada Não sei definir a cor da madrugada. O gosto sim. Sabe-me a creme, deleite, polvilhado com canela, a suaves fantasmas da infância a entrar pela janela quando o nascer do Sol me surpreende, ensonada e desprevenida a alinhavar palavras, precisas ou sem nexo - sinais da cruz - do carnaval da vida.
Só mais um instante Pára um instante, amor... Deixa-me olhar o branco-rosado das macieiras em flor. Deixa-me beber um cálice do néctar de instantes do nosso passado. Ouve, escuta o arpejo das aves a saltar de ramo em ramo ávidas da melodia do teu beijo no meu beijo. Só mais um instante, amor... Tenho frio. Aqueces as minhas mãos na hora do sol se pôr?
Não é de rosas o mar Face pálida de esperança e réstea de roxo no olhar navego navego nas ondas alterosas do mar espelhado de cristal violeta. Não é de rosas o mar... É de instantes fugídios do relógio que me pulsa. Caixa preta dos últimos devaneios. Não é de rosas o mar... O mar é o limite, a luz do voo onde acendo meus anseios.
É no florir das acácias É no florir das acácias que mora a alegria das estátuas nuas. Habitantes de jardins celestes de árvores desfolhadas. Corpos de pedra - doados ao vento e ao tempo - de sorriso lavado pela chuva cansada de cair. Olhos cegos na esperança de ver acácias florir.
Formatação Zélia Nicolodi Poemas M a r i p a