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Ingressou na carreira das armas em 1775, no posto de alferes da 6ª Companhia do Regimento de Cavalaria Paga de Minas Gerais. Apesar de cumprir sempre com eficiência as difíceis missões de que sempre foi investido em seus quase 14 anos de vida militar, não conseguiu sequer uma única promoção, por ser brasileiro e não ter qualquer padrinho que lhe valesse. “O alferes Joaquim José da Silva Xavier”. José Washt Rodrigues.
A Inconfidência Mineira na verdade não passou de uma conspiração, onde os principais protagonistas eram elementos da elite colonial, homens ligados à exploração aurífera, à produção agrícola ou a criação de animais, sendo que vários deles estudaram na Europa e que organizavam o movimento exatamente em oposição as determinações do pacto colonial, enrijecidas no século XVIII.
Além destes, encontramos ainda alguns indivíduos de uma camada intermediária, como o próprio Tiradentes, filho de um pequeno proprietário e que, após dedicar-se a várias atividades, seguiu a carreira militar, sendo, portanto, um dos poucos indivíduos sem posses que participaram do movimento. Essa situação explica a posição dos inconfidentes em relação à escravidão, muito destacada nos livros de história; de fato, a maior parte dos membros das conspirações se opunha à abolição da escravidão, enquanto poucos, incluindo Tiradentes, defendiam a libertação dos escravos.
Em 1789, o cel. Joaquim Silvério dos Reis e depois o tem.-cel. Basílio de Brito Malheiro e o mestre-de-campo Inacio Correa Pamplona denunciaram a conspiração. Os inconfidentes contavam com um levante popular quando fosse aplicada a derramas, mas isso não ocorreu, pois ela foi suspensa pelo governador. Em maio do mesmo ano o alferes Joaquim Jose da Silva Xavier era preso na Rua dos Latoeiros, no Rio de Janeiro, e levado para a ilhas das cobras. “Prisão de Tiradentes”. Antonio Parreiras.
A 18 de abril de 1792 era proferida a sentença aos 29 presos, sendo 11 condenados à forca e os demais ao degredo na África. A 21 de abril de 1792 Tiradentes foi enforcado no campo de São Domingos, depois esquartejado e os despojos expostos em locais onde exercera seu papel de conspirador. Dos onze condenados à morte no processo da Conjuração Mineira, só Tiradentes não mereceu a graça de ter a sua pena comutada. Sozinho, ele pagou com a vida o sonho de libertar a sua terra. “Martírio de Tiradentes”. Aurélio de Figueiredo.
(...)principal responsável pelo premeditado levante seria executado. Depois de morto deveria ter seu corpo repartido em quartos, distribuídos pelos locais de mais intensa pregação. A cabeça ficaria exposta na praça principal de Vila Rica. Sua casa seria demolida e o terreno salgado, proibindo-se que se edificasse outra no local. “Tiradentes Esquartejado”. Pedro Américo.
Texto e imagens • HISTÓRIA DO BRASIL. Rio de Janeiro: Bloch Editores, v.14. 1972. • HISTÓRIA DO BRASIL. Rio de Janeiro: Bloch Editores, v.15. 1972. • FLORES, Moacyr. Dicionário de Historia do Brasil. 2.ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001. Organização: Nalin Ferreira da Silveira