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DIA DE REIS (Homenagem a minha mãe) Carmo Vasconcelos Automático e sonorizado. Num Dia de Reis, longínquo, mãe, nasceste! Trazias inato o porte de rainha, mas não passaste de aia, e na bainha da realeza, na vida te moveste. Do rei, senhor teu pai, ficaste escrava,
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DIA DE REIS • (Homenagem a minha mãe) • Carmo Vasconcelos • Automático e sonorizado
Num Dia de Reis, longínquo, mãe, nasceste! Trazias inato o porte de rainha, mas não passaste de aia, e na bainha da realeza, na vida te moveste.
Do rei, senhor teu pai, ficaste escrava, e da sua apelidada “mão de ferro”, pois duro era o castigo por leve erro, e p’lo não beija-mão quando chegava.
Então, na mesa, o prato era voltado, a relembrar às filhas esquecidas, que sem o beija-mão não há comidas, e à permuta da ceia fazia-se amado.
Mas fez-te forte a vida, sem carinhos, na altivez orgulhosa das raízes, e não te sendo fáceis os caminhos, soubeste contorná-los sem deslizes.
Foste mulher e mãe, altiva leoa! e de ti, herdei a garra, a fortaleza; dos rectos sentimentos, a nobreza; e a repulsa à mentira que atraiçoa!
Muito obrigada, mãe, por me gerares; plos nãos aos meus caprichos contrariados; e, também, pelos mimos sonegados! - Da minha construção, rijos pilares!
Mais grata te sou, mãe, por não temer, • quer os dias sejam odres de fartura • quer sejam esvaziados de ventura… • E porque ao bem moldaste esta Mulher! • Lisboa/Portugal • 6/Janº/2010
DIA DE REIS Carmo Vasconcelos http://carmovasconcelos.comli.com/ ninitacasa@hotmail.com Formatação Isabel Passos xabeumaria@gmail.com Imagens Google Som CharlieSiem “Estrellita”