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A Tomada de Consciência - O choque das bolas – Jean Piaget. Jonas Tarcísio Reis Mariana Lima Duro. O que queremos ver?. O choque das bolas pág. 94.
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A Tomada de Consciência- O choque das bolas –Jean Piaget Jonas Tarcísio Reis Mariana Lima Duro
O choque das bolas pág. 94 • Não é uma experiência de causalidade (previsão e explicação) e sim de alcançar objetivos, analisando as ações, determinando a TC e conceitos constituídos. • O sujeito não deve deduzir suas conseqüências, mas analisar os dados observados a partir de suas ações espontâneas (TC), dos objetos (efeito das ações) e de que maneira a conceituação leva às coordenações.
A técnica adotada: • Duas bolas (A e B), sendo B que recebe o choque de A, e um objeto C (boneco).
O método • Dê um jeito de derrubar o boneco. • I- Dê um jeito de derrubar o boneco utilizando as duas bolas e sem deslocá-las. • II- Dê um jeito de NÃO derrubar o boneco, utilizando as duas bolas, sem deslocá-las e de modo que ultrapasse o boneco. • III- Acerte o boneco (localizado à 45º de B).
Obtendo sucesso ou não, após tantas tentativas quantas o sujeito quiser: • Como você fez? (saber se a escolha do ponto de impacto foi consciente ou não). • Caso o sujeito obtenha sucesso: • Agora diga-me como faço. (simular incompetência) • Caso o sujeito fracasse nas questões II ou III: • Observe como eu faço (sucesso). • Explique o que eu fiz. • Imite-me.
NÍVEL IA (4;6 , 6;6) • Dificuldade em compreender as regras (trocam de posição, utilizam uma bola ou duas ao mesmo tempo, arremessam de modo que não ultrapassa o boneco). • Sucesso prático quase geral, fracasso na antecipação e explicação. • Acreditam que as bolas desviam-se sozinhas, que ambas derrubam o boneco, colocam a força como elemento desencadeador de diferenças nas direções.
NÍVEL IA (4;6 , 6;6) • O sujeito compreende naturalmeme, de imediato, que, para não atingir o objeto C é preciso arremessar as bolas de lado, e eles começam por fazê-lo, esquecendo a instrução dada a respeito, mas, uma vez que esta é lembrada, conseguem então, em sua ação efetiva, visar a B em seu lado e evitar C. • Mesmo agindo com êxito, não conseguem explicar (acreditam que em todas as situações as bolas chocam-se no centro). Não há TC detalhada, mas sim do resultado do ato, que é observado.
“ As ações particulares do sujeito não são acompanhadas de uma TC adequada e, por falta dessa conceituação suficiente da ação própria, essa é atribuída às próprias bolas numa causalidade por poderes psicomórficos. Será necessário uma maior coordenação das ações para chegar a uma causalidade de nível superior”.
NÍVEL IB (5,7) • O Sujeito distingue sua ação sobre a bola A e a de A sobre a bola B que atinge ou não o boneco. - No entanto, essa melhor conceituação da ação não leva a uma atenção maior para os pontos de impacto, sequer a uma explicação causal mais adequada dos trajetos seguidos pela bola. Ou seja, a TC do IB é a mesma do IA.
NÍVEL IIA (6;6 , 8) • Há TC sobre o ponto de impacto. Prevêem uma partida de lado da bola passiva (que varia conforme o ponto de impacto) ao direcionar a bola ativa (arremessada). • Há uma coordenação entre dois movimentos.
NÍVEL IIA (6;6 , 8) • Problemas: 1. Origem da coordenação: a coordenação das direções resulta de uma coordenação das próprias ações. Esse fato é explicável pois uma seqüência de ações particulares se corrigem reciprocamente por feedback e chegam a uma coordenação superior as ações sucessivas. Essa coordenação das ações pode levar a seguinte inferência: “devendo arremessar A contra B para transmitir-lhe um movimento e devendo orientar B numa direção que não coincide com a linha que liga o sujeito à peça de madeira”.
NÍVEL IIA (6;6 , 8) • Problemas: 2. Relação da coordenação com a causalidade: quando compreendida a coordenação das direções distintas o sujeito atribui o desvio à sua própria ação. - Fracasso na questão III (escolha do ponto de impacto).
NÍVEL IIB -Êxito na questão III (não se contentam com uma generalização a partir da Questão II). - Compreendem correspondência entre direções diferentes e pontos de impacto diferentes.
NÍVEL III • Formulação mais geral da lei (necessidade dedutiva).
Conclusões • Nível IA • Sucesso precoce das ações. • Cada uma das ações particulares é parcialmente consciente: • Consciência da intenção: evitar a peça de madeira. • Consciência de certa parte da realização: deslocar B ou arremessar A contra B. • Não há consciência sobre a influencia da ação precedente sobre a seguinte. Sujeito nega para evitar contradição.
Conclusões • Nível IIA • Sujeito chega a uma leitura correta dos dados observados (atenção ao ponto de impacto), acarretando uma melhor tomada de consciência da ação, devido a um início de compreensão causal. • Origem da compreensão causal: ela supõe uma coordenação inferencial a partir dos dados de observação. Por isso, precisamos distinguir a TC das ações particulares (dependentes das observações do objeto) e a coordenação das ações onde é extraída a conceituação (por abstração refletidora) constituindo a fonte das coordenações causais.
Conclusões “ Os diversos aspectos desse desenvolvimento parecem, pois, conformes a essa dialética geral do sujeito e do objeto, segundo a qual os dados de observação relativos ao objeto esclarecem os do sujeito, sob forma de uma tomada de consciência das ações particulares, ao passo que a coordenação de um conjunto destas conduz às coordenações inferenciais que, por sua vez, aclaram as coordenações causais que ligam os objetos”.