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Agenda Mediática

3. Três agendas temáticas: Agenda mediática, Agenda pública, Agenda Política. Agenda Mediática. Jornalismo: Defindior da Agenda?Conceito de Jornalismo; Construção Social da Realidade; Por que é que as Notícias são como são?; Agenda Setting ; Tematização. Jornalismo: Definidor da Agenda?.

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Presentation Transcript


  1. 3. Três agendas temáticas: Agenda mediática, Agenda pública, Agenda Política Agenda Mediática Jornalismo: Defindior da Agenda?Conceito de Jornalismo; Construção Social da Realidade; Por que é que as Notícias são como são?; Agenda Setting; Tematização.

  2. Jornalismo: Definidor da Agenda? • O conceito de jornalismo / Construção Social da Realidade; • O papel dos media na sociedade; • Por que é que as notícias são como são?: visão de Michael Schudson sobre onewsmaking.

  3. Conceito de Jornalismo “O jornalismo é feito de idealismo, de energia pessoal e de perguntas, além de uma dose de conhecimentos diversos visando informar bem o leitor”. A. Vivaldo de Azevedo, Noções de Jornalismo Aplicado Atributos do Jornalismo: • Atualidade; • Periodicidade; • Universalidade; • Fidelização ao Facto; • Rapidez; • Difusão; • Publicidade.

  4. O Conceito de Jornalismo • O Jornalismo apresenta concepções de natureza social, ideológica e cultural. Orientação do conceito de jornalismo: • Democratização das sociedades; • Criação de uma esfera pública (Habermas); • Participação em assuntos cívicos; • Desenvolvimento da identidade nacional e cultural; • Promoção da livre expressão e diálogo.

  5. Conceito de Jornalismo • Intervenção do Estado é necessária para organizar e/ou regular a actividade dos media. • No binómio liberdade / responsabilidade, há que contemplar a auto-regulação e a hetero-regulação. A auto-regulação é esperada dos jornalistas, dos profissionais da Comunicação Social, “no pressuposto de que dão corpo e voz ao direito fundamental (e universal) à liberdade de expressão mas, simultaneamente, devem dar resposta ao não menos fundamental direito de todos os cidadãos a uma informação completa, rigorosa, fiável e independente” (Fidalgo, 2007: 199). No edifício auto-regulador, há que considerar o público. Pois, a “responsabilidade dos media é uma responsabilidade “para com” alguém e, nesse sentido, o imperativo de prestação de contas (ou accountability) à sociedade por aquilo que se faz, como se faz, acaba por ser o corolário obrigatório de uma postura efectivamente responsável (ibid.: 200). No caso da hetero-regulação, a entidade não está ligada ao governo nem aos actores directamente envolvidos com o tema (Silva, 2008: 2-4). No caso português, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

  6. Construção social da realidade (Gaye Tuchman) Gaye Tuchman, em 1978, com base na observação participante, enfatizou o papel do jornalismo para a construção social da realidade. Destacou que, em grande medida, são as rotinas produtivas a configurar os conteúdos da informação e que as notícias nos indicam como observar e interpretar a realidade. • TUCHMAN, Gaye, Making News. A Study in the Construction of Reality, New York, The Free Press, 1978

  7. Construção social da realidade (Gaye Tuchman) • Mundo social e noticiabilidade; Rede de contactos e fontes de informação: Secções temáticas dos media • Conhecimento da rotina dos jornalistas: Credibilidade das fontes e noticiabilidade • Media legitimam acontecimentos, movimentos e significados sociais: Formas estandardizadas de ver a realidade A notícia é uma realidade construída e uma forma de conhecimento.

  8. Construção Social da Realidade • Formatos e temáticas para organização da informação; • Conteúdos e consciência social; • Observação indirecta do mundo e seus fenómenos; • Fontes de informação e orientação temática das notícias; • Rotinas e relação entre jornalista e fonte.

  9. Construção social da realidade (Gaye Tuchman) • “O ato de produzir a notícia é o ato de construir a própria realidade e não tanto a imagem da realidade”. • TUCHMAN, Gaye (1978), Making News. A Study in the Construction of Reality. New York: The Free Press.

  10. Por que é que as notícias são como são? • Visão de Michael Schudson sobre o newsmaking: • «As explicações para as notícias serem o que são só têm interesse se pressupomos que não é óbvio as notícias serem o que são. (...) Se estivermos convencidos de que as notícias apenas espelham o mundo exterior ou que elas simplesmente imprimem os pontos de vista da classe dominante, nesse caso não é necessária mais nenhuma explicação» (SCHUDSON, 1988:17). • SCHUDSON, M., (1988), Porque é que as Notícias são como são, Jornalismos – Revista de Comunicação e Linguagens, 8: 17-27

  11. Por que é que as notícias são como são? • Ação Pessoal • Ação Social • Ação Cultural • Pela ação pessoal, as notícias são vistas como um produto das pessoas e das suas intenções; • A ação social enfatiza o papel das organizações (mais do que a soma das pessoas que as constituem) e dos seus constrangimentos na conformação da notícia; • A ação cultural perspetiva as notícias como um produto da cultura e dos limites do que é culturalmente concebível no seio dessa cultura.

  12. Ação Pessoal • «As notícias são um produto das pessoas e das suas intenções». • A construção da notícia é um processo que ultrapassa cada pessoa em particular, especialmente quando se integra num grupo. • As notícias têm sempre a marca da ação pessoal de quem as produz, embora temperada por outras forças que influenciam essa produção.

  13. Ação Social • «As notícias são um produto das organizações e dos seus constrangimentos» • Dados do Segundo Inquérito Nacional aos Jornalistas Portugueses (1997), dirigido por José Luís Garcia: • 90,6% dos jornalistas inquiridos afirmou já ter sofrido pressões no exercício da actividade: “muitas vezes” - 30,3% /“poucas vezes” - 60,3% • 43,2% dos jornalistas inquiridos afirmou que existem tantas pressões internas como externas: Pressões externas: grupos de interesse político-partidários (85,8%); empresariais (61,5%); governamentais (57,1%); desportivos (41,6%); religiosos (20,8%) e jornalísticos (20,4%). Pressões internas: administração (47,1%); direcção de informação (43,4%) e chefias (41,2%).

  14. Ação Social • Ver: Relatório da Comissão de Ética, Sociedade e Cultura: • http://www.parlamento.pt/ArquivoDocumentacao/Documents/coleccoes_relatorio.pdf

  15. Ação Cultural • «As notícias são um produto da cultura e os limites do concebível que uma cultura impõe». • A abordagem pela ação cultural dá menos atenção às relações sociais particulares e destaca a importância da história e tradições da sociedade na qual se desenvolvem as relações sociais.

  16. Bibliografia • MCQUAIL, Dennis (2003), Teoria da Comunicação de Massas. Porto: Fundação Calouste Gulbenkian. • SOUSA, Jorge Pedro (2000), As Notícias e os Seus Efeitos. As Teorias do Jornalismo e dos Efeitos Sociais dos Media Jornalísticos, Coimbra: Minerva Editora.

  17. Hipótese do Agenda Setting Walter Lippman (1922) “Public Opinion” Robert Ezra Park: tematização – agendamento: na sua obra “The city” (1925) assinala o poder dos meios de comunicação no estabelecimento de prioridades temáticas.

  18. Hipótese do Agenda Setting • Jorge Pedro Sousa esclarece a observação de Lippmann: “abordava-se pela primeira vez a questão da representação da realidade social através da imprensa: os meios jornalísticos não reproduziam a realidade, antes tenderiam a representar estereotipadamente essa realidade, criando, assim, um “pseudo-ambiente” (para usar a expressão de Lippman) dissonante da realidade em si mas referencial para as pessoas, que o veriam como o verdadeiro “ambiente””(1999).

  19. Hipótese do Agenda Setting • Maxwell McCombs e Donald Shaw são os pioneiros na apresentação da hipótese do agendamento no seu artigo intitulado The Agenda Setting Function of Mass Media (1972). • Os media não podem noticiar tudo o que lhes chega – necessidade de aplicar critérios de noticialidade, a necessidade de escolher. • Este estudo tinha o propósito de investigar a capacidade de agendamento dos media na campanha presidencial de 1968 nos Estados Unidos, além de confrontar o que os eleitores de Chapel Hill (local escolhido para a realização da pesquisa) afirmaram ser as questões-chave da campanha com o conteúdo expresso pelos media (McCOMBS e SHAW, 1972 In: TRAQUINA, 2000). • Os autores pretendiam averiguar, também, se as ideias que os votantes julgavam como temas mais relevantes eram moldadas pela cobertura jornalística dos media(WEAVER, 1996).

  20. Hipótese do Agenda Setting • CONCLUSÕES: • Os media reproduzem, de forma imperfeita, os discursos políticos; • Os eleitores concordam com as ideias, que são definidas importantes pelos media, demonstrando assim que os media têm a capacidade de influenciar a projeção dos acontecimentos na opinião pública. • Estabelece-se um ambiente fabricado e montado pelos media, e surge, assim, o caráter de agendamento dos media.

  21. Hipótese do Agenda Setting • Um estudo demonstrou que, quanto maior é a necessidade de orientação da pessoa, maior é a sua exposição à informação política dos mass media (Weaver, McCombs, Spellman, 2000: 63 e segs.). • E que quanto maior é a necessidade de orientação, menor é a distância entre as agendas dos eleitores e as dos media (McCombs, Weaver, 1973).

  22. Hipótese do Agenda Setting Cohen (1963): • “Embora a imprensa, na maior parte das vezes, possa não ser bem sucedida ao indicar às pessoas como pensar, é espantosamente eficaz ao dizer aos seus leitores sobre o que pensar” (MCCOMBS e SHAW, 1972 In: TRAQUINA, 2000: 49). McCombs e Shaw (1972): • Mais do que fazer as pessoas pensar de determinada maneira, os media indicam sobre o que pensar. Lang e Lang (1966): • Os media sugerem sobre o que se deve pensar, saber e sentir, pela forma como centram a sua atenção em determinadas questões, em detrimento de outras (LANG e LANG, 1966 In MORAGAS, 1985: 89-90). Barros Filho (2001, p. 169) • “um tipo de efeito social da mídia. É a hipótese segundo a qual a mídia, pela seleção, disposição e incidência de suas notícias, vem determinar os temas sobre os quais o público falará e discutirá”.

  23. Hipótese do Agenda Setting Lang e Lang, 1966 In: Moragas, 1985, pp.89-90: • “Os mass media centram a atenção em certas questões. Constroem imagens públicas de figuras políticas. Apresentam constantemente objetos que sugerem em que deveríamos pensar, o que deveríamos saber e o que deveríamos sentir....Os materiais que os meios de comunicação selecionam podem nos dar uma semelhança de um 'conhecimento' do mundo político.

  24. Hipótese do Agenda Setting A hipótese do agenda setting: • Analisa os efeitos da agenda mediática na opinião pública; • Objectivos: (1) Entender a natureza das notícias. Analisar as suas principais características; (2) Analisar a apropriação dos acontecimentos pelos media; • Apresenta os meios de comunicação social como a instituição que indica ao público aquilo sobre o que deve estar informado, uma visão do mundo e da realidade de carácter subjectivo, pela mediação que exerce. Molotch e Lester (1974): As notícias dão a conhecer às pessoas aquilo a que não puderam assistir directamente – “creating a second hand reality”

  25. Hipótese do Agenda Setting • Agenda-setting é composta por (ponto de vista dos media): • (1) Agenda Pública: diz respeito ao conjunto de temas que a sociedade estabelece como relevante e lhe dá prioridade. Esta agenda atende às questões mais debatidas e importantes para o público. • (2) Agenda dos Media: pode ser definida pela prossecução dos seus interesses próprios, pela orientação editorial e alargamento da sua difusão. Tome-se, como exemplo, o fomento do sensacionalismo, de forma a assegurar maior tiragem e proveitos publicitários. • (3) Agenda Política: define-se pelo espaço reservado pelos media aos temas de natureza política. Há uma preocupação com as acções políticas. Os media são o alvo prioritário de uma campanha política, pois, através destes, os políticos conseguem atingir, em vasta escala, a população.

  26. Teoria da Tematização • Conceito apresentado por Niklas Luhmann (1978) e pretendia traduzir o processo de definição, estabelecimento e reconhecimento público dos grandes temas através da comunicação social, dos grandes problemas políticos que constituem a opinião pública através dos meios de comunicação social”(Saperas, 1993: 88). • “processo de selecção e de valorização de determinados temas de interesse introduzidos de forma contingente [isto é, incerta] na opinião pública, entendida como estrutura temática contingente, que reduz a complexidade social dos diversos subsistemas ou sistemas parciais em que opera.” • Saperas (1993: 94)

  27. Teoria da Tematização • A investigação, em torno da tematização, encontra-se orientada para a compreensão e avaliação dos efeitos sócio-cognitivos da comunicação social nas sociedades pós-industriais, partindo da ideia de que se precisa de encontrar um novo conceito de opinião pública que se ajuste à complexa sociedade atual (Saperas, 1993). • Assim, para Agostini (1984), a tematização corresponde: • “Um processo que se realiza na relação estabelecida entre o sistema político e a opinião pública, através da mediação dos mass media. Desta maneira (e esta é uma diferença fundamental em relação à teoria do agenda-setting) os meios de comunicação têm sido considerados não como os protagonistas, mas só, precisamente, como os mediadores desta relação.”

  28. Teoria da Tematização • “A opinião pública já não se define pela livre discussão de opiniões sobre temas, mas sim através de uma actividade selectiva exercida pelos meios de comunicação que atribuem certa relevância a determinados temas na comunicação pública.” • SAPERAS, E. (1993) − Os Efeitos Cognitivos da Comunicação de Massas. Porto: Asa

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