821 likes | 1.62k Views
ANÁLISE DE CONTEÚDO. OBJETIVO Apresentar a técnica de Análise de Conteúdo. 2.
E N D
OBJETIVO • Apresentar a técnica de Análise de Conteúdo. 2
O privilégio conferido à fala no contexto da clínica psicológica, traz como exigência o uso de técnicas de análise que considerem a importância da linguagem enquanto dispositivo central não somente como co-extensiva à existência humana, mas principalmente como instigadora da humanização do homem. 3
Análise de Conteúdo • Laurence Bardin, • Professora da Universidade de Paris V • Bardin, L. (1977). Análise de Conteúdo. Portugal: Edições 70. • O que é análise de Conteúdo? • É um conjunto de técnicas de análise das comunicações . • É um conjunto de instrumentos metodológicos que se aplicam a discursos os mais diversificados. 4
Tudo o que é dito ou escrito é susceptível de ser submetido a uma análise de conteúdo (Henri & Moscovici). 5
A análise de conteúdo é um método dependente do tipo de “fala” a que se dedica e do tipo de interpretação que se pretende como objetivo. • Para se adequar ao domínio e ao objetivo pretendidos, a análise de conteúdo tem que ser reinventada a cada momento. 6
Porquê a análise de conteúdo? • Destituir a intuição das significações em prol da construção das significações (eliminar a projeção da própria subjetividade) • Vigilância crítica • Tornar a leitura válida e generalizável • Descobrir conteúdos e estruturas que confirmam o que se procura demonstrar a propósito do “objeto de análise”. 7
Em resumo, duas funções: • Função heurística: enriquecer a tentativa exploratória e aumentar a propensão à descoberta. • Função de administração da prova: sistematizar a análise no sentido de uma (verificação) de questões e hipóteses. 8
Descrição analítica • Tratamento da “informação” contida nas mensagens (conteúdo e continente) segundo procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. • As regras básicas da descrição devem ser: • Homogeneidade: não se misturam coisas diferentes; • Exaustão: esgotar a totalidade do texto; • Exclusividade: um elemento não pode ser classificado em duas categorias diferentes; • Adequação: adaptadas ao conteúdo e ao objetivo • Objetividade: codificadores (analistas diferentes) devem chegar a resultados iguais. 9
Para seguir as regras, o analista deve estabelecer: • A Unidade de Codificação – aquilo que do “texto” é definido como o que será considerado e o que será excluído da análise. • Palavra, Frase, Texto, Pintura, Detalhe da pintura, etc. • Nas investigações psicológicas, geralmente, as unidades de codificação poderão ser: 2. A Unidade de Registro é a unidade de significação a codificar e corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade de base, visando a categorização. Exemplos: • A palavra • O tema: “núcleos de sentido” • O personagem: o ator (humano ou não) • O acontecimento, etc. 10
3. A Unidade de Contexto serve como unidade de compreensão para codificar a unidade de registro e corresponde ao segmento da mensagem, cujas dimensões (superiores às da unidade de registro) ajudam a compreender a significação exata da unidade de registro. Exemplo: • Unidade de registro: a palavra TRAUMA • Unidade de Contexto: Psicanálise • Unidade de Contexto: Ortopedia • Dentro da Unidade de Contexto a Unidade de Registro terá interpretações diferentes. 11
Unidade de Contexto: Psicanálise ou Ortopedia Unidade de Registro: Trauma 12
AInferência • A análise de conteúdo aparece como um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. • Mas a descrição dos conteúdos é insuficiente. O que nos interessa reside no que estes podem nos ensinar após serem tratados (por classificação, por exemplo). • A intenção da análise de conteúdo é a inferência de conhecimentosrelativo ao objeto de nossas investigações. 13
Os saberes deduzidos dos conteúdos podem ser de natureza psicológica, sociológica, histórica, econômica, etc. Exemplo: • Análise de conteúdo de caixotes de lixo • Comportamento dos habitantes de umadeterminada região • Sobre o seu nível socio-econômico • As modalidades de desperdício numasociedade abundante • Sobre os hábitos de consumo num período • A descrição dos conteúdos permite a partir de uma inferência a dedução de saberes 14
Descrição A Enumeração das característica do texto, resumidas após tratamento Inferência (Deduzir de maneira lógica) Procedimento intermediário, vem permitir a passagem controlada, da descrição à interpretação Interpretação A Significação concedida às características do texto 15
Leitura Cotidiana Análise de Conteúdo Se So Se So Variáveis inferidas “um Outro sentido” • A leitura efetuada pelo analista do conteúdo das comunicações não é, ou não é unicamente, uma leitura “cotidiana”, mas antes o realçar de um sentido que se encontra em outro plano. • Não se trata de atravessar significantes para atingir significados, à semelhança da decifração normal, mas atingir através de significantes ou de significados (manipulados), outros significados de natureza psicológica, sociológica, política, histórica, existencial, etc. 16
Organização da Análise • Pré –análise – fase da organização, período de intuições: tornar operacionais e sistematizar as ideias iniciais, produzir um esquema preciso do desenvolvimento das operações sucessivas, num plano de análise. • A Exploração do Material – execução de diferentes operações estabelecidas na pré-análise. • Tratamento dos Resultados obtidos e Interpretação – tornar significativos e válidos os resultados brutos encontrados. 17
Desenvolvimento de uma análise Leitura Flutuante Escolha de documentos Formulação de hipóteses e dos objetivos Referenciação dos índices Elaboração de indicadores Constituição do Corpus Dimensão e direções de análise Regras de recorte, de categorização, codificação Preparação do material Teste das técnicas Exploração do Material Administração das técnicas Sobre o corpus Tratamento dos resultados e Intepretações Operações quantitativas ou qualitativas Síntese e seleção dos resultados Inferências Interpretação Outras orientações Utilização das Interpretações para uma nova análise com fins teóricos e pragmáticos 18
Bibliografia: Bardin, L. (1977). Análise de Conteúdo. Portugal: Edições 70. Miranda, F.J. (2001). A performatividade dos Atos de Fala de Freud: um estudo exploratório sobre o fazer psicanalítico. Tese de Doutorado não publicada. Universiade de Brasília. Mucchielli, R. (1979). O Questionário na Pesquisa Psicossocial. São Paulo: Martins Fontes. 19