FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS NATURAIS. Ms. Luciane Sgarbi S. Grazziotin.

1. FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS NATURAIS. Ms. Luciane Sgarbi S. Grazziotin.

2. Dois eixos O ensino e a aprendizagem de Ciências Naturais: fundamentada em torno de dois referenciais teóricos • Construtivista • Estudos Culturais

3. Primeira semana Objetivos • Que o ensino de Ciências Naturais nas nossas escolas está vinculado a um processo histórico de desenvolvimento das políticas de educação no Brasil. • Que não existe uma verdade sobre o ensino de Ciências Naturais, que existem teorias construídas ao longo da evolução da humanidade, sobre as quais devemos refletir, tentando adaptá-las à realidade na qual estamos trabalhando. • Que o ensino de Ciências Naturais tem uma estreita relação com o que se denominou na modernidade de “senso comum”, sendo que o entendimento desse conceito e sua relação com a ciência são fundamentais para a condução da disciplina de Ciências Naturais nas séries iniciais.

5. Segundasemana Objetivos • Entender os conceitos que envolvem uma abordagem construtivista do ensino Ciências Naturais. • Relacionar o ensino de Ciências Naturais na Educação Infantil e nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental a uma prática voltada as concepções teóricas construtivistas. • Identificar atividade práticas que traduzem uma forma construtivista de trabalho em sala de aula na disciplina em questão.

8. Terceira semana Objetivos • Compreender os elementos que norteiam o ensino de Ciências Naturais na perspectiva dos estudos culturais. • Analisar os pressupostos teóricos do texto “O que são Estudos Culturais”. • Compreender os principais aspectos que embasam essa linha teórica, estabelecendo relações com os assuntos vinculados às Ciências Naturais e a forma como esses são abordados principalmente pela mídia e pelos livros didáticos.

9. Identidade • “A questão da identidade está sendo extensamente discutida na teoria social. Em essência, o argumento é o seguinte; as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado. Assim a chamada “crise de identidade” é vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social.” (Hall, 1999, p. 12).

10. “Assim, o sujeito unificado e estável, dotado de razão, de consciência e de ação está se tornado fragmentado, composto não de uma única, mas de várias identidades. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, que não são unificadas ao redor de um “eu” coerente. Dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas”. (Hall, 1999, p. 13).

11. Não somos somente bons ou maus, bonitos ou feios, limpos ou sujos, num dualismo linear e fixo. Somos muitos, nossos alunos e alunas são algo ou alguém dependendo das circunstâncias que os cercam, “[...] desaparecendo a circunstancia desaparece o sujeito, como um rosto desenhado na areia” (Foucault, p. 325)

12. cultura “Na perspectiva dos estudos culturais sobre tudo naquela inspirada pelo pós-estruturalismo[...], que é o que nos interessa pensar nesse momento, [...] a cultura é teorizada como campo de luta entre os diferentes grupos sociais em torno de uma significação. A educação e o currículo são vistos como campo de conflito em torno de duas dimensões centrais da cultura: o conhecimento e a identidade”. (Silva, 2000, p. 32) Pensando nisso, o ensino de Ciências numa perspectiva cultural, trabalha com as relações de poder que estabelecem as “verdades científicas” e os discursos que as naturalizam. “A escola tem um papel importante na reprodução desta relação de dominação cultural” (ibidem)

13. poder Trabalhar a idéia de poder aqui é interessante, pois na perspectiva que estamos analisando, pós-estruturalista inspirada em Foucault, o poder é concebido como descentralizado, horizontal e difuso. Isso quer dizer que o poder não está centralizado no estado, ou no capital econômico, social, cultural. Quando dizemos “poder difuso”, significa que o encontramos em diferentes instâncias dependendo do discurso que legitimará uma forma de pensamento, não são poderes centralizados, são relações de poder que estão em cada um enquanto efeito de linguagem. Partindo desses conceitos e estudando outros textos vamos, como disse anteriormente, construído de forma processual e gradativa as formas de trabalhar um outro currículo de Ciências Naturas.

16. Quarta semana Objetivos • Analisar alguns aspectos que norteiam as questões de gênero, corpo, etnia e sexualidade. • Compreender como a escola produz e reforça as diferenças. Partindo dessa compreensão, questionar seus efeitos sobre os sujeitos. • Repensar a forma de abordagem dos assuntos em questão, presentes nos currículos de Ciências Naturais, de forma a construir um novo olhar, ampliando seu sentido para além de aspectos fisiológicos e anatômicos.

18. Agora que você já assistiu o CD-ROM e leu os textos, vamos fazer uma reflexão sobre como assuntos que aparecem nos livros didáticos de Ciências e estão presentes nos currículos, relacionam-se a outras questões, indo além de simples conteúdos a serem ensinados. Questões que envolvem a cultura, envolvem processos de ser e estar na sociedade, processos esses de relativização de verdades até então dadas como inquestionáveis.

19. Os marcadores sociais como classe, raça, etnia, nacionalidade e cultura estão em constante mudança e dependem do significado que a sociedade dá a eles. Esses significados podem ou não ser partilhados por aqueles aos quais estamos ensinando. Mas é importante perceber que a sociedade produz significados, assim, quando os livros didáticos de Ciências falam de sexualidade, de gênero e de etnia, eles, através de imagens e textos produzem um significado para esses marcadores. Assim como as histórias infantis, as músicas, os filmes do Walt Disney produzem significados que a sociedade consome e a escola, que dela faz parte, legitima. A escola de modo geral reproduz essas concepções e as traduz como verdades.