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Profa. Isabel Lima. TENDA DOS MILAGRES. UM POUCO DA OBRA.
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Profa. Isabel Lima TENDA DOS MILAGRES
UM POUCO DA OBRA... • SITUA O AMBIENTE DO PELOURINHO, que ele denomina, “Universidade vasta e vária... Nas portas do Carmo e em Santo Antônio Além-do-Carmo, na Baixa dos Sapateiros, nos mercados, no Maciel, na Lapinha, no Largo da Sé... Sete Portas, Barroquinha e Rio Vermelho, em todas as partes onde homens e mulheres trabalham metais, madeiras, misturam ritmos. Saberes orais, aprendidos muitas vezes distante do saber institucionalizado.” (p. 01)
Um pouco de Pedro Archanjo • “de incomparável paixão popular, bandeira de luta contra o racismo, o preconceito, a miséria e a tristeza.” (p. 09) – fala do sociólogo Fausto Pena • “um homem notável, de idéias profundas e generosas, um criador de humanismo...” (p. 14) – fala de James Levenson, prêmio Nobel de Ciência. • “Quem é esse tal de P.A., do qual nunca se ouviu falar?” – jornalistas, boquiabertos com a repercussão de um escritor até então desconhecido. • “sabia do negro vindo escravo da África, do português degredado da Corte, do cristão-novo fugido da inquisição.” (p. 27) • Criador de teses antirracistas, um estudante, sócio de uma gráfica comentara ao ler seus livros: “(Ele) era um retado, desmascara toda aquela corja de charlatães da Faculdade.” (p. 27)
Após os elogios de Levenson... • Inúmeros textos, artigos, comentários, muitos sem validade. Aproveitando a ocasião da proximidade com o centenário, em dezembro, para tanto foram criadas comissões comemorativas, sessão solene no Instituto Histórico e Geográfico. Por intermédio da prefeitura de Salvador e Secretaria de Educação, nomear de Pedro Archanjo uma rua e escola de Salvador. • Para tanto, empresas de publicidade cuidam da propaganda. Tem-se, dentre os textos o que foi eleito como melhor: “Brinde o centenário de Archanjo com chope Polar. / Se fosse vivo P.A. escreveria seus livros com máquina elétrica Zolimpicus. / No ano do centenário de Archanjo, o Centro Industrial constrói a nova Bahia. / Em 1868 nasceram dois gigantes na Bahia: Pedro Archanjo e a Archote LTDA.” • Também estudantes de ensino básico são estimulados a construir textos, em alternativa ao seminário, no dizer de Dr Pinto e alguns outros, “Perigo e grande... Esse seminário com temática explosiva – mestiçagem e apartheid” (p. 114 – R.D.)
Indagações e aprendizado popular • “Se Hitler ganhasse a guerra poderia ou não matar tudo que não fosse branco puro, acabando de vez com o resto do povo? – pergunta de Maluf, ao que o ferreiro responde calorosamente: “Nem Deus, que fez o povo... Vai matando de um a um e quanto mais ele mata, mais nasce e cresce gente e há de nascer, de crescer e de se misturar...” (p.23) • Antes de morrer queria anotar o que ouviu, a prodigiosa frase. Pouco antes do último suspiro arfa pela dor, lembra de amigos, amores, tinha o desejo de ... dançar, cantar, comer xinxim de galinha, moqueca de peixe.
O corpo de P.A. é encontrado por três conhecidos, o santeiro, Mané Lima e Major Damião. Seu corpo é levado para casa de Ester, a contragosto do policial a paisana. Velado na Igreja do Rosário dos Pretos, por ser membro antigo da confraria, com direito a missa de 7º dia, velório no templo. Posteriormente, seu corpo é conduzido por uma carroça aberta, sendo acompanhado por bêbados, prostitutas, amigos, ele sai “vestido de vermelho, com uma rosa vermelha na mão, em ritual nagô”.
Resistência • Por não ser estruturado de modo linear é narrado após a morte e enterro de P.A., a repressão aos blocos afro, exemplo de quando o Afoxé Filhos da Bahia saem junto a P.A. rendendo homenagens a República dos Palmares e Zumbi. A partir de então é proibida a entrada dos afoxés pela polícia. A população, por sua vez, se sensibiliza com a luta e ousadia de P.A. e seus companheiros e muitos aliam-se a eles. “O desfile teve uma conotação político-ideológica, convertendo-se em protesto, em rompimento com a ordem injusta.” Em decorrência disto, a cada ano crescia os cordões relativos a movimentos negros e de matriz africana, em repercussão, visibilidade.
Obras de P.A. • “A vida popular na Bahia”; “Influências africanas nos costumes da Bahia”; “Apontamentos sobre a mestiçagem nas famílias baianas” e “A culinária baiana”. • P.A. estuda/ pesquisa obstinadamente, com método, conhecimento do cotidiano e também pesquisa no cotidiano da cidade, das pessoas. Ele preparou-se tecnicamente, intelectualmente para combater teorias e opiniões racistas, ao que ele responde – “Tudo isso, camarada, é devido a esses professores e suas teorias. É preciso combater a causa, meu bom. Escrever cartas para os jornais, protestando, é útil mas não resolve.” • Considerada a mais polêmica das obras, “Apontamentos sobre a mestiçagem...” combate as ideologias racista de Nilo Argolo, “não havia família sem mistura de sangue... “(p. 118) – Dedica a Nilo Argolo, dizendo ser primo de um tataravô em comum.
SOBRE A OBRA T.M. • Romance regionalista moderno; • Visão crítica das relações sociais, crítica ao sistema capitalista; • Afirma a mestiçagem, sincretismo, cultura popular; • Critica o nazi-fascismo, a ditadura; • Olhar do povo, combate em relação a intolerância religiosa e discriminação racial.
Romance de tese – Obra organizada de modo a defender e comprovar determinadas ideias, traz exemplos considerados bem sucedidos de mestiçagem, ex: Zabela; Tadeu, outros; • Marxismo e Estudos Culturais; • Identidade Nacional pautada na mestiçagem, raças, saberes, culturas;
Discussões em torno de Jorge Amado • A sexualidade desenfreada do homem e mulher negros; • A mulher valorizada tão somente em seus dotes físicos; • Visão idealista da mestiçagem; Estamos preparados para ser mestiços?