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com Karla Lucia Bento

Conferência de Encerramento. com Karla Lucia Bento. Semear. Ultimamente venho falando muito de sementes... Saturnino De La Torre plantou em mim esta ideia quando comentou sobre jogar sementes em terra boa, em terra fértil. E como acreditar que a terra é fértil?.

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Presentation Transcript


  1. Conferência de Encerramento com Karla Lucia Bento

  2. Semear... • Ultimamente venho falando muito de sementes... • Saturnino De La Torre plantou em mim esta ideia quando comentou sobre jogar sementes em terra boa, em terra fértil

  3. E como acreditar que a terra é fértil? • Se tudo que encontramos é aridez? • Se o que está ao alcance dos olhos é um universo de faltas? • Se o campo parece estéril? • E o caminho é cheio de pedras?

  4. Conhecer para intervir No meio do caminho

  5. No meio do caminho tinha uma pedratinha uma pedra no meio do caminhotinha uma pedrano meio do caminho tinha uma pedra.

  6. Nunca me esquecerei desse acontecimentona vida de minhas retinas tão fatigadas.

  7. Nunca me esquecerei que no meio do caminhotinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminhono meio do caminho tinha uma pedra.

  8. Como semear neste caminho? Quantas pedras neste caminho? O fazer com elas?

  9. A força das ONGs • Encontrar fertilidade onde muitos enxergam apenas o campo estéril • Escolher a semente certa a partir do contexto que ali existe – conhecer o solo, o clima • Descobrir qual alimento aquela comunidade tem fome • Transformar os territórios por meio de escolhas coletivas e trabalho compartilhado O cardápio não está pronto – é construído

  10. Acreditar nas possibilidades... • Não focar nas faltas • Escuta e olhar qualificados • Olhar sensível que vê a essência, reconhece as habilidades e competências • Percebe o ser humano na sua integralidade

  11. Envolvimento dos sujeitos • Sentimento de pertencimento • Espaços que traduzem e contam as histórias de vida, de conquistas, de desejos • Espaços que acolhem • Espaços que congregam culturas, raízes, pessoas

  12. Não ao fracasso • Nas ações das ONGs a criança e o adolescente se descobrem capazes • A mesma criança e o mesmo adolescente que a escola rotulou como ‘fracassado’, desatento, desmotivado... • Descobrem nos projetos campos de atuação e sucesso • Aprendem modos de viver com dignidade e felicidade • Exercem sua cidadania – aprendem seus direitos e suas responsabilidades • Convivem e respeitam a si, ao próximo e ao meio

  13. Projetos desenvolvidos com: Continuidade Intencionalidade Profissionalismo Compartilhamento

  14. Aprendizagens para a vida • Trabalho em equipe • Iniciativa • Responsabilidade • Persistência Reflexo na escola, na família e na comunidade

  15. A atuação das ONGs mostra que o ser humano não nasce bom ou mal e que esta condição, mesmo estando posta, não é imutável. • Crianças e adolescentes que só conheciam a marginalidade e vivam como se esta fosse a única opção, podem ter sua realidade transformada. O ser humano, mesmo que inconscientemente, busca o belo, a harmonia, a auto-realização. • Especificamente as ONGs têm conseguido construir junto às crianças e adolescentes, possibilidades de viver com dignidade e felicidade.

  16. Qualidade em tudo • Formação profissional e atualização constante • Organização de tempos, espaços e materiais • Parcerias • Trabalho com ética e com estética, o belo que favorece a sensibilização, o cuidado... “Decência e Boniteza de mãos dadas” (Paulo Freire ) • Ambientes acolhedores, carinhosos, cuidadosa e intencionalmente pensados e organizados.

  17. Perceber o ser humano Ser Cognitivo Ser Afetivo Ser Social Ser Psicológico Ser Humano Ser Cultu ral Ser Histórico

  18. Um ser humano que pode estar vivendo na marginalidade • Mas esta não é uma condição permanente e determinante. • O contexto, as ações no entorno, podem transformar este sujeito. • Não ações paternalistas, não ações que se preocupam momentaneamente em matar a fome, em vestir o corpo, ou mesmo sanar dificuldades/defasagens de aprendizagem... • Mas ações que emancipam este ser humano no sentido de promover sua autonomia e consciência cidadã.

  19. Sujeito integral = Educação integral • Mata-se a fome, porque o estômago vazio não é um bom conselheiro • Promove-se a cultura local porque o sentimento de pertencer a um lugar nos torna responsáveis por este lugar • Incentivo ao estudo, ao conhecimento como algo que liberta – não como condição para obter aprovação/reprovação escolar • Diferentes formas de linguagem que contemplam diferentes formas de aprender, de ver o mundo, diferentes inteligências • Afetividade que permeia todas as relações

  20. Ações que resgatam o ser humano de situações de marginalidade • Criadas pela ausência do Estado, pela ausência de políticas sociais e econômicas • Pelo ranço e tradicionalismo ainda presentes nas escolas e sistemas de educação • Privilegiam o repasse de conteúdos e não o desenvolvimento de habilidades e competências. Que neste lugar haja beleza e haja ordem. Mas que, sobretudo, haja dignidade, qualidade de vida e exercício pleno de cidadania para todos (Betinho)

  21. Educação Integral • Mesmo diante de condições de adversidade, é possível promover a emancipação dos sujeitos para que eles mesmos sejam promotores de um futuro melhor para si e para a comunidade. • Que a grande maioria das crianças e adolescentes só se entrega à marginalidade se não houver opções, se não conhecerem outra possibilidade de vida com dignidade. • As sementes têm sido plantadas e cuidadas... Muitos frutos têm sido colhidos, mas sabemos que há muita terra fértil sendo desperdiçada. • Ampliar o campo de atuação...

  22. Palavras que são sementes • Que tem poder de transformação • Que determinam nossos pensamentos e movem o planejamento das ações (Larrosa) • Que fertilizem nas mentes de cada um • Que permaneçam com vocês assim como as ações das ONGs que vi e experimentei tem permanecido em mim

  23. Obrigada! E o que fazer com as pedras no caminho? “Pedras no caminho? Guardo todas... Um dia vou construir um castelo!” (Fernando Pessoa)

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