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Facom - UFJF Bacharelado em Comunicação Social – Jornalismo - Comunicação Comunitária

Aula 4: Pesquisa participante Prof. Dr. Bruno Fuser 2013. Facom - UFJF Bacharelado em Comunicação Social – Jornalismo - Comunicação Comunitária. Introdução. Linguagem nos pensa Mito faz parecer natural o que é produto histórico Gosto de alguns torna-se bom gosto, ou gosto

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Presentation Transcript


  1. Aula 4: Pesquisa participante Prof. Dr. Bruno Fuser 2013 Facom - UFJFBacharelado em Comunicação Social – Jornalismo -Comunicação Comunitária

  2. Introdução Linguagem nos pensa Mito faz parecer natural o que é produto histórico Gosto de alguns torna-se bom gosto, ou gosto Desmistificar é historicizar as palavras

  3. Contra os mitos Questionamento de modelo ou ideias que não defendem nem respeitam a vida humana Trata-se de questionar a existência de um só modelo de desenvolvimento, de conhecimento, de ciência Mito de certo tipo de conhecimento como o único conhecimento possível, ou legítimo Mito da ciência e de certos métodos científicos como neutros, positivos, inquestionáveis

  4. Mitos da ciência e da tecnologia Ciência esquece sua construção social, separa ciências naturais e sociais, e fragmenta os saberes Conhecimento fragmentado e reconhecido como "científico" exclui saberes dos povos originários Transforma esses saberes em mercadorias (sementes, medicamentos) Há separação entre dono do conhecimento e quem o recebe deve utilizá-lo

  5. Mitos da ciência e da tecnologia Quem cria conhecimento está fora da situação de aplicação e não é afetado por ela Know-how técnico dispensa debate sobre know-how ético Avaliação é quantitativa e com base em efeitos imediatos Saberes locais são recusados ou funcionalizados

  6. Mitos da ciência e da tecnologia Princípio: todos os problemas sociais e políticos podem ser transformados em problemas técnicos e de gestão Modelo extensionista de transferência de um conhecimento "superior" em substituição a outros, "vulgares", não-científicos, sem diálogo Diálogo permitiria se pensar modelos locais de vida - de "desenvolvimento" Por exemplo, crítica à opção por economia de subsistência

  7. Mitos da ciência e da tecnologia Ciência: produto cultural humano que responde a necessidades concretas e também aos objetivos específicos determinados pelas classes sociais Ciência positivista: reconhece apenas dois tipos de conhecimentos autênticos, verdadeiros, legítimos; numa palavra, científicos: o empírico, representado pelos achados das ciências naturais, o mais importante de ambos; e o lógico, constituído pela lógica e pela matemática

  8. Mitos da ciência e da tecnologia O conhecimento pretensamente objetivo não está imune a distorções como aquelas provenientes das situações artificiais criadas para a pesquisa, como nos experimentos, e dos instrumentos utilizados para a coleta de dados. Pesquisas de cunho positivistas estão preocupadas mais em atingir apenas a aparência dos fenômenos sociais, o que se apresenta à verificação e/ou a experimentação; e não reconhece que há domínios qualificáveis e não só domínios quantificáveis.

  9. Pesquisa qualitativa, dialética Críticas a tais mitos levam a criação de novos paradigmas. Pesquisadores que buscam promover igualdade social lançam mão da pesquisa qualitativa, que, entre suas metodologias, oferece a pesquisa participante. Respaldo no método dialético, que possibilita a captação de um fenômeno em todas suas dimensões constitutivas, desde sua história e dinamicidade até as múltiplas determinações.

  10. Pesquisa qualitativa, dialética Método dialético: procura captar as transformações, o “movimento” e nele compreender a essência e todas as dimensões do fenômeno. E não apenas aquilo que pode ser verificado estatisticamente. O que não significa que se negue a validade do dado quantitativo, que demonstra determinadas dimensões e proporções. Mas não se pode desconsiderar os limites que lhe são inerentes. Nem aceitar a idéia de que somente a informação quantificável ou gerada sob controles laboratoriais rigorosos possa ter valor científico no campo das ciências sociais.

  11. Pesquisa participante Pesquisa participante (PP): impacto nos estudos de comunicação social nos anos de 1980 e início da década de 1990. Influência de pesquisas provenientes da área da sociologia e da educação No Brasil: o acirramento dos conflitos sociais e crescente descontentamento com o status-quo; efetivação da abertura política, em decorrência do declínio da ditadura militar; vontade pública de mudança (transformação) social. Universidade repensa o seu papel na sociedade e a discussão sobre a epistemologia da ciência encontra um campo fértil.

  12. Pesquisa participante PP conduz universidade para o campo concreto da realidade. Modifica basicamente a estrutura acadêmica clássica, pois reduz as diferenças entre objeto e sujeito do estudo Após década de 90, PP foi menos prestigiada no mundo acadêmico, mas atualmente reacende o interesse por esta metodologia No entanto, ainda não é amplamente apresentada e discutida nas obras sobre métodos e técnicas de pesquisa no Brasil Pouca clareza entre pesquisa participante, observação participante e pesquisa-ação

  13. Pesquisa participante A PP consiste na inserção do pesquisador no ambiente natural de ocorrência do fenômeno e de sua interação com a situação investigada Presença constante do pesquisador, para que ele possa “ver as coisas de dentro” Pesquisador se envolve nas atividades, além de compartilhar “interesses e fatos” Chega-se a falar na necessidade do pesquisador “assumir o papel do outro” (poucos defendem) Pesquisa-ação: o “investigado” participa da realização da pesquisa e os resultados se revertam em benefício do próprio grupo pesquisado

  14. Na área da comunicação Realização de pesquisas de caráter qualitativo que permitem atingir elevado grau de profundidade Dá um passo adiante em relação aos estudos críticos com o sentido de “não só denunciar, mas agir” Observa fenômenos ligados a experiências populares de comunicação, até então ausentes da academia Desenvolve Estudos de recepção de conteúdos da mídia que percebem os mecanismos de apropriação ou reelaboração de mensagens Permite que os resultados da pesquisa – ou até mesmo o seu processo de realização – retornem ao grupo pesquisado

  15. Distinções necessárias Observação participante O pesquisador se insere, participa das atividades do grupo pesquisado, mas seu papel é de observador O pesquisador é autônomo, é ele quem formula os objetivos e demais fases do projeto, e decide sobre o tipo de informações registradas e interpretações dadas ao observado O observador pode ser “encoberto” ou “revelado”. O que quer dizer que o grupo pode ter ou não conhecimento de que está sendo investigado

  16. Distinções necessárias Origem: pesquisas sobre comunidades, desenvolvidas por antropólogos; conhecida como investigação etnográfica Na antropologia, a investigação etnográfica está interessada em elaborar mapas descritivos dos modos de vida dos territórios estudados, a composição familiar, suas rotinas e todas as demais dimensões da vida cotidiana e do mundo da cultura Na área da comunicação tem sido usada para analisar principalmente dos processos de recepção de mensagens dos meios de comunicação de massa. Tem sido chamada de etnografia de mídia, etnografia de audiência ou de etnografia de recepção

  17. Distinções necessárias Toda investigação etnográfica pressupõe a observação participante, mas nem toda observação participante é etnográfica Etnografia: preocupada com os elementos constitutivos do cotidiano e que perpassam as relações das pessoas com a mídia na perspectiva da construção de significados a partir da exposição aos conteúdos do meio de comunicação, no universo da cultura A observação participante pode abarcar tais estudos, mas também estar interessada em captar outros processos comunicacionais (ou não)

  18. Distinções necessárias Pesquisa participante O investigador interage como membro. Além de observar, ele se envolve, assume algum papel no grupo O grupo pesquisado conhece os objetivos do investigador, e normalmente concorda previamente com a realização da pesquisa O pesquisador pode ser membro do grupo ou se inserir apenas para realizar a pesquisa O pesquisador normalmente se compromete a devolver os resultados da investigação ao grupo pesquisado, em geral apenas o final da mesma

  19. Distinções necessárias Pesquisa-ação Pessoas do grupo participam da formulação do problema e dos objetivos, ajudam no levantamento dos dados e se envolvem na discussão dos resultados A pesquisa tem o objetivo de contribuir para solucionar algum problema real do grupo pesquisado Os resultados – e o próprio processo da pesquisa - se revertem em benefício do grupo Pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo e participativo

  20. Referências bibliográficas KAPLÚN, Gabriel. Entre mitos e desejos: desconstruir e reconstruir o desenvolvimento, a sociedade civil e a comunicação comunitária. Em: PAIVA, Raquel (org.). O retorno da comunidade: os novos caminhos do social. Rio de Janeiro : Mauad X, 2007. p.167-194 PERUZZO, Cicilia M.K.Da observação participante à pesquisa-ação: pressupostos epistemológicos e metodológicos. Anais do XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - INTERCOM, de 2 a 6 de setembro, 2003, Belo Horizonte. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2003/www/pdf/2003_COLOQUIO_peruzzo.pdf. Acesso em 06 mai 2013

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