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Luciano R. Peterlevitz. Conquista da terra prometida como crítica social às cidades opressoras. O CENÁRIO HISTÓRICO. As cidades-Estado na Palestina: Js 12.9-24. Núcleo da cidade: rei; funcionários reais; comerciantes; sacerdotes; exército (cavalos e carros de ferro – Jz 1.19).
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Luciano R. Peterlevitz Conquista da terra prometida como crítica social às cidades opressoras
O CENÁRIO HISTÓRICO • As cidades-Estado na Palestina: Js 12.9-24. • Núcleo da cidade: rei; funcionários reais; comerciantes; sacerdotes; exército (cavalos e carros de ferro – Jz 1.19). • Tributação: cidades espoliam os camponeses mediante o tributarismo.
O CENÁRIO HISTÓRICO • A Palestina sob o domínio egípcio. • Egito. Destaques: • Novo Império (18ª a 20ª dinastia). Tutmosis III: 1568-1436 (campanhas na Palestina e Síria). • Akhenaton (Amenófis IV): 1374-1347. Capital em Telel-Amarna. Cartas de Amarna. O Egito começa a perder o controle sobre a Palestina.
O CENÁRIO HISTÓRICO • Seti I: 1304-1290. Ramsés II: 1290-1224. Os hebreus são submetidos à corvéia (Êx 1.11). O Egito retoma certo controle sob a Palestina. • Cerca de 1250: o êxodo. • Merneptá: 1224-1204. Estela mencionando uma vitória sobre o “povo de Israel”. • 1200: cessa abruptamente o domínio egípcio sobre a Palestina. Os hebreus entram na Palestina.
O CENÁRIO HISTÓRICO • Portanto, a partir de 1200 a.C., as cidades-Estado cananéias entraram em crise. Ruí o sistema tributário sobre os camponeses. • As montanhas começam a ser ocupadas. A vida na planície (cidades) se desintegra.
O CENÁRIO HISTÓRICO • As experiências que o grupo de Moisés trouxera serão fundamentais para unir cada vez mais os grupos em torno de uma causa comum: criar uma nova sociedade dentro de Canaã, chamada de “Israel”. Veja Js 8.33.
CIDADES E VILAS EM JOSUÉ • A crítica anti-citadina em Js 2-11 + 12. • A maldição das cidades muradas: Js 6.26-27. A reconstrução de tais cidades custa vidas: 1Rs 16.34. • Ai (ha- ‘ay= a ruína). Monte de pedras: 8.29. • Foco do juízo: os “reis” – Js 10.40-43; 12.7-24; as “cidades” – 11.21.
CIDADES E VILAS EM JOSUÉ • A distribuição da terra e a formação das ‘vilas’ em Js 13-19.
CIDADES E VILAS EM JOSUÉ • A “herança” (nahalah): propriedade das famílias (mixpahah): 13.23, 28, 14.1-5; 15.20; etc. • Bet ‘ab: casa do pai. Aproximadamente 10 pessoas. O núcleo é o pai. • Mixpahah: é a grande família – noras, genros, netas e netos. O núcleo são os parentes. • A herança corresponde às famílias, pois, do contrário, tender-se-ia ao latifúndio.
CIDADES E VILAS EM JOSUÉ • O “território” (gebul), 15.21, 16.5, etc. Também traduzido por “limite” (15.1). • Dentro destes limites, estavam as terras das famílias.
CIDADES E VILAS EM JOSUÉ • As “vilas” (‘ir) e as “aldeias” (haser). 15.32; 16.9; etc. • Vilas: pequenos povoados, sem muralhas. No período do Ferro, vivia-se em vilas. No Bronze, vivia-se em cidades. • Aldeias: são os abrigos ao redor da roça. Dependendo da permanência na roça, a haser (aldeia) tendia a tornar-se uma casa e formar uma vila.
CIDADES E VILAS EM JOSUÉ • Vila e terra (herança): elementos centrais no tribalismo israelita. • A terra é acessada através dos clãs/famílias, no modo de vida camponês. A terra pertence a quem trabalha. • A vila possui a terra, mas quem administra e quem planta é o agricultor.
CIDADES E VILAS EM JOSUÉ • Nesse processo, não há cidades. Somente algumas: Js 15.63; 17.11-12. • (Compare Js 15.63; 17.11-12 com a afirmativa da conquista total da terra prometida: Js 10.40-43; 11.15-16; “e toda a terra estava submissa a eles”: 18.1.).
CONCLUSÃO • O livro de Josué elabora uma crítica às cidades que oprimiam os mais fracos. Na perspectiva do livro, as cidades precisam ser ‘consagradas’ ao Senhor (anátema), completamente destruídas: Js 2 – 12.
CONCLUSÃO • A partir da destruição da cidade como um sistema opressor, se poderia construir o tribalismo, um sistema que defendia a justa distribuição de terras às famílias: Js 13 – 19. • Js 13 – 19 é o reverso de Js 2-11!
BIBLIOGRAFIA • BALANCIN, Euclides Martins, “História do povo de Deus”, em Como Ler a Bíblia, São Paulo, Edições Paulinas, 2ª edição, 1991, 164p. • BRIGHT, John, História de Israel, São Paulo, Edições Paulinas, 5ª edição, 1995, 688p. [Nova ColeçãoBíblica, 7] • DREHER, Carlos, “A formação social do Israel pré-estatal – Uma narrativa de reconstrução histórica a partir do cântico de Débora (Juízes 5)”, em Centro de Estudos Bíblicos, n.49, São Leopoldo, CEBI, 1992, p.4-41.
BIBLIOGRAFIA • GOTTWALD, Normal K., As tribos de Iahweh - Uma sociologia da religião de Israel liberto 1250-1050 a.C., São Paulo, Ediçoes Paulinas, 1986, 932p. [Bíblia e Sociologia, 2] • HERRMANN, Siegfried, Historia de Israel en la época del Antiguo Testamento, Salamanca, Ediciones Sígueme, 1985, 554p. (Biblioteca de Estudios Bíblicos, 23) • SCHWANTES, M. Breve história de Israel. São Leopoldo: Oikos, 2008, 92p. • SCHWANTES, M. História de Israel: local e origens. 3. ed. São Leopoldo: Oikos, 2008, 85p.