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LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1. PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB. Aula de Revisão – AV1. Estudando a História da Literatura Brasileira.
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LITERATURA BRASILEIRA – AULA DE REVISÃO AV1 PROF.ª DR.ª MARCIA VEIGA BUCHEB
Estudando a História da Literatura Brasileira O período é definido como uma “secção de tempo dominada por um sistema de normas, convenções e padrões literários, cuja introdução, difusão, diversificação, integração e desaparecimento podem ser seguidos por nós” Hans Robert Jauss:“A história da literatura é um processo de recepção e produção estética que se realiza na atualização dos textos literários por parte do leitor que os recebe, do escritor, que se faz novamente produtor, e do crítico, que sobre eles reflete. ”
Lucien Goldmann:não se pode ignorar que o autor manifesta, por meio de seu estilo, a distribuição de papéis dentro de uma sociedade e a ideologia que sustenta a divisão de classes. “ Dominique Maingueneau: “a obra é indissociável das instituições que a tornaram possível”,dessa forma, “ as obras falam efetivamente do mundo, mas sua enunciação é parte integrante do mundo que pretensamente representam”
O ponto de partida do estudo das histórias da literatura é dado com a publicação de História da Literatura Brasileira, de Silvio Romero, em 1888.
Textos de informação “Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem nenhuma cousa de metal, nem de ferro; nem lho vimos. A terra, porém, em si, é de muito bons ares (...). Águas são muitas, infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem. Mas o melhor furto que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa alteza em ela deve lançar.” A Carta, Pero Vaz de Caminha
Padre José de Anchieta AUTO DE SÃO LOURENÇO TEMA Após a cena do martírio de São Lourenço, Guaixará chama Aimbirê e Saravaia para ajudarem a perverter a aldeia. São Lourenço a defende, São Sebastião prende os demônios. Um anjo manda-os sufocarem Décio e Valeriano. Quatro companheiros acorrem para auxiliar os demônios. Os imperadores recordam façanhas, quando Aimbirê se aproxima. O calor que se desprende dele abrasa os imperadores, que suplicam a morte. O Anjo, o Temor de Deus, e o Amor de Deus aconselham a caridade, contrição e confiança em São Lourenço. Faz-se o enterro do santo. Meninos índios dançam
GUAIXARÁ Esta virtude estrangeira Me irrita sobremaneira. Quem a teria trazido, com seus hábitos polidos estragando a terra inteira? Só eu permaneço nesta aldeia como chefe guardião. Minha lei é a inspiração que lhe dou, daqui vou longe visitar outro torrão. Quem é forte como eu? Como eu, conceituado? Sou diabo bem assado. A fama me precedeu; Guaixará sou chamado. Meu sistema é o bem viver. Que não seja constrangido o prazer, nem abolido. Quero as tabas acender com meu fogo preferido
Quem bom costume é bailar! Adornar-se, andar pintado, tingir pernas, empenado fumar e curandeirar, andar de negro pintado. Andar matando de fúria, amancebar-se, comer um ao outro, e ainda ser espião, prender Tapuia, desonesto a honra perder. Para isso com os índios convivi. Vêm os tais padres agora com regras fora de hora prá que duvidem de mim. Lei de Deus que não vigora. Pois aqui tem meu ajudante-mor, diabo bem requeimado, meu bom colaborador: grande Aimberê, perversor dos homens, regimentado.
Barroco – Padre Antônio Vieira “Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para que conheça, há de dividi-la para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências que se hão de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar; há de responder às dúvidas, há de satisfazer ás dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários, e depois disto há de recolher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar.” (Sermão da Sexagésima - Padre Antônio Vieira)
Barroco – Gregório de Matos Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido, Porque quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história: Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Contexto histórico: contrarreforma, século XVII Tendências: cultismo e conceptismo Características: linguagem rebuscada, emprego excessivo de figuras de linguagem, dualismos, tensão Barroco:
Arcadismo-Cláudio Manuel da Costa Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci! Oh quem cuidara, Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza! Amor, que vence os tigres, por empresa Tomou logo render-me; ele declara Contra o meu coração guerra tão rara, Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano, A que dava ocasião minha brandura, Nunca pude fugir ao cego engano: Vós, que ostentais a condição mais dura, Temei, penhas, temei; que Amor tirano, Onde há mais resistência, mais se apura.
Tomás Antônio Gonzaga Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro, Fui honrado pastor da tua aldeia; Vestia finas lãs, e tinha sempre A minha choça do preciso cheia. Tiraram-me o casal, e o manso gado, Nem tenho, a que me encoste, um só cajado. (...) Ah! Minha Bela, se a Fortuna volta, Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo; Por essas brancas mãos, por essas faces Te juro renascer um homem novo; Romper a nuvem, que os meus olhos cerra, Amar no Céu a Jove, e a ti na terra.
Arcadismo Contexto histórico: Século XVIII, Iluminismo, Inconfidência Mineira Características: recuperação dos mitos da Grécia antiga; linguagem simples; delegação da voz poética. Natureza- Verdade-Razão
Romantismo Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto. Iracema saiu do banho: o aljôfar d’água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do gará as flechas de seu arco, e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste.
Romantismo Contexto histórico: vinda da Família Real (1808); Independência do Brasil (1822); Características: a arte passa a ressaltar a visão emotiva e subjetiva do mundo; Patriotismo, nacionalismo, reformismo; Valorização da natureza: expressão dos sentimentos do artista, natureza exótica. Destaque: a prosa de José de Alencar