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ENTRE O CÉU E A TERRA. Letícia Thompson. Como sonhar é bom! Nos dá aquela sensação de que os fardos são mais leves, mais suportáveis.
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ENTRE O CÉU E A TERRA... Letícia Thompson
Como sonhar é bom! Nos dá aquela sensação de que os fardos são mais leves, mais suportáveis. Sonhar é esquecer-se por algum tempo dos problemas, imaginar o inimaginável, viajar por terras longínquas e não encontrar soluções para os problemas... pois estes não existem!
Eu não diria que a vida é cruel. Ela é estática. Mas as situações, em certas circunstâncias, são difíceis de se enfrentar. Existe esse momento na vida onde nos encontramos num beco sem saída, onde nossos porquês ficam sem respostas e tudo o que conseguimos fazer é chorar e levar o pensamento ao céu como último recurso. E ninguém é poupado, quer seja rico ou pobre. Pouco importa o tamanho dos problemas, todos estão à mercê e cada um sabe o peso de sua cruz.
E são nessas horas que sair um pouquinho do chão pode ser benéfico. São as asinhas que criamos e que nos levam a qualquer direção, nos dão a idéia de liberdade e nos ajudam a recuperar as forças para quando os pés pisarem a terra novamente.
Esses momentos de leve fuga são importantes, mas que não sejam intermináveis. Fugir da realidade não resolve problemas e a queda pode ser ainda mais dura se longa for a viagem.
É se enfrentando nossos monstros que aprendemos a não ter medo deles, que aprendemos que, embora assustadores, podemos ser mais fortes, não por que somos gigantes, mas por que temos em nós um Pai de onde podemos tirar forças.
Que possamos aproveitar nossos momentos de evasão para apreciar do alto as belezas que a vida nos oferece, mas que sejamos sábios o bastante para colocar os pés no chão e enfrentar a realidade que, embora dura muitas vezes, não é e não pode ser mais forte que nós. A cruz fincada no chão e apontando para os céus nos mostra que, embora plantados na terra, temos no Alto nossa saída, nossa escapatória, nossa libertação. Formatação: Beth Norling E-mail: bethnorling@globo.com Imagens: Internet Música: Ernesto Cortazar Morelia’s Waltz