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As independências na América espanhola

As independências na América espanhola. A força do “outro”. Depois de mais de 500 anos... Como o “outro” se vê diante do passado colonial?.

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As independências na América espanhola

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Presentation Transcript


  1. As independências na América espanhola A força do “outro”

  2. Depois de mais de 500 anos... Como o “outro” se vê diante do passado colonial? • Até os dias atuais a “herança colonial” é assunto presente na mídias, nas escolas, nas famílias, nos discursos dos governantes e nos diversos grupos étnicos ainda existentes. • Esquecer X Lembrar ... • Um passado de exploração que ainda bate a nossa porta...

  3. A verdadeira dívida externa - Fala do cacique mexicano GuaicaipuroCautémoc numa reunião com chefes de estado da Comunidade Europeia. (2002). • “Eu, GuaicaipuroCautémoc, descendente dos que povoaram a américa há 40 mil anos, vim aqui encontrar os que nos encontraram há apenas 500 anos. O irmão advogado europeu me explica que aqui toda dívida deve ser paga, ainda que para isso se tenha que vender seres humanos ou países inteiros. Pois bem! Eu também tenho dívidas a cobrar. Consta no arquivo das índias ocidentais que entre os anos de 1503 e 1660, chegaram à Europa 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata vindos da minha terra!... Teria sido um saque? Não acredito. Seria pensar que os irmãos cristãos faltaram a seu sétimo mandamento. Genocídio?... Não. Eu jamais pensaria que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue de seu irmão. [...]

  4. Vamos considerar que esse ouro e essa prata foram o primeiro de muitos empréstimos amigáveis que fizemos à Europa. Achar que não foi isso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que me daria o direito de exigir a devolução dos metais e a cobrar indenização por danos e perdas. Prefiro crer que nós, índios, fizemos um empréstimo a vocês, europeus. Ao comemorar o quinto centenário desse empréstimo, nos perguntamos se vocês usaram racional e responsavelmente os fundos que lhes adiantamos. Lamentamos dizer que não. Vocês dilapidaram esse dinheiro em armadas invencíveis, terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo e acabaram ocupados pelas tropas da OTAN. Vocês foram incapazes de acabar com o capital e deixar de depender das matérias primas e da energia barata que arrancam do terceiro mundo. [...]

  5. Por isso, meus senhores da Europa, eu, GuaicaipuroCautémoc, me sinto obrigado a cobrar o empréstimo que tão generosamente lhes concedemos há 500 anos. E os juros. É para seu próprio bem. Não, não vamos cobrar de vocês as taxas de 20 a 30 por cento de juros que vocês impõem ao terceiro mundo. Queremos apenas a devolução dos metais preciosos, mais 10 por cento sobre 500 anos. Lamento dizer, mas a dívida europeia para conosco, índios, pesa mais que o planeta terra!... E vejam que calculamos isso em ouro e prata. Não consideramos o sangue derramado de nossos ancestrais! Sei que vocês não têm esse dinheiro, porque não souberam gerar riquezas com nosso generoso empréstimo. Mas há sempre uma saída: entreguem-nos a Europa inteira, como primeira prestação de sua dívida histórica.”

  6. Processos de independência da América espanhola... Preparando o cenário • Quando? Século XIX. • Fatores externos: • A) Crise geral do Antigo Regime (enfraquecimento das potências coloniais); • B) Iluminismo (base ideológica); • C) Independência dos EUA - 1776 (exemplo) • D) Guerras napoleônicas (Espanha invadida sem condições de controlar as colônias) • E) Revolução industrial (pressão inglesa para a abertura de mercados) • F) Doutrina Monroe – “América para os americanos”

  7. Processos de independência da América espanhola... Preparando o cenário • Fatores internos: • A) O Pacto colonial retardava o desenvolvimento da colônias; • B) Desigualdades sociais refletidas em disputas locais; • Precursores: • Esgotamento do sistema colonial: • TUPAC AMARU (PERU – 1780): rebelião indígena. Massacre de aproximadamente 80 mil pessoas. Descendente dos antigos chefes incas, considerado precursor dos movimentos de libertação colonial. • FRANCISCO MIRANDA (VEN – 1811): criollo que liderou libertação provisória da Venezuela. Foi preso e morreu na Espanha.

  8. A SOCIEDADE COLONIAL ESPANHOLA: (aproximadamente 20 milhões de pessoas). CHAPETONES e CLERO: Espanhóis, altos cargos, privilégios. 1% CRIOLLOS: Descendentes de espanhóis nascidos na América. Elite colonial, grandes proprietários e comerciantes. Integrantes dos Cabildos (Câmaras Municipais) 13,5% MESTIÇOS: capatazes e artesãos que serviam aos criollos. 27,5% ÍNDIOS e NEGROS: explorados como escravos ou “semi-escravos” (Mita ou Repartimiento – trabalho forçado nas minas/ Encomienda – trabalho servil nos latifúndios agroexportadores, também chamados de haciendas ou plantations) 58%

  9. Guerras de independência: • Intervenção Napoleônica na Espanha; • Deposição do Rei Fernando VII; • 1810-1814: Criollos tomam o poder na América espanhola amparando-se nos cabildos e formando juntas governativas com o apoio da população, derrotados após a restauração da monarquia na Espanha; • -1817-1825: Lutas vitoriosas; • Longas guerras de libertação nacional (diferente do Brasil)

  10. Simón Bolívar e San Martín: • SimónBolívar (republicano) – Conhecido como “o libertador”. Libertação da Venezuela em direção ao Peru (norte para o sul). • San Martin (monarquista): libertação da Argentina em direção ao Peru (sul para o norte) – “Movimento sulista” • Apoio da ING e dos EUA, ambos interessados em novos mercados. • Apoio popular; • Libertação de escravos; • BOLIVARISMO: ideal de unidade territorial do continente (oposição da ING, EUA e elites rurais locais). Pátria grande de Bolívar. Na Carta da Jamaica, de 1815, [Simon Bolívar] escreveu: Eu desejo, mais do que qualquer outro, ver formar-se na América a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riquezas do que pela liberdade e glória. • Fracasso: (Congresso do Panamá - 1826).

  11. A Grã-Colômbia (1819-1831)

  12. O México: • 1810: 1ª tentativa de emancipação política no México; • Iniciativa das massas populares e caráter rural; • Lideres: Miguel Hidalgo; padre Morellos e Vicente Guerrero. • apoio de religiosos do “baixo clero” às reivindicações populares que surgiram • Queriam o fim da escravidão e a igualdade de direitos opondo-se a aristocracia fundiária e aos altos funcionários. Decreto de Guadalajara • Os populares divergiam dos criollos que eram os latifundiários; • o discurso de Hidalgo “pai da pátria”incorporara os interesses da população indígena e dos camponeses.

  13. Agustín Itúrbide: Enviado pelo vice-rei para lutar com os rebelados mexicanos. De forma oportunista aliou-se a Vicente Guerrero formulou o Plano de Iguala que proclamava a independência do México, a igualdade de direitos entre criollos e chapetones , a supremacia da religião católica o respeito a propriedade e um governo monárquico. • Em 1821 Itúrbide proclamou-se imperador (Agustín I) – foi deposto e fuzilado. • 1824: México elegeu seu 1º presidente – General Guadalupe Vitória.

  14. A UFG e o tema...

  15. UFG... Questão... HELGUERA, JesúsRompiendolasCadenas, óleo sobre tela, 1959. Museu Soumaya. Cidade do México. Produzida em 1959, a pintura de JesúsHelguera alude ao “Grito de Dolores” (1810), marco do processo de independência no México. Na referida obra, o pintor elege e representa, em primeiro plano, dois importantes símbolos que constituem a nacionalidade mexicana. Com base na análise dessa imagem e considerando o contexto histórico da independência, explique a) os símbolos nacionais presentes na composição do quadro; b) a relação entre os referidos símbolos e o processo de independência no México.

  16. Resposta esperada: • a) No primeiro plano da pintura de Helguera, dois símbolos constitutivos da nacionalidade mexicana estão representados: • • a figura do padre Miguel Hidalgo, considerado o “Pai da Pátria”, localizada no centro e com a mão e a cabeça levantadas, estabelece sua importância como liderança das rebeliões camponesas nas aldeias; • • o Estandarte da Nossa Senhora de Guadalupe, empunhado pelo padre, expressa a importância da Virgem como símbolo da interação entre as culturas hispânica e indígena. • b) Para construir a relação entre os referidos símbolos e a independência mexicana, há dois pontos a serem considerados: • • Primeiro, registre-se o apoio de religiosos do “baixo clero” às reivindicações populares que surgiram nesse contexto. No processo de independência mexicana, dois padres – Hidalgo e Morelos • – defendiam a divisão da terra com os camponeses (inclusive, a terra que era patrimônio da Igreja). Em 1810, por meio do Decreto de Guadalajara, decretava-se, nas terras livres do domínio espanhol pela luta dos exércitos populares liderados por Hidalgo, a abolição da escravidão e do tributo indígena. • • Segundo, anote-se que a presença do Estandarte de Guadalupe indicava o potencial mobilizador desse símbolo em virtude da crença religiosa das populações camponesas, que lutavam pelo acesso à terra dominada pelos espanhóis

  17. El Retablo de la Independencia, de Juan O' Gorman.

  18. HAITI – 1804 MÉXICO – 1821 VENEZUELA – 1830 REPÚBLICA CENTRO AMERICANA – 1821 NOVA GRANADA – 1831 EQUADOR – 1830 BRASIL – 1822 PERU – 1821 PARAGUAI – 1811 BOLÍVIA – 1825 URUGUAI – 1828 ARGENTINA – 1810 CHILE – 1818

  19. Fragmentação territorial. • Exclusão do indígena e manutenção das desigualdades sociais. • Influência dos interesses ingleses e norte-americanos. • a hegemonia política e econômica das elites comerciais e agrárias sobre os novos Estados impediu a realização de transformações sociais profundas.

  20. Consequências: • Fragmentação territorial em várias repúblicas. • Instabilidade política (lutas internas pelo poder). • Dependência econômica (Sul – ING, Centro – EUA). • Estrutura econômica inalterada (América permanece como fornecedora de matéria-prima e consumidora de manufaturados). • CAUDILHISMO – tipo de governo característico da América Latina do período, com líderes autoritários, paternalistas e conservadores, representantes das elites locais. • Desigualdades sociais – mestiços, índios e negros ainda marginalizados.

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