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TROVADORISMO

TROVADORISMO. ERA MEDIEVAL SÉCULO XII A XIV. Origem : Provença - sul da França. Hierarquia dos artistas: Trovador – nobre que compõe o texto. Jogral – homem de classe social inferior que canta os textos acompanhado de instrumentos musicais como o alaúde e a flauta.

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TROVADORISMO

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Presentation Transcript


  1. TROVADORISMO ERA MEDIEVAL SÉCULO XII A XIV

  2. Origem : Provença - sul da França Hierarquia dos artistas: • Trovador – nobre que compõe o texto. • Jogral – homem de classe social inferior que canta os textos acompanhado de instrumentos musicais como o alaúde e a flauta. • Jogralesa ou soldadeira – mulher que canta, dança e toca pandeiro.

  3. Trovadorismo em Portugal • Língua – galego-português • Marco inicial – 1189 ou 1198 “ Cantiga de Ribeirinha” ou “ Cantiga deguarvaya” de Paio Soares de Taveirós Trovador mais famoso: Rei Dom Dinis, o rei trovador

  4. Produções artísticas do período Em verso: • Cantigas de amor • Cantigas de amigo • Cantigas de escárnio • Cantigas de maldizer Em prosa • Novelas de cavalaria

  5. Cantiga da ribeirinha No mundo non me sei parelha, Mentre me for como me vai, Cá já moiro por vós e – ai! mia senhor branca e vermelha, Queredes que vos retraia Quando vos eu vi em saia! Mau dia me levantei, Que vos enton non vi fea! ( Paio Soares de Taveirós )

  6. Cantigas de Amor • Eu lírico masculino • Amor impossível – a mulher amada ou é casada ou é mais rica • O homem sofre a coita • O homem presta vassalagem amorosa – fidelidade, obediência e lealdade • A mulher despreza ou ignora o homem • O homem somente dirige-se à mulher amada ou a Deus • O homem chama a mulher de “senhor” ou “ dona” e nunca pode dizer o nome dela ( mesura ) • A mulher é idealizada, perfeita, inacessível • Ambiente palaciano e vocabulário mais elaborado • O sentimento expresso reflete a relação feudal entre vassalos e suseranos - mulher= senhor feudal, eu lírico = vassalo • Amor cortês – da corte e educado

  7. Exemplo de cantiga de amor A dona que eu am'e tenho por Senhor amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for, se non dade-me-a morte. A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus, se non dade-me-a morte. Essa que Vós fezestes melhor parecer de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer, se non dade-me-a morte. A Deus, que me-a fizestes mais amar, mostrade-me-a algo possa con ela falar, se non dade-me-a morte.“ ( Bernardo de Bonaval )

  8. Cantigas de Amigo • Eu lírico feminino - autoria masculina • Origem ibérica • Amigo é o namorado ou o amante • A mulher fala com a mãe, com as irmãs, com as amigas, com as aias, com o amigo ou com a natureza • Vocabulário simples e repetitivo • Temas e ambientes variados: barcarolas, bailias, romarias, pastorelas, albas ou alvas, serenas e pura soledade • O amor é possível, mas nem sempre realizado • São mais variadas em assuntos ; saudades, ciúmes, espera, insegurança, atraso do amigo, etc.

  9. Exemplo de cantiga de amigo "Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo! ai Deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado! ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo! ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi há jurado! ai Deus, e u é?“ ( D. Dinis)

  10. Formas de construção • Paralelismo • Refrão • Paralelismo e refrão • Leixa-pren • Mestria

  11. Cantiga de amigo com paralelismo, refrão e leixa-pren • Ondas do mar de Vigo - paralelismo • Se vistes meu amigo, - paralelismo • E, ai Deus , e u é? - refrão • Ondas do mar levado - paralelismo • Se vistes meu amado -paralelismo • E, ai Deus, e u é? - refrão

  12. Leixa – pren 1- Ondas do mar de Vigo - paralelismo 2- Se vistes meu amigo,- paralelismo 3- E, ai Deus , e u é? - refrão 1- Ondas do mar levado - paralelismo 2- Se vistes meu amado -paralelismo 3- E, ai Deus, e u é? - refrão 2 - Se vistes meu amigo O por queeu sospiro 3- E, ai Deus , e u é? – refrão 2 - Se vistes meu amado -paralelismo O por quehei gran cuidado - paralelismo 3 - E, ai Deus , e u é? – refrão

  13. Cantigas de Escárnio • Sátira ou critica indireta • Não menciona o nome da pessoa • Utiliza vocabulário ambíguo ou sutil

  14. Exemplo de cantiga de escárnio • "Ai dona fea! Foste-vos queixarQue vos nunca louv'en meu trobarMais ora quero fazer un cantarEn que vos loarei toda via;E vedes como vos quero loar:Dona fea, velha e sandia! • Ai dona fea! Se Deus mi pardon!E pois havedes tan gran coraçonQue vos eu loe en esta razon,Vos quero já loar toda via;E vedes qual será a loaçon:Dona fea, velha e sandia! • Dona fea, nunca vos eu loeiEn meu trobar, pero muito trobei;Mais ora já en bom cantar fareiEn que vos loarei toda via;E direi-vos como vos loarei:Dona fea, velha e sandia!“ ( Joan Garcia de Guilhade)

  15. Cantigas de Maldizer • Crítica ou sátira direta • Menciona o nome da pessoa • Utiliza vocabulário grosseiro e é freqüente o uso de palavrões

  16. Exemplo de cantiga de maldizer Roi queimado morreu con amor Em seus cantares por Sancta Maria por ua dona que gran bem queria e por se meter por mais trovador porque lh'ela non quis [o] benfazer fez-s'el en seus cantares morrer mas ressurgiu depois ao tercer dia!... 

  17. Cancioneiros • Livros em que foram compiladas as letras das cantigas trovadorescas • Cancioneiro da Ajuda • Cancioneiro da Vaticana • Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa

  18. Literatura medieval em prosaNovelas de cavalaria Origem : canções de gesta Objetivo: enaltecer a cavalaria Eram lidas em voz alta para a corte Duas tendências: cavalaria religiosa e amorosa Cavalaria religiosa: obra - A Demanda do Santo Graal Cavalaria amorosa: obras – Amadis de Gaula, Tristão e Isolda, entre outras Decadência por excesso de fantasia Última novela - Dom Quixote, de Miguel de Cervantes

  19. Literatura medieval em prosaNovelas de cavalaria Ciclos da novelas Ciclo Bretão ou Arturiano – contam histórias de Rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda Ciclo Carolíngeo – contam histórias sobre Carlos Magno e os Doze Pares de França Ciclo clássico – envolvem heróis de Grécia e Roma

  20. A demanda do Santo Graal Galaaz é armado cavaleiro  1. Véspera de Pentecostes, houve muita gente reunida em Camalote, de tal modo que se pudera ver muita gente, muitos cavaleiros e muitas mulheres de muito bom parecer. O rei, que estava por isso muito alegre, honrou-os muito e fez servi-los muito bem e toda coisa que entendeu que tornaria aquela corte mais satisfeita e mais alegre, tudo mandou fazer. Aquele dia que vos digo, exatamente quando queriam pôr as mesas, - isto era hora de noa – aconteceu que uma donzela chegou muito formosa e muito bem vestida; e entrou no paço a pé, como mensageira. Ela começou a procurar de uma parte e de outra pelo paço; e perguntaram-lhe o que buscava. - Busco, disse ela, dom Lancelote do Lago. Está aqui? - Sim, donzela, disse um cavaleiro. Vede-o: está naquela janela falando com dom Galvão. Ela foi logo para ele e saudou-o. Ele, assim que a viu, recebeu-a muito bem e abraçou-a, porque aquela era uma das donzelas que moravam na ilha da Lediça a quem a filha Amida do rei Peles amava mais que a donzela da sua companhia. A Demanda do Santo Graal: manuscrito do século XIII / texto sob os cuidados de Heitor Megale. -- São Paulo:T.A. Queiroz : Editora da Universidade de São Paulo, 1988

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