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E N D
1. Variação linguística
A diversidade na unidade
2. Algumas definições indispensáveis
O que é linguagem?
A linguagem é uma atividade humana que, nas representações de mundo que constrói, revela aspectos históricos, sociais e culturais. É por meio da linguagem que o ser humano organiza e dá forma às suas experiências. Seu uso ocorre na interação social e pressupõe a existência de interlocutores.
Linguagem é a capacidade de comunicar-se por meio de signos.
3. O Signo linguístico
Significante (suporte) + significado (conceito)
4. O que é lingua?
É um sistema de representações socilamente construído, constituído por signos linguísticos.
É um tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem.
Veja:
Bem vai olá como tudo?
Olá, como vai, tudo bem?
5. As línguas são sitemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores como região georgráfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do contexto, por isso acontece um fenômeno muito natural:
A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
6. Variedades regionais e sociais Variedades regionais
Chica, esse seu dicionário de “Português Mineirês”tem alguma seção de frases úteis?
Claro, ele dá dicas de como se informar sobre pontos turísticos, por exemplo. Basta dizer:
“Nossinhora, oncotô? Onquié o pondiôns maipertin?”.
Variedades sociais
As variedades sociais costumam apresentar diferenças significativas em termos fonológicos (“bicicreta”por bicicleta, “mió”por melhor, etc.) e morfossintáticos ( “a gente fumo”por nós fomos, “as laranja” por as laranjas, etc.). São essas, na verdade, as diferenças linguísticas que costumam entrar em conflito com a norma padrão.
7. Variedades estilísticas Os enunciados linguísticos podem também variar dependendo dos diferentes graus de formalidade determinados pelos contextos de uso da língua. O maior ou menor conhecimento e proximidade entre os falantes faz com que se usem variedades mais ou menos formais.
A linguagem é usada de modo informal em situações familiares . Nesses casos, diz-se que o falante está fazendo uso da lingagem coloquial.
Nas situações formais de uso da linuagem, o falante procura fazer uso de uma linuagem mais formal.
8. Mudança linguística A variação linguística está relacionada ao fenômeno da mudança das línguas ao longo do tempo. Não existe língua na qual não se percebam diferenças, quando se comparam duas épocas. Em princípio, as diferenças serão maiores quanto mais distantes no tempo estiverem.
Formas que em uma época são consideradas “erradas”e/ou “feias”podem vir a ser consideradas “corretas”e “elegantes” com o passar dos anos
9. Língua, intenção e variação Não há discurso desprovido de intenção. Para que a intenção do discurso seja atingida, alguns fatores como público-alvo e seleção vocabular deverão ser observados.
Se fatores como esses não são observados, não é possível ter êxito na comunicação.
Vejamos os fragmentos deste texto de Jô Soares:
10. PERGUNTAS IDIOTAS
GARÇOM (para o casal que senta à mesa) – É para dois?
HOMEM – Não, eu vou comer e ela só vai ficar assisitindo.
MULHER (ao marido chegando em casa todo molhado) - Está chovendo?
MARIDO – Não é que todo mundo na rua resolveu cuspir em mim.
REPÓRTER DE TV ( para senhora subindo escadaria da igreja de joelhos) – Pagando promessa?
SENHORA – Não, é que eu sou muito alta, então eu ando assim pra não chamar a atenção.
NAMORADA (recebendo flores) – São flores?
NAMORADO - Não, são cenouras.
PASSAGEIRO 1 (a bordo do avião) – Está indo para Goiás?
PASSAGEIRO 2 – Não eu peguei o avião errado.
11. Onde há diversidade, há preconceito:o preconceito linguístico Todas as variedades constituem sistemas linguísticos adequados para a expressão das necessidades comunicativas e cognitivas dos falantes. Nenhuma variedade linguística sobreviveria se não fosse adequada a um determinado contexto e a uma determinada cultura.
Considerar uma variedade como a única “correta”e estigmatizar as demais é, antes de tudo, emitir juízo de valor sobre os falantes dessas variedades. Esse juízo é, por vezes, usado como pretexto para discriminar socialmente os indivíduos.
12. Alguns mitos relacionados à língua “As pessoas sem instrução falam tudo errado”
Vejamos o seguinte quadro:
13. “ Se fôssemos pensar que as pessoas que dizem Cráudia, chicrete e pranta têm algum “defeito” ou “atraso mental”, seríamos obrigados a admitir que toda a população da província romana da Lusitânia também tinha esse mesmo problema na época em que a língua portuguesa estava se formando. E que o grande Luís de Camões também sofria desse mesmo mal, já que ele escreveu ingrês, pubricar, pranta, frauta na obra que é considerada até hoje o maior monumento literário do português clássico, o poemas Os Lusíadas.”
(Marcos Bagnos em Preconceito linguístico : o que é como se faz, p.41)
14. “O certo é falar assim porque se escreve assim”
Veja:
Pernambucano Carioca Paulistano cólégio culégio côlégio
Quem está certo?
15. O pintor belga René Magritte tem um quadro famoso, chamado A traição das imagens no qual se vê a figura de um cachimbo e embaixo dela a frase escrita: “Isto não é um cachimbo”.
16. Anote em seu caderno, as seguintes questões.
O que são linguagem e língua?
O que é signo linguístico?
O que são variação linguística e norma?
Que fatores determinam a variação linguística?
O que é preconceito linguístico?