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Literatura como narrativa nacional

Literatura como narrativa nacional. História do Brasil Independente I Marcos Napolitano. Questões teóricas e históricas.

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Presentation Transcript


  1. Literatura como narrativa nacional História do Brasil Independente I Marcos Napolitano

  2. Questões teóricas e históricas • Modelo cultural europeu – poesia como formação das línguas nacionais, romance como formação da consciência burguesa (individualismo, teatro social, sociedade atomizada e interdependente, relações de poder); literatura como consciência nacional-popular (Gramsci) • Até o século XVIII havia um imbricamento entre filosofia da história, história da literatura e literatura comparada. No século XIX esse imbricamento deu lugar à história literária nacionalista, relacionando a história literária no âmbito da cultura nacional (CUNHA, Cilaine). Surge o cânone nacional – obras são avaliadas pela crítica e pela história literária conforme a sua maior ou menor adesão à ideologia do sentimento nacional (CUNHA, Cilaine). • Situação colonial e pós-colonial (África, Ásia – século XX – HomiBhabha. O local da cultura, conceito de “entre-lugar” cultural). • Situação da América Latina – situação pós-colonial com etnicídio? Hegemonia da lingua do colonizador com elementos de outras culturas - conceito de hibridismo (Canclini)

  3. Situação histórica brasileira – literatura – formação da consciência das elites • Olhar estrangeiro - Ferdinand Denis (Resumée Scenes de la poèsie) – elo entre a “questão americana” dos viajantes e a literatura nacional brasileira (ROUANET, Maria). Tema estético (“espírito”) e político (“brasilidade civilizada”). • Temas: “natureza” como “brasilidade” – quadro a ser pintado pela palavra, pelo viés da imaginação poética, domesticando a experiência exuberante e exótica insondável); “exílio” – busca da nacionalidade pátria através do contraste com o estrangeiro (ROUANET, p.252). Literatura como campo sentimental de louvor e sofrimento, nunca contraste e conflito – neste sentido mais próximo do romantismo francês do que do alemão que pede transcendência, anulação e recuperação (ROUANET, p. 255).

  4. Situação histórica brasileira • Século XIX – fase romântica, seguida da fase realista: deslocamento, imagem para o mundo (parte da Europa) e missão civilizatória. • Literatura é vista como expressão e, conseqüentemente, como prova da existência do Brasil – torna manifesto o “caráter nacional” imaginado pela elite letrada (WEBER, J. A nação e o paraíso, 1997, p. 36). • No Brasil a língua comum literária era a mesma língua de Portugal. Expressão letrada tomada como elo com a civilização, em busca de uma originalidade.

  5. Obras – A busca do poema épico fundacional • Uraguai (José Basilio da Gama, 1769) – tema do encontro cultural “civilizatório”, crítico da cataquese jesuíta e– Pombalismo literário e Academias (Renascidos, 1759, Salvador; Científica-Literária, Rio, 1771-1795 • Caramuru (Santa Rita Durão, 1781) – visão catequética da colonização; opositor do Marques de Pombal – “visão grandiosa e eufórica” da natureza – colonização / natureza / índio (puro). Perspectiva retomada pelo romantismo como forma (epopéia), mas depurado ideologicamente (ênfase no nativismo e não no elogio à colonização). • Os Timbiras(I-Juca Pirama) Gonçalves Dias • A confederação dos Tamoios (Gonçalves de Magalhães) - 1856

  6. A prosa romântica e o indianismo • As Cartas de Ig (José de Alencar, Diário do RJ, 1856 – crítica a Gonçalves de Magalhães) • O Guarani (1857) e Iracema (1865) – paradigmas da prosa romântica indianista • José de Alencar, Bernardo Guimaraes, Joaquim Manoel de Macedo – “trindade romântica” • Romantismo: mundo como ordem ideal • Manuel Antonio de Almeida (Memórias de Um Sargento de Milícias, 1852 em folhetim) – mundo da desordem (ref: “CANDIDO, A. Dialética da Malandragem. )

  7. Escravidão e Romantismo • O demônio familiar – José de Alencar, 1857 (texto teatral – traquinagens do escravo Pedro para impedir o casamento do seu senhor) • Escravo como personagem propriamente literário começa a surgir (Bernardo Guimarães, Escrava Isaura, 1875; Joaquim Manuel de Macedo, Vítimas Algozes, 1869 – emancipacionismo gradualista) • Castro Alves – poesia abolicionista (Cachoeira de Paulo Afonso, 1870; Os Escravos, coletânea póstuma, 1883)

  8. Realismo e Naturalismo (Obs: serão mais desenvolvidos no bloco 3 do curso) • A partir de 1870, o romantismo começa a ser criticado por críticos e literatos, coindidindo com a crise ideológica e política do Império. • Diferenças entre o realismo e o naturalismo: narração ou descrição? • Aluisio Azevedo – O mulato (1881) e O Cortiço (1890) • Raul Pompéia (O Ateneu, 1888) • Machado de Assis (Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881; Várias Histórias (Contos, 1884-1891); Papéis Avulsos (Contos, 1882); Dom Casmurro, 1899)

  9. Bibliografia • CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira (2 volumes), Livraria Martins, 1956/57 • CANDIDO, Antonio. “Literatura durante o Império” IN: HOLLANDA, S.B. et alli (orgs). HGCB, vol.5, tomo 3. Difel, 1990 • NETO, Lira. O inimigo do rei. Uma biografia de José de Alencar. Globo, 2006 • WEBER, João Hernesto. A nação e o paraiso. A construção da nacionalidade historiografia literária brasileira. Florianópolis, Ed. UFSC, 1997 • ROUANET, Maria Helena. Eternamente em berço esplêndido. A fundação de uma literatura nacional. Edições Siciliano, 1991 • TREECE, David. Exilados, aliados, rebeldes. O movimento indianista, a política indigenista e o Estado-nação imperial. São Paulo, Nankim/EDUSP, 2008

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