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UTOPIA (Eduardo Galeano ) A utopia está lá no horizonte.

UTOPIA (Eduardo Galeano ) A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.

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UTOPIA (Eduardo Galeano ) A utopia está lá no horizonte.

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Presentation Transcript


  1. UTOPIA (Eduardo Galeano) A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.

  2. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: PRINCIPIOS E EXPERIÊNCIAS Profa. Ma. Maria Simone Ferraz Pereira Moreira Costa (FACIP/GEPAE/UFU)

  3. Função Social da Escola e Avaliação: como entender essa relação?

  4. Frente à lógica social e educacional que temos é possível construir uma educação que garanta qualidade para as diferentes classes sociais? É possível aprender a avaliar de um modo que faça sentido para os profissionais da educação e, principalmente, para os estudantes? Qual a responsabilidade de cada um e de todos nesse processo?

  5. Ampliando a conversa...

  6. O QUE FIZEMOS NO ENCONTRO DE ONTEM (SEXTA-FEIRA, 14/03/204)... • 1º Momento: Projeção dos Clipes • Utopia (Eduardo Galeano) • A Escola (Paulo Freire) • 2º Momento: Discussão e elaboração de um paralelo mostrando a escola REAL e a escola IDEAL na perspectiva da escola POSSÍVEL • 3º Momento: Apresentação da síntese, PARCIAL, das discussões (análise da escola atual e proposições). • 4º Momento: Exposição dialogada dos slides (conteúdo programático) • RICO e COLOROSO DEBATE, tendo como pano de fundo a realidade em que o grupo se encontra inserido. • HOJE: CONTINUAR AS REFLEXÕES - DEBATES

  7. Razões Práticas e Razões Políticas para Defender Processos de Avaliação Institucional nas Escolas de Ensino Fundamental • ESCOLA QUE TEMOS: dependente das decisões do topo do sistema ou dos poderes centrais • Pouca autonomia na definição de seus próprios caminhos • Desencantamento: professores e estudantes – sentido do trabalho pedagógico realizado • Função social da escola e relevância no desenvolvimento do país: negativas repercussões no imaginário social • Mudanças: não ocorrem por decreto nem sem o envolvimento dos atores implicados no processo. • Escola: complexa e singular • Tomada como referência – espaço social: congrega múltiplos interesses/sujeitos (complexidade) • Possui singularidade capaz de afetar suas formas de agir e/ou reagir ao que se propõe sobre e para ela

  8. Razões Práticas e Razões Políticas para Defender Processos de Avaliação Institucional nas Escolas de Ensino Fundamental • Mudar a escola: Pessoas • Admitir pertinência do projeto • Participar com responsabilidade e compromisso social • Se perceber com alguma governabilidade sobre a realidade da escola • Conceber a mudança desde dentro – construir escola que querem mostrar de dentro pra fora • ‘Mudar espaço social no qual se joga a sorte do tipo de cidadãos que queremos ver agindo e intervindo em nossa sociedade’ (SORDI, 2009, p.6) • Reunidas em prol do bem comum • Se sintam respeitadas e ativas no processo: legitimidade política – garantia da legitimidade técnica

  9. Razões Práticas e Razões Políticas para Defender Processos de Avaliação Institucional nas Escolas de Ensino Fundamental • Mudança não pode ocorrer de forma incremental: • Não se trata de mudar primeiro professores, alunos ou famílias • Mudar a escola como um todo • Sujeitos e seu contexto mudem ao mesmo tempo e por interação recíproca: relações externas e internas, processos de trabalho, projeto educativo • Mudanças no ensino como um todo e não apenas da sala de aula ou do professor isoladamente

  10. Razões Práticas e Razões Políticas para Defender Processos de Avaliação Institucional nas Escolas de Ensino Fundamental ‘Como pensar a avaliação da escola que não quer mudar? Como mudar uma escola que não quer se avaliar? Como admitir que uma instituição que ensina se recuse a aprender?’ (SORDI, 2009, p.8)

  11. Qual a gênese do problema?

  12. Razões políticas que perpassam a avaliação... “O silêncio que produzimos na avaliação da educação básica acaba permitindo que novos discursos sobre a qualidade das escolas e dos professores possam ser reproduzidos, reproduzindo uma determinada concepção de ensino que muito deseja a desejar quando a conversa gravita em torno de educação e seus múltiplos sentidos” (SORDI, 2009, p. 09)

  13. Razões Práticas e Razões Políticas para Defender Processos de Avaliação Institucional nas Escolas de Ensino Fundamental ‘As crianças precisam de uma escola pública de boa qualidade. E a resposta a este chamamento social não pode prescindir da participação dos atores da escola. A saída é aprender a avaliar de um modo que nos faça sentido e assim, desestabilizar a cultura avaliativa que nos desconforta, pela proposição de uma outra alternativa’ (SORDI, 2009, p.11)

  14. O que fazer frente a essa constatação? Há luz no fim do túnel? Onde deve ser posto o esforço para que a escola pública ensine cada vez mais e melhor?

  15. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: PRINCIPIOS E EXPERIÊNCIAS

  16. Avaliação Institucional • Processo sistemático de análise de uma atividade ou instituição. • Permite compreender, de forma contextualizada, todas as suas dimensões e implicações. • Estímulo ao seu aperfeiçoamento. • Opção da escola • ESCOLA coletivamente: • Se organiza para a necessidade de se autoavaliar, • Auto conhecer avanços/problemas detectados, • Significação e produção de sentidos e de mudanças necessárias ao desempenho de sua função.

  17. Avaliação Institucional • Compromisso e valorização dos diferentes sujeitos da escola. • Garantir ações participativas e dialógicas. • “Múltiplos protagonistas se apresentam com igualdade de direitos, de voz e de poder” (FREITAS, L. C.; SORDI, FREITAS; MALAVAZI)

  18. Múltiplos Protagonistas Que ESCOLA temos? Qual Queremos?

  19. QUALIDADE

  20. NATUREZA DA QUALIDADE • NATUREZA NEGOCIÁVEL: a qualidade não é um dado de fato, não é um valor absoluto, não é adequada a um padrão ou a normas estabelecidas a priori e do alto; • Debates entre indivíduos e grupos que têm um interesse em relação à rede educativa, que tem responsabilidade para com ela, com a qual estão envolvidos de algum modo e que trabalham para explicitar e definir de modo consensual, valores, objetivos, prioridades, ideias sobre como é a rede e como deveria ou poderia ser. • NATUREZA PARTICIPATIVA: não há qualidade sem participação; • É a sinergia das ações dos atores ao buscar fins compartilhados que torna efetiva a possibilidade de realizá-los. (BONDIOLI, 2004)

  21. NATUREZA DA QUALIDADE • NATUREZA AUTO-REFLEXIVA: fazer a qualidade não implica somente em agir, mas também um refletir sobre a capacidade de elas realizarem objetivos consensualmente definidos; • Olhar para os próprios limites. • NATUREZA CONTEXTUAL DA QUALIDADE : Natureza intersubjetiva e negociável; • Não é um valor absoluto, pois os contextos são diferenciados; • As realidade locais que se propõe a colocar a qualidade em prática; • Ocorre de acordo com a própria história e com o que temos efetivamente.

  22. NATUREZA DA QUALIDADE • NATUREZA PROCESSUAL: Não é um produto, um dado; • Se desenrola com o tempo; • Não se pode dizer nunca que esteja concluída. • NATUREZA TRANSFORMADORA:ponto central; • Todo o processo só tem sentido se promover a transformação; • Isso só é possível com a “co-construção” de significados em torno da instituição e da rede; • Reflexão compartilhada que enriquece os participantes.

  23. Qualidade tem uma natureza formadora • Produtor de cultura • Através da troca, a qualidade é construída e a formação constituída. (BONDIOLI, 2004)

  24. AI: compromisso com a escola pública de qualidade

  25. A invisibilidade dos estudantes nos processos de qualificação da escola

  26. TEM ALGO A DIZER OS ESTUDANTES SOBRE A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO? • “O problema da nossa escola é a questão da segurança. Também alguns professores têm interesse e muitos não se interessam pelos alunos, pelo ensino. Estamos desde o início do ano sem professor de uma matéria. Tínhamos projetos interessantes de Educação Física e hoje não tem mais. O professor responsável saiu e a atual só trabalha vôlei. E quem gosta de outros esportes? Queremos nos organizar para melhorar.” (Andressa, Pedro (8º ano) e Matheus, EMEF P. C. E. M.). • “Os problemas da escola são a falta de professores, o desinteresse dos alunos durante as aulas e o professor não impõe respeito. Na infra-estrutura não conseguimos ver problema” (Luana, Thales e Guilherme, EMEF P. A. F. C. C.)

  27. TEM ALGO A DIZER OS ESTUDANTES SOBRE A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO? • “A infra estrutura da escola é precária em alguns aspectos, principalmente em relação a quadra. Está precisando de uma super reforma. O pedagógico, no começo do ano faltou professor de português e de matemática. Tivemos troca constante do professor de inglês. A comunidade usa a quadra e destrói. Tentamos fechar a quadra para a comunidade não continuar destruindo (muito vandalismo). Em função das constantes substituições de professores estamos sempre recomeçando. Sempre no começo das matérias” (Bruna, 8º ano, EMEF M. L. P. C.) • “Alguns professores enrolam muito nas aulas, conversam muito e não dão o conteúdo. Alguns são desmotivados, não explicam direito, não trabalham o texto. Estão na sala por obrigação, preguiçosos e molengas” (Amanda, 6º ano, EMEF O. C.)

  28. TEM ALGO A DIZER OS ESTUDANTES SOBRE A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO? • “Toda semana temos alteração de horário porque falta professores. Levamos material trocado, temos que buscar em casa e muitas vezes não conseguimos entrar novamente na escola. Também tem o desinteresse dos professores, eles atendem celular na sala e nos proíbem de usar. Uns professores passam todos os horários conversando com o orientador e ficamos sem fazer nada, outros professores nos levam para o pátio e também ficamos sem fazer nada. Já falamos com a diretora, mas nada aconteceu” (Michele, 9º ano, EMEF E. M.) • Temos muitos problemas entre nós: alunos x alunos; alunos x diretora. Tentamos resolver os problemas com alguns projetos. Discordamos bastante da diretora e lutamos por nossos interesses porque temos que gostar de estar na escola. Um exemplo é o projeto do rádio/música no recreio. Começamos mais foi a maior disputa de estilos e a diretora disse que era para acabar. Agora resolvemos voltar com o projeto e decidimos colocar um estilo em cada dia. Um dia será a música que a diretora gosta (risos)” (Isabel, 9º ano, Anaila, 8º ano, EMEF V. D. L.)

  29. TEM ALGO A DIZER OS ESTUDANTES SOBRE A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO? • Ângela: acho que podia ter reuniões, juntar as opiniões dos alunos, ia ser legal. Porque ai ia ver o que os alunos pensam, como eles podiam ajudar a escola. Ah, o ano passado a gente se reuniu e ia fazer uma rebelião por causa do recreio, o tempo era pouco, não dava pra fazer nada, falta de rampa, banheiro sujo. • Todos: é, é mesmo, uma rebelião de alunos. • Observadora: conta pra mim como foi isso. • Ângela: todo mundo estava juntando plaquinha, cartaz pra escrever um monte de coisa. Falar como queria. • Andreza: um dia a gente chegou a fazer, todo mundo saiu andando e falando o que queria, mas a diretora proibiu a gente e ameaçou dar suspensão pra todo mundo se a gente não parasse. Aí a gente parou ninguém queria levar suspensão. (EMEF P. F. S, 11 anos, 6º ano)

  30. TEM ALGO A DIZER OS ESTUDANTES SOBRE A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO? • “Estou aqui desde a 1ª série e pra mim (sic) a escola não tem nada de bom. Os professores não gostam de explicar a matéria, querem que os alunos aprendam sozinhos. Os professores você pergunta pra eles alguma coisa e eles deixam você falando sozinho e vão fazer outra coisa. Você pergunta alguma coisa da matéria e eles falam ‘o meu querido, eu já expliquei um montão de vezes’. É obrigação dele! (Henrique, 11 anos, 6º ano, EMEF P. F. S) Para que serve a Avaliação Institucional? É possível aprender a avaliar de um modo que faça sentido para os profissionais da educação e, principalmente, para os estudantes? Qual a responsabilidade de cada um e de todos nesse processo?

  31. Desafios....

  32. Referências • BONDIOLI, A. O projeto pedagógico da creche e sua avaliação. Campinas: Autores Associados, 2004. • FREITAS, L. C. de [et. al.]. Avaliação Educacional: caminhando pela contramão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. • FREITAS, L. C. Eliminação Adiada: O Ocaso das Classes Populares no Interior da Escola e a Ocultação da (Má) Qualidade do Ensino. Educ. Soc., Campinas, vol.28, n. 100, p.965 – 987, Especial – Out. 2007. • SORDI, M. R. L. & SOUZA, E. S. A Avaliação como Instância Mediadora da qualidade da Escola Pública: A Rede Municipal de Educação de campinas como Espaço de Aprendizagem.Campinas, SP: Millennium Editora, 2009.

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