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Intertextualidade e Interdiscursividade Prof. Édson Carlos. Nível Discursivo. Quem discursa faz uma série de opções de acordo com os efeitos de sentido que deseja produzir. Os efeitos mais comuns são: Efeito de distanciamento; Efeito de aproximação; Efeito de realidade.
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Nível Discursivo Quem discursa faz uma série de opções de acordo com os efeitos de sentido que deseja produzir. Os efeitos mais comuns são: • Efeito de distanciamento; • Efeito de aproximação; • Efeito de realidade.
Efeito de distanciamento • Recursos que dão “objetividade” e “neutralidade” ao texto; • Uso da 3ª pessoa; Exemplos: Médicos operam tenor. Câncer mata Covas.
Efeito de aproximação • O uso de primeira ou segunda pessoas deixa o texto mais subjetivo; • Exemplos: SEXO 5 maneiras de atiçar o seu desejo. Rapidinho... (Revista Claudia) Diálogo com o leitor, uso do possessivo, diminutivo, tom coloquial, intimidade.
Efeito de aproximação • A subjetividade de um texto também ocorre quando ADJETIVOS, VERBOS, SUBSTANTIVOS E ADVÉRBIOS expressam julgamento de valor. Exemplo: Câncer mata o grande Covas.
Efeito de realidade • Estratégias da enunciação para criar efeito de realidade: • Projetar pessoa – tempo – espaço; • Uso do discurso direto; Exemplo: “Quando o enterro passou os homens que se achavam no café tiraram o chapéu maquinalmente” (Manuel Bandeira)
A troca da pessoa • Outro recurso lingüístico que cria diversos efeitos de sentido. “Dizem que o Pelé é isso e aquilo; vejam bem, eu...” Terceira do singular no lugar da primeira do singular = distanciamento
A troca da pessoa • A utilização da terceira pessoa no lugar da primeira ou segunda também pode ocorrer para evidenciar o papel social. O patrão pode confiar em mim. O coronel está elegante. Vais sair? Seu pai se mata de trabalhar para isso?
A troca da pessoa • Também pode haver efeito de aproximação: Eu faço arte e ainda dou risada? Eu sou pobre, não tenho assistência médica decente, como muito mal. Que futuro tenho? Então, como vamos de namoro?
A troca do espaço • Os pronomes demonstrativos também são suscetíveis a uma troca: • Esta mulher não me sai da cabeça...quando irei reencontrá-la? A mulher não está próxima do enunciador, todavia está presente em sua mente, em virtude de muito amá-la.
A troca do tempo • É o emprego metafórico dos tempos verbais. Termina amanhã o prazo de entrega do imposto de renda. Termina= presente Amanhã= futuro
Marcadores temporais Discussão filosófica, lingüística e até mitológica. Santo Agostinho discute o “não ser do tempo”: o passado não existe, porque não é mais; o futuro, porque ainda não é; para o filósofo só o presente pode ser medido. Tempo na enunciação é sempre um presente. O que pode haver é anteriorirdade, concomitância ou posterioridade.
Marcadores espaciais • Bachelard relacionou o espaço com os estados da alma: o porão estaria ligado à morte, à irracionalidade; o telhado à liberdade, à racionalidade. • O espaço cria uma ambientação e na psicologia humana. Um ambiente fechado pode suscitar, por exemplo, angústia, medo ou também segurança, conforto.
Marcadores espaciais • O espaço articula-se em oposições do tipo: Fechado X aberto Fixo X móvel Interior X exterior
Texto temático e texto figurativo • Temático: mais abstrato, de função interpretativa. Ex: dissertações, textos mais conceituais. • Figurativo: mais concreto, de função representativa. Ex: narrativa. Exemplo: A cigarra e a formiga
Interdiscursividade • Todo texto traz um discurso, uma visão de mundo (ou ideologia). • Todo discurso reproduz um discurso que já existe, ao mesmo tempo em que se opõe a outro que também já existe. Há interdiscursividade entre textos escritos, música, pintura.
Exemplo de interdiscursividade (Chico Caruso, O Globo, 21/02/02)
Exemplo de interdiscursividade • *MAIS FÁCIL DE TER, SÓ DENGUE. (Anúncio do carro Audi A3 2002). • Aqui a intenção é veicular o duplo sentido do verbo ter (possuir / ser contagiado) em uma peça de extremo mau-gosto, mas eficiente lingüisticamente.
Intertextualidade • O fenômeno de um texto remeter a outro. • Não é plágio. • Paródia: humor.
Exemplo de Intertextualidade Na Literatura: “Oh! Que saudade que tenho/ da aurora da minha vida,/ da minha infância querida/ que os anos não trazem mais Que amor, que sonhos, que flores/ Naquelas tardes fagueiras/ À sombra das bananeiras/ Debaixo dos laranjais!” (Casimiro de Abreu)
Exemplo de Intertextualidade Na Literatura: “Oh! Que saudade que tenho/ da aurora da minha vida,/ da minha infância querida/ que os anos não trazem mais Naquele quintal de terra/ da rua São Antônio/ Debaixo da bananeira/ Sem nenhum laranjais! (Oswald de Andrade)
Exemplo de Intertextualidade Baco (Caravaggio) Baco (Cindy Sherman)
Velazquez morrendo atrás da janela à esquerda de onde uma colher se projeta 1982 - Salvador Dali Anão sentado no chão 1645 - Velásquez
Tipos de argumento • Conhecê-los permite identificar melhor as estratégias persuasivas utilizadas nos mais variados textos: • I - O anterior sobre o posterior: x é anterior a y, logo x é melhor do que y, ou x tem mais direito que y.
Exemplo: questão indígena 130 anos de tradição
Tipos de argumento • II – O posterior sobre o anterior: x é posterior a y, logo x é melhor que y.
III – O durável sobre o efêmero: x dura mais que y, logo x é melhor que y.
IV – O efêmero sobre o durável: x é mais rápido que y, logo x é melhor que y. V - Argumento de qualidade: x é superior a y, porque possui mais qualidades que y.
VI - Argumento de quantidade: x é superior a y, porque x possui mais do que y.
VII – O existente sobre aquilo que é possível: x é certo, y é um risco. VIII - Argumento de direção: para atingir y é preciso passar por x. IX - Argumento baseado na competência lingüística: refere-se à habilidade com que o enunciador utiliza a linguagem.
X - Argumento baseado em provas concretas: apresentação de estatísticas, cifras, documentos, fatos históricos e do cotidiano. XI -Argumento de autoridade: citar uma autoridade sobre o assunto do qual se fala.
Argumento de consenso: a comunidade científica coloca como inquestionável. • Argumento baseado no raciocínio lógico: uso de silogismos, causa e efeito.