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"Veneza é uma cidade excepcional, seja na Idade Média seja em nossos dias, pelas características singulares de seu ambiente geográfico e de seu desenvolvimento histórico.
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"Veneza é uma cidade excepcional, seja na Idade Média seja em nossos dias, pelas características singulares de seu ambiente geográfico e de seu desenvolvimento histórico. Os habitantes da planície veneziana, para fugir das incursões dos bárbaros que entravam na Itália pelos Alpes Júlios, se refugiaram nas lagunas entre a foz do Pó e a do Tagliamento, que ofereciam um ambiente protegido tanto por terra, quanto por mar. Nasceram, assim, as ilhas intermediárias, alguns centros habitados; entre estes, adquiriu importância Veneza, que se acha no meio da laguna maior (entre as fozes do Brenta e do Piave) e se comunica facilmente com o mar através de um canal natural. Veneza pôde evitar as dominações dos reinos de terra firme, e permaneceu formalmente sujeita a Constantinopla; pode pois tornar-se o centro comercial intermediário entre o Oriente e o Ocidente e se organizou livremente desde o princípio, sem enfrentar, como as outras cidades, as lutas com os príncipes e os nobres feudais. A forma da cidade já está definida no fim do século XI e permanece praticamente inalterada em todos os mapas sucessivos, desde o mais antigo de 1346 (uma planimetria precisa, não uma das vistas simbólicas usuais na Idade Média, até aos mapas modernos).
Veneza é um trecho de laguna urbanizado, localizado onde vários canais convergem entre si e desembocam no mar aberto, através de uma interrupção da nesga de terra dos Lidos. Um destes canais – o Canal Grande – entra na cidade e a percorre por inteiro com seu S muito pronunciado. Na foz do Canal Grande fica São Marcos (o centro político da cidade) e no meio está Rialto (o centro comercial), com a única ponte sobre o Canal: os dois centros estão próximos um do outro em linha reta, e aqui se encontra de fato o núcleo mais antigo e mais denso: o Sexteiro de São Marcos. A rede dos canais secundários – sobre a qual se desenvolve o tráfego das pessoas e das mercadorias – penetra em toda a cidade, que é uma única massa compacta, como as cidades orientais.
Grande Canal ao anoitecer , vendo-se o campanário da Praça São Marcos
Também os edifícios mais importantes da cidade já estão traçados entre o fim do século XI e o início do século XII.
O centro histórico de Veneza ocupa hoje uma área de aproximadamente 7,6 km2 e é formado por 117 ilhas muito próximas, recortadas por 150 canais. Devido aos crescentes custos de moradia, inundações frequentes e envelhecimento da população, o número de moradores caiu pela metade nos últimos 40 anos - são 62 mil, atualmente.
Tudo começou com a ocupação de ilhotas no nordeste da Itália. Para lá fugiram habitantes da região do Vêneto, temendo as hordas de bárbaros que tomaram conta da Europa a partir do século V. As ilhas fizeram parte do Império Bizantino até o início do século IX, quando Veneza tornou-se independente. Logo, todas as áreas de terra firme das ilhas foram ocupadas e a cidade precisava crescer. A saída foi então avançar sobre as águas que separavam as ilhas. Para isso, os venezianos desenvolveram um sistema para aterrar as áreas alagadas anexas às porções de terra e assim foram estreitando a distância entre as ilhas, delineando canais e ganhando espaço para abrigar povoamentos maiores. Graças à localização privilegiada - no meio da rota entre o Oriente e o Ocidente -, excelentes navegadores e poderio militar, a cidade tornou-se um próspero centro mercantil e naval a partir do século XI. Essa condição só foi abalada quando os portugueses descobriram uma rota alternativa para o Oriente, circundando a África. Em 1797, com sua força militar já abalada, a cidade foi conquistada por Napoleão e, em seguida, passou a integrar o território austríaco. Só em 1866 foi incorporada à Itália. Procissão na Praça S. Marcos. Giambellino 1496 Galeria da Academia de Veneza
Grande Canal e comércio
Grande Canal Vista de Veneza a partir do Campanário de São Marcos
Um solitário “gondolaio” e sua gôndola num dos estreitos canais de Veneza
Começa a noite e a Lua cobre de prata os telhados às margens do Grande Canal
“La Serenissima” é elegante, sabe como receber da melhor forma o visitante
Terraço de um restaurante centenário
Canaletto- Palacio Ducal, Catedral de S. Marcos, “Piazza e Piazzetta” em finais do Século XVIII
A edificação do Palácio Ducal iniciou-se, presumivelmente, no século IX depois da mudança da sede ducal de Malamocco para a moderna Veneza, definitivamente sancionada em 812, durante o dogado de Angelo Partecipazio. Da instalação original, talvez erguida seguindo o modelo do Palácio de Diocleciano em Spalato, nada sobrevive atualmente.
A primeira igreja construída no local foi um edifício temporário no Palácio dos Doges, construído em 828 quando mercadores venezianos adquiriram de Alexandria as supostas relíquias de São Marcos Evangelista. Em 822, um novo edifício foi erguido no local da atual basílica; esta igreja foi incendiada durante uma rebelião em 976 e reconstruída em 978 e, mais uma vez em 1063, no que viria a ser à base do atual edifício.
Leão de São Marcos e Fachada Frontal da Catedral
Santa Maria della Salute (Santa Maria da Saúde) é uma Basílica de Veneza, que se ergue perto da Ponta da Alfândega. Foi construída como ex-voto dos habitantes venezianos por causa da peste que em 1630 dizimou a população. A peste foi trazida pelo conde de Mântua, que foi internado na ilha do Lazareto Vecchio, mas bastou-lhe entrar em contato com um carpinteiro local para que a infeção se estendesse por toda a cidade a partir do Campo de são Lio. Em 22 de março de 1630 o então Patriarca Giovanni Tiepolo, fez uma promessa: "prometo solenemente erguer nesta cidade uma igreja e dedicá-la à Virgem Santíssima, chamando-a "Santa Maria della Salute", e que cada ano no dia em que esta cidade foi declarada livre do presente mal, Sua Serenidade e Seus Sucessores irão solenemente com o Senado visitar dita igreja em perpétua memória da pública gratidão por tanto benefício". Em 26 de março, na Praça São Marcos, o doge Nicola Contarini, o clero e o povo reuniram-se para rezar. Quando a peste terminou tinham morrido 80 000 venezianos, e 600 000 no território da Sereníssima República, de Brescia até Trieste, de Polesine a Bellluno. Entre as pessoas que morreram, encontravam-se o doge e o patriarca.
Cúpulas da Basílica Santa Maria della Salute
Mais um dia chega ao fim e mais uma vez Veneza, “la Serenissima” se veste de dourado-púrpura.