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PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS. PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS. Uma progressão geométrica é uma sucessão em que cada termo se obtém multiplicando o anterior por um número fixo chamado razão , que se representa pela letra r . Assim, se ( a n ) é uma progressão geométrica, verifica-se Aplicação :
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PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS • Uma progressão geométrica é uma sucessão em que cada termo se obtém multiplicando o anterior por um número fixo chamado razão, que se representa pela letra r. • Assim, se (an) é uma progressão geométrica, verifica-se • Aplicação: • A sequência de termos: 5, 15, 45, 135, 405, ... é uma progressão geométrica? • E a sucessão de termo geral un= 2n ? • Para nos assegurarmos que uma sucessão é uma progressão geométrica temos que comprovar que o quociente entre cada termo e o anterior é sempre o mesmo. Esta comprovação elementar dá-nos também o valor da razão da progressão.
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS • Termo geral de uma progressão geométrica • A expressão do termo geral de uma progressão geométrica (an) encontra-se observando que: • a2= a1· r • a3= a2 · r = (a1· r) · r = a1· r2 • a4= a3 · r = (a1· r2) · r = a1· r3 • a5 = a4 · r = (a1· r3) · r = a1· r4 • Note-se que, em todos os casos, cada termo é o produto de duas quantidades: • A primeira é sempre a1 • A segunda é uma potência de base r e exponente um certo número, que se obtém subtraindo uma unidade ao índice. • A expressão do termo geral é: • Pode-se também facilmente provar que: . Expressão que permite obter a expressão do termo geral a partir de qualquer termo da progressão (não apenas a partir do primeiro).
vn 16 4 O n -2 -8 -32 PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS Aplicação: Escreve a expressão do termo geral das progressões geométricas em que:1)u1 = 10 e un+1 = 4un2)u1 = 36 e u3 = 43) 4)
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS Comportamento de uma progressão geométrica • Se a razãode uma progressão geométrica é maior que 1e • u1 > 0, a progressão é: • estritamente crescente e… • não limitada. • E se u1 < 0? an n O bn n O
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS • Se arazão de uma progressão geométrica está compreendida entre 0 e 1 e • u1 > 0, a progressão é: • estritamente decrescente e… • limitada. • E se u1 < 0? cn O n dn O n
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS • Se arazão de uma progressão geométrica é igual a 1, a progressão é: • constante • limitada fn n O • Se arazão de uma progressão geométrica é igual a -1, a progressão é: • não monótona • limitada gn n O
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS • Se a razão de uma progressão geométrica é maior que -1 e menor que 0, a progressão é: • não monótona e… • limitada. hn O n • Se a razão de uma progressão geométrica é menor que -1, a progressão é: • não monótona e… • não limitada. ln n O
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS Em resumo: comportamento de uma progressão geométrica • Progressão geométrica (un) • Razão: r • 1º termo: u1 progressão constante u1 > 0 - Decrescente Limitada u1 > 0 - Crescente Não limitada Não monótona Não limitada Limitada u1 < 0 - Crescente Limitada u1 < 0 - Decrescente Não limitada + - 0 1 -1 razão - r
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS • Aplicações: • 1. Dá exemplo de uma progressão geométrica (un) que satisfaça a condição: • tenha primeiro termo positivo e seja decrescente; • tenha primeiro termo positivo e seja não monótona; • seja estritamente crescente e tenha razão positiva menor que 1; • tenha o primeiro termo negativo e seja estritamente decrescente. • 2. Considera a sucessão (vn) de termo geral: • vn= 5 x 21-n • Mostra que é uma progressão geométrica. • (vn ) é monótona? Justifica. • (vn ) é limitada? Justifica.
A LENDA DO JOGO DE XADREZ Diz a lenda que um antigo Xá da Pérsia ficou tão impressionado com o jogo de xadrez, que ordenou ao seu inventor que pedisse a recompensa que desejasse. O inventor (provavelmente um matemático experiente...) pediu um grão de trigo pela primeira casa do tabuleiro de xadrez, dois grãos pela segunda casa, quatro pela terceira, oito pela quarta, e assim sucessivamente, até se percorrerem todas as casas do tabuleiro. Conta-se que o imperador ficou estupefacto, tendo até considerado, que era afrontoso o pedido do inventor por se tratar de coisa tão insignificante! Contudo, o inventor manteve o pedido e insistiu que lhe bastava vê-lo concretizado... Quantos grãos de trigo pediu, afinal, o inventor do jogo de xadrez? Soma de n termos consecutivos de uma progressão geométrica PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS Resolução: 1 2 4 8 16 32 64 128 Ora, Donde: 18 446 744 073 709 551 615 grãos de trigo!!!
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS A soma dos nprimeiros termos consecutivosde uma progressão geométrica é dada por Sendo n o número de termos considerados e u1 o primeiro termo e r a razão. com Aplicação:Se uma progressão geométrica tem o termo geral , calcula a soma dos seus primeiros 21 termos .
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS Soma de todos os termos de uma progressão geométrica Zenão de Eleia, filósofo sofista que viveu no séc. V a.C., formulou alguns paradoxos (*) com os quais pretendia contestar as concepções da Escola Pitagórica segundo as quais, por exemplo, o tempo era uma soma de instantes e o movimento uma soma de deslocamentos. Um paradoxo célebre, devido a Zenão, é o chamado “Paradoxo de Aquiles e da tartaruga”. (*) Paradoxal é tanto aquilo que encerra uma contradição como o que vai contra a opinião comum. É o inverosímil, o absurdo, mas também o estranho. InEpsilones
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS Paradoxo de Aquiles e da tartaruga Aquiles corre para apanhar uma tartaruga mas nunca chegará a alcançá-la porque, quando atingir o lugar onde estava a tartaruga, já ela lá não estará porque entretanto se deslocou; e esta situação repete-se indeterminadamente… Este raciocínio de Zenão, parecendo intocável, conduz a uma conclusão que a realidade mostra ser falsa.
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS Consideremos o exemplo: Suponhamos que Aquiles se desloca 10 vezes mais depressa que a tartaruga e que esta partiu com um avanço inicial de 100 metros. - Justifica que estamos em presença de duas progressões geométricas (a de Aquiles e a da tartaruga). - O 1º termo de cada uma das progressões é: … e … - A razão de cada uma das progressões é: … e …. - Como a determinar distância percorrida por Aquiles e pela tartaruga? Teremos que ter em atenção que: A soma S, de todos os termos de uma progressão geométrica (un) em que o primeiro termo é u1 e a razão é r, é: Se , (Sn) é convergente e diz-se que é a soma de todos os termos.
A distância (em metros) a percorrer por Aquiles é, então: * *A noção rigorosa de limite de uma sucessão será estudada no tema seguinte. Por outro lado, a tartaruga percorre (em metros):
Como é igual conclui-se que Aquiles alcança a tartaruga depois de ter percorrido Só o cálculo de limitese a teoria de conjuntos permitiu esclarecer (23 séculos mais tarde!...) os paradoxos de Zenão, cuja solução exige o cálculo da soma de todos os termos de uma progressão geométrica. O argumento de Zenão assume que o espaço é contínuo e, portanto, infinitamente divisível. Contudo, não faz o mesmo com o tempo, o que conduz ao paradoxo. In Epsilones(Ver anexo)
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS Aplicações 1. A partir de um quadrado com 16 cm2de área foi gerada uma sequência de figuras em que os quatro primeiros elementos estão a seguir representados. A sequência dos valores das áreas das partes sombreadas são os termos da sucessão (an) Mostra que Verifica que (an) é uma progressão geométrica e indique a sua razão. Calcula a soma das áreas das partes sombreadas do 3º ao 10º elementos da sequência. Apresenta o resultado arredondado às centésimas.
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS 2. Sabe-se que a população de uma determinada cidade, com 50 mil habitantes, aumenta a uma taxa de 2% ao ano. Admitindo que se mantém esta taxa de crescimento: a) Justifica que a população desta cidade, daqui a n anos, é dada, em milhares de habitantes, por Pn= 50 x (1,02)n b) Utiliza a calculadora para determinar quantos anos são necessários para que a população desta cidade duplique. Num breve texto explique como procedeu.
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS 3. As reservas naturais de petróleo em determinado país no começo de 1980 eram de 12 mil milhões (12×109 ) de toneladas. A extração nesse ano foi de 120 milhões (1,2×108 ) de toneladas. a) Se o ritmo de extração se mantivesse todos os anos igual ao de 1980, em que ano as reservas ficariam esgotadas? b) Supõe que todos os anos a extração de petróleo é reduzida em 2% em relação ao ano anterior, a começar em 1980. b1) Escreve o termo geral da sucessão que dá a quantidade de petróleo, em toneladas, extraída em cada ano, desde 1980. b2) Com esta redução é possível consumir indefinidamente? Justifica.
PROGRESSÕESGEOMÉTRICAS Curva de VonKoch(ou curva floco de neve) Proposta de trabalho: Depois de estudarem a curva de VonKoch, cometem a afirmação: “Apesar de a curva de VonKoch ter perímetro infinito, a área por ela limitada é finita.”
Anexo Traduzido de “Paradoja de la dicotomía” de Epsilones – autor: Alberto Rodríguez Santos,uma página que recomendo vivamente, emhttp://www.epsilones.com/
Este argumento de Zenão assume que o espaço é contínuo e, portanto, infinitamente divisível. Contudo, não faz o mesmo com o tempo, o que conduz ao paradoxo. Vamos primeiro ver o que faz com o espaçoSuposição: o espaço é infinitamente divisível Embora à primeira vista possa parecer surpreendente, podemos adicionar quantidades infinitas e o resultado ser finito. Um exemplo simples é o das progressões geométricas, que são aquelas sequências em que cada termo é obtido multiplicando o anterior por uma quantidade constante chamada razão. Se esta razão é menor do que 1 pode ser facilmente mostrado que a soma infinita de termos da sequência é obtida pela expressão S = a1/(1 - r), em que a1 é o primeiro dos termos.
Uma progressão particularmente intuitiva é 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32 ... Parece claro que se tomarmos a primeira metade da unidade e, em seguida, metade do que resta, e então metade do que resta, e assim até "ao infinito", acabamos tendo toda a unidade: A B 1/16 1/2 1/4 1/8 1/32 De facto: aplicando a expressão anterior para a soma, temos: A situação levantada por Zenão é essencialmente a mesma: suponhamos que a distância a percorrer é L. Então, os intervalos a percorrer pelo atleta serão L/2, L/4, L/8 ..., que são os termos de uma progressão geométrica de razão 1/2, cuja soma é a seguinte: Isto é, não há qualquer problema em subdividir o espaço infinitamente.
E o tempo? Se a velocidade do atleta é v (que, por comodidade, iremos considerar constante), o tempo que leva a percorrer o primeiro intervalo será L/2v, o segundo L/4v, e assim por diante. Zenão neste ponto considera que o corredor nunca poderá atingir a meta porque percorrer um número infinito intervalos levaria um tempo infinito. Mas está equivocado: se somarmos todos os tempos, tem-se: que é uma quantidade tempo finita. ConclusãoA não ser que alguma razão nos impeça, se aceitarmos a continuidade do espaço, devemos aceitar a do tempo, o que nos autoriza a percorrer um número infinito de intervalos espaciais num espaço de tempo finito.Deve notar-se que os cálculos anteriores não demostram que o movimento seja possível, mas que o argumento de Zenão não é correto.
O mundo físico Até agora temos falado em termos puramente matemáticos. Mas o que diz a Física? Diz que ainda que não conheçamos a microestrutura detalhada do espaço-tempo sabemos que não pode ser cortado ilimitadamente. Para observar um detalhe é necessário um comprimento de onda menor do que o próprio detalhe. Para que o comprimento de onda seja menor deve aumentar-se a energia, mas isso só pode ser feito até um certo limite, pois alcançado este limite, a concentração de energia produziria um buraco negro. O comprimento em que isto acontece, o mais baixo possível, é conhecido como constante dePlank. O tempo de Plank é o tempo que a luz leva para atravessar essa distância. Uma vez que nada viaja mais rápido do que a luz, este é o tempo mínimo possível. Abaixo desta distância e deste tempo nada pode ser observado e a realidade deixa de fazer sentido.
Se isto é verdade (não nos esqueçamos que estamos a falar de física e, portanto, de teorias), estaríamos num espaço-tempo discreto e o paradoxo de Zenão desvanecer-se -ia automaticamente uma vez que, como vimos, o argumento de Zenão parte da suposição de um espaço infinitamente divisível. Uma varianteAntes de chegar ao ponto médio de A e B, isto é, I1, o corredor deve chegar ao ponto médio de A e I1, isto é, I2. E antes de chegar a I2 deveria atingir o ponto médio de A e I2, isto é, I3. Repetindo o processo indefinidamente mergulharíamos o corredor numa estranha imobilidade, pois antes de alcançar qualquer ponto do percurso deveria ter passado por um número infinito de outros pontos. InEpsilones
Bibliografia: • Novo Espaço • Matemática A -11º ano • Autores: Belmiro Costa • Ermelinda Rodrigues • Infinito 11 • Matemática A -11º ano • Autores: Ana Maria Brito Jorge| Conceição Barroso Alves • Cristina Cruchinho| Gabriela Fonseca | Judite Barbedo Manuela Simões • Epsilones: autor: Alberto Rodríguez Santos| http://www.epsilones.com/ Auguries of Innocence To see a world in a grain of sand, And a heaven in a wild flower, Hold infinity in the palm of your hand, And eternity in an hour. [...] • William Blake, Auguries of Innocence. Maria José Vaz da Costa