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nutrição e desenvolvimento do sistema nervoso. José Sal0mão Schwartzman Universidade Presbiteriana Mackenzie. nutrição e desenvolvimento do sistema nervoso. nutrientes e fatores de crescimento regulam o desenvolvimento cerebral no período fetal e pós-natal precoce
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nutrição e desenvolvimento do sistema nervoso José Sal0mão Schwartzman Universidade Presbiteriana Mackenzie
nutrição e desenvolvimento do sistema nervoso • nutrientes e fatores de crescimento regulam o desenvolvimento cerebral no período fetal e pós-natal precoce • o cérebro imaturo é mais vulnerável à deficiências nutricionais • o cérebro imaturo é mais plástico
nutrição e desenvolvimento do sistema nervoso • nutrientes que têm maior importância nesta fase do desenvolvimento: • proteínas • energia • certos lipídios • ferro • cobre • iodo • selênio • vitamina A • colina • folato Georgieff, 2007
nutrição e desenvolvimento do sistema nervoso • os efeitos de qualquer distúrbio (carência ou excesso) nutricional dependerão de vários fatores: • etapa do desenvolvimento • amplitude • duração
nutrição e desenvolvimento do sistema nervoso • os efeitos de qualquer distúrbio (carência ou excesso) nutricional dependerão de vários fatores: • fatores de proteção: • resiliência • estimulação ambiental/parental
nutrição e desenvolvimento do sistema nervoso • para uma determinada região cerebral: • agressões nutricionais precoces determinarão prejuízos na proliferação celular • agressões mais tardias levarão a prejuízos na diferenciação celular: • tamanho e complexidade dos neurônios • sinaptogênese • arborização dendrítica
nutrição e desenvolvimento do sistema nervoso • agressões nutricionais podem levar a : • alterações neuroquímicas: • alterações na síntese de neurotransmissores/receptores • alterações no mecanismo da recaptação • alterações neurofisiológicas: • anormalidades na propagação dos impulsos • as alterações provocadas podem ser definitivas e permanecer mesmo após a correção dos déficits nutricionais
estágio desenvolvimento eventos morfológicos aberrações 0 indução placa neural morte 1 tubo neural, clivagem telencéfalo, vesiculas ópticas anencefalia, mielomeningocele, Chiari e holoprosencefalia proliferação e migração dos neuroblastos e neurônios microcefalia vera, esquizencefalia, lisencefalia, agenesia do corpo caloso, facomatoses 2 hemisférios e raízes dos nervos 3 fissuras maiores e corpo caloso 4 5 giros, sulcos secundários e terciários 6 migração neuronal diferenciação neuronal proliferação da glia mielinização desarranjos citoarquitetônicos sutis 7 8 nascimento
estágio desenvolvimento eventos morfológicos aberrações 0 indução placa neural morte 1 tubo neural, clivagem telencéfalo, vesiculas ópticas anencefalia, mielomeningocele, Chiari e holoprosencefalia proliferação e migração dos neuroblastos e neurônios microcefalia vera, esquizencefalia, lisencefalia, agenesia do corpo caloso, facomatoses hemisférios e raízes dos nervos 2 3 fissuras maiores e corpo caloso 4 22 a 44 semanas Georgieff, 2007 5 giros, sulcos secundários e terciários 6 migração neuronal diferenciação neuronal proliferação da glia mielinização desarranjos citoarquitetônicos sutis 7 8 nascimento
sinapses / mm3 sinapses total sinapses total (x 1011) sinapses / mm3 (x 108) densidade sináptica e número de sinapses na área 17 em função da idade
6 anos adulto recém-nascido
desnutrição protéico-calórica • em modelos animais reduz o conteúdo de DNA e RNA e altera o perfil dos ácidos graxos: • redução no número global de neurônios • diminuição síntese protéica • déficits na mielinização
desnutrição protéico-calórica • a redução de proteínas, da concentração do fator de crescimento e de produção de neurotransmissores diminui, de forma global, o tamanho do encéfalo • o córtex cerebral, o cerebelo e o hipocampo parecem ser particularmente vulneráveis • em crianças nascidas a termo que morreram em razão de severa privação alimentar durante o primeiro ano de vida foi constatada redução de 15% a 20% no número total de células cerebrais (Winick, 1975)
desnutrição protéico-calórica • freqüentemente causada por severa desnutrição materna e/ou hipertensão arterial: • retardo no crescimento intra-uterino • podem apresentar dificuldades cognitivas • prejuízos na memória visual e auditiva • atraso psicomotor, adaptativo, da linguagem e pessoal (testes de Gesell, Catell e Bayley)
desnutrição protéico-calórica • segundo Cravioto, Milán e Villicaña (1996): • associação direta entre desnutrição e baixo rendimento intelectual • associação direta entre peso/estatura de crianças desnutridas e atraso no desenvolvimento psicomotor e da linguagem, dificuldades para resolver problemas, prejuízos na coordenação visuo-motora e habilidades de categorização
desnutrição protéico-calórica • segundo Cravioto, Milán e Villicaña (1996): • crianças com desnutrição crônica com atraso no crescimento físico e maturação bioquímica apresentam: • atraso no desenvolvimento motor • atraso no desenvolvimento auditivo e na linguagem • atraso no comportamento social • nível intelectual inferior ao de seus irmãos mesmo após a correção da desnutrição
ferro • incorporado pelo feto durante o último trimestre • necessário para processos básicos: • mielinização • produção de neurotransmissores • metabolismo energético
ferro • deficiência no período fetal e neonatal: • redução no metabolismo oxidativo no hipocampo e córtex frontal • aumento no conteúdo intracelular (neuronal) de glutamato • redução concentração de dopamina no corpo estriado • alteração no perfil dos ácidos graxos e da mielina de forma generalizada
ferro • deficiência durante a gestação ou no período neonatal: • alterações na neurogênese • anormalidades na diferenciação de certas células cerebrais notamente do oligodendrócito • estas alterações parecem ser duradouras e resistentes à oferta posterior do ferro
ferro • ocorrem alterações nas vias dopaminérgicas • anormalidades na síntese e catabolismo das monoaminas • redução na atividade da citocromo-oxidase com alterações metabólicas no hipocampo • esses processos biológicos afetados pela carência em ferro não são excludentes e podem ser cumulativos
ferro • segundo Cravioto, Milán e Villicaña (1996): • deficiência de ferro se relaciona com • alterações do desenvolvimento mental mesmo na ausência de anemia • alterações de conduta • diminuição das medidas de inteligência
zinco • nutriente essencial e abundante no cérebro • 10% a 15% do total presente se localizam no interior das vesículas pré-sinápticas de certos terminais glutaminérgicos, particularmente no sistemalímbico • a privação em zinco afeta a homeostase desse metal no cérebro e, por conseqüência as regiões ricas em vesículas contendo zinco, como o hipocampo, por exemplo,podendo levar à disfunções na aprendizagem e olfativas
cobre • elemento essencial para : • proteínas envolvidas no metabolismo energético • metabolismo da dopamina • atividade antioxidante • aproveitamento do ferro pelo cérebro no período fetal e neonatal • em roedores o cerebelo parece ser particularmente sensível ao déficit pré-natal em cobre levando a efeitos duradouros sobre a função motora, equilíbrio e coordenação
ácidos graxos essenciais • ácidos graxos poliinsaturados pertencentes às famílias ômega-3 e ômega 6, ingeridos pela dieta • podem ser AGCC, AGCM , AGCL e AGCML • o ácido docosaexaenóico (DHA) é importante na estrutura da membrana neuronal, sinaptogênese e mielinização
ácidos graxos essenciais • há evidências de que a suplementação de fórmulas lácteas com DHA induzem efeitos positivos significativos no que diz respeito ao desenvolvimento da retina e cognição em crianças prematuras (avaliados pelo eletroretinograma, acuidade visual e desenvolvimento global) • parece que facilitam o desenvolvimento de uma teoria da mente
autismo: teorias psicológicasteoria da mente (mindblindness) teste da falsa-crença (teste de Anne/Sally) de Wimmer e Perner (1983)
considerações finais • temos evidências de que déficits nutricionais em períodos críticos podem ser responsáveis por prejuízos na anatomia, fisiologia e habilidades cognitivas que dependem da integridade anátomo-funcional do SNC • alguns destes prejuízos podem persistir, ainda que atenuados, mesmo após a correção dos déficits nutricionais • não podemos deixar de levar em conta fatores de proteção tais como resiliência e estimulação ambiental/parental
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