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Eclesiologia. 03 A Igreja visível. Igreja visível. “São fiéis cristãos aqueles que, incorporados a Cristo pelo Baptismo , se integram no Povo de Deus e, feitos partícipes, a seu modo e por essa razão, da função sacerdotal, profética e real de
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Eclesiologia 03 A Igreja visível
Igreja visível • “Sãofiéis cristãosaqueles que, incorporados a Cristo peloBaptismo, se integram noPovo de Deuse, feitos partícipes, a seu modo e por essa razão, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, cada um segundo asua própria condição, são chamados adesempenhar a missãoque Deus deu à Igreja para cumprir no mundo”.(CIC 204, 1)
Igreja visível Princípio de igualdade essencial: a condição própria dos fiéis cristãos fundamenta-se em ser filhos de Deus, dignidade excelente da qual participaigualmentecada um deles. 1 • cooperação e corresponsabilidade dos fiéis, cada qual conforme a sua posição, na edificação do Corpo de Cristo. Princípio de diversidade funcional: existe na Igreja uma dupla tipologia de fiéis cristãos, por instituição divina: os ministros sagrados ou clérigos (recebem o sacramento da ordem), e os leigos. 2
Igreja visível • Sacramento da Ordem: elemento diferenciador • da comum, dignidade radical dos fiéis cristãos. • Assim, o Povo de Deus, sacerdotal, dedicado ao • culto do seu Senhor, consta de um duplo tipo • de sacerdócio: comum e ministerial. • Aofundar a Igreja e confiar-lhe a sua missão • redentora, Cristo deu a participar de modo • diverso o seu único sacerdócio, estabelecendo • nela funções e ministérios diferentes.
Igreja visível SACERDÓCIO COMUM • = participação do sacerdócio de Cristo • - que se transmite a todo o fiel cristão pelo Baptismo, • - robustece-sena Confirmação, • - tem o seu centro e raiz na Eucaristia. • CAPACITA “para oferecer sacrifícios espirituais gratos a Deus por Jesus Cristo” (1 Ped 2, 5), e para contribuir para a missão salvadora da Igreja. • Exerce-se “na recepção dos sacramentos, na oração e acção de graças, median- te o testemunho de uma vida santa, na abnegaçãoe caridadeoperante” (Lumen gentium 10).
Igreja visível SACERDÓCIO MINISTERIAL • = participação especial do sacerdócio de Cristo que confere “a sagrada potestade da Ordem para oferecer o sacrifício e perdoar os pecados, e desempenhar publicamente em nome de Cristo o ofício sacerdotal a favor dos homens” (Presbyterorum ordinis 2). • Sacerdócio comum e ministerial “são diferentes essencialmente, e não só em grau” (Lumen gentium 10). • O sacramento da Ordem imprime um carácter que capacita para operar “na pessoa de Cristo”: em plena identificação sacramental com Ele. O sacerdote ministerial não é mais cristão que os restantes fiéis, mas é mais sacerdote e de modo diferente.
Igreja visível Sacerdócio comum e ministerial não são alheios nem independentes, mas “ordenam-se um ao outro, pois ambos participam à sua maneira do único sacerdócio de Cristo” (Lumen gentium 10). 1 Momento culminante de exercício comum de ambos sacerdócios = o sacrifício da Missa. 2
Igreja visível 7/36 • O sacramento da Ordem não confere só funções santificadoras, mas também • os ofícios de ensinar e de reger o Povo de Deus e que, juntamente com o de • santificar, constitui a “sacra potestas” dos ministros sagrados. • Este sacramento confere-se em três • graus claramente escalonados e • subordinados: • - episcopado • - presbiterado • - diaconado.
Igreja visível • Um elemento diferenciador mais entre os clérigos = a missão canónica • a autoridade competente atribui-a a cada um dos ordenados: supõe que a pessoa designada desempenhe o ofício eclesiástico que lhe é outor- gado, entre a multidão dos possíveis. • Exemplos: arcebispo metropolitano, • bispo auxiliar, vigário episcopal, ecónomo, pároco, juiz, capelão, etc...
Igreja visível • “Hierarquia” significa autoridade sagrada. Na Igreja concebe-se como • serviço. • Lumen gentium 18: “os ministros que possuem a sacra potestade estão ao • serviço dos seus irmãos, a fim de que todos os que pertencem ao Povo • de Deus... alcancem a salvação”. • A hierarquia é denominada “ministério • eclesial”, e os seus integrantes “ministros”, • quer dizer, servidores.
Igreja visível ORIGEM DA HIERARQUIA, 1 • Em muitas passagens do Evangelho, Jesus confere a plenitude de poderes ao colégio dos apóstolos. Exemplo: Mt 28, 18-20: “Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a guardar tudo o que vos mandei. E sabei que eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo”. • O Evangelho mostra também que Jesus prometeu a Pedro os máximos poderes na Igreja (Mt 16, 18- 19) e outorgou-lhos depois da sua Ressurreição (Jo 21, 15-17).
Igreja visível ORIGEM DA HIERARQUIA, 2 • Do Evangelho deduz-se: • 1. Cristo dá umamissãoa todos os apóstolos(principalmente três funções: • ensinar, santificar, reger). • 2. Cristo outorga os seuspoderes aos Dozepara • levar a cabo a sua missão. • 3. Cristo põe Pedroà frente de toda a Igreja, como • Pastor universal do seu rebanho, como seu vigário • na terra. • Cristo declara que exercerá sempre o seu papel de Cabeça da Igreja, invi- sivelmente através do Espírito Santo, e visivelmentepor meio dos Doze, presididos por Pedro.
Igreja visível ORIGEM DA HIERARQUIA, 3 • Comportamento posterior dosapóstolos: o Novo Testamento narra que, presididos porPedro: • - elegem Matias para substituir Judas como um dos Doze, • - para servir melhor os baptizados, escolhem colaboradores para o ministério: • presbíteros e diáconos, • - administram os sacramentos, • - à volta dos seus ensinamentos congregam-se os fiéis, • - reúnem-se em concílio e formulam disposições, etc... • Os Doze exercitam colegial e hierarquicamente os poderes recebidos de Cristo. =
Igreja visível ORIGEM DA HIERARQUIA, 4 • Lumen gentium 20: “os apóstolos procuraram estabelecer sucessores nesta sociedade hierarquicamenteorganizada..., e deram, além disso, a ordem de que, ao morrerem eles, outros varões provados tomassem conta do seu ministé- rio”. • = não só atitude lógica, mas também aplicação autêntica da vontade de Cristo. Pode afirmar-se que “por instituição divina, os bispos sucederam aos apóstolos como pastores da Igreja” (Lumen gentium 20). • Os presbíteros e diáconos são colaboradores hierárquicos que, conforme a vontade divina aplicada pelos apóstolos, participam subordinadamente da potes- tade sagrada de Cristo, transmitida pelo sacramento da Ordem.
Igreja visível COLÉGIO EPISCOPAL, 1 • Lumen gentium 22: “Assim como, por disposição do Senhor, S. Pedro e os restantes apóstolos formam um só Colégio apostólico, da mesma maneira se unem entre si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucesso- res dos apóstolos”. • O Colégio Episcopal é a instituição que reúne todos os bispos do mundo que permanecem em comunhão com o Papa.
Igreja visível 15/37 COLÉGIO EPISCOPAL, 2 • O colégio apostólico e oepiscopaltêm idênticos esquemas constitutivos e traços essenciais: são um e o mesmo, continua- do no tempo. • O Colégio Episcopal possui dimensão ao mesmo tempo colegial e primacial: “é sujeito da suprema e plena potestade sobre a Igreja universal, se bem que não pode exercer a dita potestade sem o consentimento do Romano Pontífice” (Lumen gentium 22).
Igreja visível COLÉGIO EPISCOPAL, 3 • O Colégio Episcopal exerce a sua plena e suprema potestadede duas formas: de modo solene e especialmente visível nos concílios ecuménicos aprova- dos ou, pelo menos, aceites pelo sucessor de Pedro; mediante a acção conjunta dos bispos dispersos pelo mundo, sempre que seja promovida, aprovada ou livremente aceite pelo Papa. 1 2
Igreja visível 17/36 COLÉGIO EPISCOPAL, 4 Por expressa vontade de Cristo, a colegialidade episcopal é só universal e sempre indivisível. => os concílios particulares, sínodos e restantes assembleias de bispos nãoconstituem propria- mente manifestações da colegialidade: são “realizações parciais” dela, e “sinal e instrumento” do chamado afecto ou espí- rito colegial. 1
Igreja visível 18/37 COLÉGIO EPISCOPAL, 4 Conferências episcopais: instituições permanentes erigidas para que “o espírito colegial tenha aplicação prática” (Lumen gentium 23): nelas os bispos de uma nação ou território determinado exercem unidos algumas funções pastorais a favor dos seus fiéis (cfr. CDC 447 e João Paulo II, Apostolos suos, 21.V.1998). 2
Igreja visível ROMANO PONTÍFICE, 1 • O Bispo de Roma é o sucessor directo de São Pedro, e ostenta por isso mesmo a autoridade suprema sobre todaa Igreja. • É o Vigário de Cristo na terra, a Cabeça do Colégio Episcopal e o Pastoruniversal. • Santo Ambrósio, Comentários ao salmo 21: “onde está Pedro, aí está a Igreja”.
Igreja visível ROMANO PONTÍFICE, 2 • Após a morte de quem até esse momento ocupava o cargo, a eleiçãode um Romano Pontífice tem lugar segundo as normas estabelecidas. • A Tradição unânime da Igreja transmite que quem é eleito bispo de Roma obtém por instituição divina, o Primado de Pedro sobre a Igreja universal.
Igreja visível ROMANO PONTÍFICE, 3 • Enquanto sucessor de São Pedro, o Papa, por instituição divina, “é o princípio e fundamento, perpétuo e visível, da unidade de fé e de comunhão” na Igreja (Lumen gentium 18). • O seu ofício próprio está precisamente em servir essa unidade e o bem comum de todaa Igreja, mediante o exercício das suas funções soberanas de magistério, santificação e governo.
Igreja visível ROMANO PONTÍFICE, 4 • CDC 331: O Romano Pontífice “goza, em virtude do seu cargo, de potestadeordinária, que ésuprema, plena, imediata e universal na Igreja, e que pode sempre exercer livremente”. • =>potestade do Papa: • - ordinária: recebida directamente de Cristo, em virtude • do seu ofício, • -suprema: está acima de qualquer outra potestade humana na Igreja. • - plena: compreende a totalidade dos poderes de Cristo, • - imediata: pode exercê-la directamente sempre, sem intermediário, • -universal: estende-se sobre todos os pastores e fiéis, matérias, organismos e • circunscrições da Igreja, • -livre: pode exercê-la a seu arbítrio, tanto no tempo como no modo, sem contro- • los nem limitações.
Igreja visível BISPOS, 1 Bispo: do grego “episcopos” = inspector • São, por instituição divina, sucessores dosapóstolos como pastores da Igreja: como já vimos em Lumen gentium 20. • Cada bispo é depositário dos poderes apostólicosa partir do momento da sua consagração episcopal, pela transmissão que de um a outroopera o Sacramento da Ordem:ininterruptasequência histórica denominada “sucessão apostólica”.
Igreja visível BISPOS, 2 Enquanto sucessor dos apóstolos, qualquer bispo éCabeça visível e representante pessoal de Cristo na Igreja particular que lhe tenha sido canonicamente confiada. 1 Sobre esta específica porção do Povo de Deus exerce umapotestade própria, ordinária e imediata, em ordem a levar a cabo a sua missão de ensinar, santificar e reger. 2 Corresponde ao Romano Pontíficeproceder livremente à nomeação dos bispos, quer para uma sede quer para uma missão canónica determinadas. 3
Igreja visível BISPOS, 3 • A jurisdição pastoral de um bispo cinge-se exclusivamente ao âmbito da Igreja particular ou da missão canónica que lhe tenha sido encomendada. • Mas, ao mesmo tempo, “por instituição divina e por imperativo do oficio apostólico, cada um, juntamente com osoutrosbispos, é responsável pela Igreja” (Christus Dominus 6). • Há-de permanecer em comunhão com o Papa e • todos os seus irmãos no episcopado, e manter • uma autêntica solicitudepela Igreja universal, que se manifesta na promoção e • defesa da unidade de fé e disciplina comum.
Igreja visível • “Presbítero”: significa “ancião”. Os presbíteros possuem o segundo grau da Ordem. Coincidem com os bispos na honra do sacerdócio ministerial, mas dependem deles no exercício das suas potestades. Costumam ser também seus colaboradores e conselheiros em imensas tarefas. • Presbyterorum ordinis 2: “O ministério dos presbíteros, por estar unido à Or- dem episcopal, participa da autoridade com que o mesmo Cristo edifica, santifica e governa o seu Corpo”.
Igreja visível • Os presbíterosnão formam na Igreja um colégiouniversal como os bispos. Mas todos estão unidos entre si por igual participação e comum fraternidade na Ordem. De modo especial os que se dedicam ao serviço ministerial de uma mesma diocese ou estrutura eclesiástica, formam umpresbitério. • O ministério dos presbíterosnãose restringe a uma missão local, mas “participa da mesma amplidão universal da missão confiada por Cristo aos apóstolos” (Presbyterorum ordinis 10).
Igreja visível 28/37 • Os diáconos (“servidores”), embora recebam o terceiro grau da Ordem sagrada, • não possuem o sacerdócio ministerial. • A sua função = ser ajudantes ordenados dos bispose presbíteros na liturgia, na palavra e nas obras de caridade. • Concílio Vaticano II decidiu retomar a figu- ra do diácono permanente, já presente no cristianismo primitivo.
Igreja visível IGREJA UNIVERSAL E IGREJAS PARTICULARES, 1 • Dentro da Igreja, as mútuas relações institucionais estabelecem-se e formulam-se em termos de comunhão. • A Igreja é universal desde a suaprimeira manifestação no Pentecostes. • A Igreja universal é sempre prévia, tanto constitutiva como temporalmente, às Igre- jas particulares. Hoje, só o Papa pode erigi-las.
Igreja visível IGREJA UNIVERSAL E IGREJAS PARTICULARES, 2 • Qualquer Igreja particular está formada à imagem da Igreja universal: hierarqui- • camente estruturada: pastor próprio, presbitério e grupo de fiéis. • . • =porção do Povo de Deus. • Modelo mais habitual de Igreja particular • = a diocese, circunscrição territorial entregue ao cuidado • pastoral de um bispo. • Assemelham-se a ela: a prelatura e a abadia territoriais, • o vicariato apostólico, a prefeitura e a administração • apostólicas.
Igreja visível IGREJA UNIVERSAL E IGREJAS PARTICULARES, 3 • Nas Igrejas particulares “encontra-se e opera verdadeiramente a Igreja de Cristo” (Christus Dominus 11). • Lumen gentium 23: “nelas e a partir delas constitui-se a Igreja Católica, una e única”. • Na sua dimensão externa e histórica, a Igreja universal é “o Corpo das Igrejas” (idem), ou “a comunhão das Igrejas particulares”. MAS “guardemo-nos bem de conceber a Igreja universal como a soma ou, se assim se pode dizer, a federação mais ou menos anómala de Igrejas particulares essencialmente diversas” (CIC 835, Evangelii nuntiandi 62).
Igreja visível IGREJA UNIVERSAL E IGREJAS PARTICULARES, 4 Em qualquer celebração da Eucaristia, por ser o sacrifício de Cristo oferecido ao Pai no Espírito Santo, está presente toda a Igreja, não só os assistentes. 1 Todo o bispo há-de manter-se em comunhão católica com o Papae com os seus irmãos no episcopado. 2 • Communionis notio 11 (28.05.1992): “A unidade ou comunhão entre as Igrejas particulares e a Igreja universal, além de na mesma fé e no Baptismo comum, está enraizada sobretudo na Eucaristia e no Episcopado”.
Igreja visível IGREJA UNIVERSAL E IGREJAS PARTICULARES, 5 • A comunhão existente entre a Igreja universal e as particulares caracteriza-se pela sua mútua interioridade, isto é, pela sua compenetração. Por isso • Por um lado, o ministério do Papa pertence àes- • sência de cada Igreja particular “desde dentro”. • E por outro, todo o fiel baptizado numa Igreja par- • ticular fica incorporadoimediatamentee sem so- • lução de continuidade à Igreja universal.
Igreja visível IGREJA UNIVERSAL E IGREJAS PARTICULARES, 6 • Os ordinariatos castrenses e as prelaturas pessoais são instituições e comunidades estabelecidas pela Autoridade Apostólica para peculiares tarefas pastorais. • -pertencem à Igreja universal, embora os seus membros sejam também membros das Igrejasparticulares. Contribuem para dar à unidade da Igreja particular, fundada no bispo, a inferior diversificaçãoprópria da comunhão. • -assemelham-se às Igrejas particulares por possuírem alguns elementos • comuns (Ordinário, presbitério e, conforme os casos, um povo próprio). • Mas a peculiaridade da sua tarefa pastoral fá-las ser diferentes noutros • aspectos.
Igreja visível IGREJA UNIVERSAL E IGREJAS PARTICULARES, 7 • Finalidade dos ordinariatos militares: • a atenção religiosa dos fiéis vinculados às forças armadas de uma nação. • Contam com um Ordinário e um • presbitério próprio.
Igreja visível IGREJA UNIVERSAL E IGREJAS PARTICULARES, 8 • As prelaturas pessoais estão contempladas em CDC 294- 297, e regem-se por estatutos outorgados a cada uma pela Santa Sé, que definem a sua finalidade. Existem para levar a cabo especiais trabalhos pastorais ou apostólicos, uma melhor distribuição do clero, etc. • -Podem ser de âmbitoregional, nacional ou internacional. • - Qualquer prelatura pessoal tem como Ordinário próprio um • Prelado, e conta com um presbitério de clérigos seculares. • - Pode haver leigos incorporados a ela para participar no fim apostólico determinado • nos estatutos.
Ficha técnica Bibliografia Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciação Teológica da Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel) Slides Original em português europeu - disponível em inicteol.googlepages.com