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Gêneros Literários Organização das obras literárias por semelhança das estruturas e modo de ver a realidade. A história dos gêneros literários é antiga, começa, no Ocidente, a partir da Antiguidade greco-romana.
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Gêneros Literários • Organização das obras literárias por semelhança das estruturas e modo de ver a realidade. • A história dos gêneros literários é antiga, começa, no Ocidente, a partir da Antiguidade greco-romana. • Denominação: genêros, do latim genus: tempo de nascimento, espécie, geração, estilo. • Filiação de cada obra literária a uma classe.
- Imutabilidade e pureza X flexibilidade e combinação. • Mostram que o tempo de nascimento e determinada origem geram uma nova modalidade literária. • Imutabilidade e pureza X flexibilidade e combinação. • Na Antiguidade: normas e preceitos a serem, seguidos rigidamente -> universalidade da literatura. • Pré - Romantismo e Romantismo: a ideia de variabilidade dos gêneros ganha força -> individualidade do poeta e autonomia da obra.
Os traços dos gêneros mudam constantemente, assim, não devemos nos prender a características fixas. • As características de uma obra devem ser relacionadas entre si. • A teoria é um meio auxiliar, mas não deve ser usada para julgamento valorativo da obra. • Gêneros mais comuns e abrangentes: dramático, épico e lírico.
Gênero Dramático • Drama, do grego dráo, fazer. • Configura a ação, a representação. • Não conta com a voz do narrador. Personagens agindo sem mediação -> diálogo. • Mantém uma expectativa. O importante é o desfecho, tudo se projeta para o final. • Busca o aprimoramento do ser. • Denuncia e critica de forma intensa e clara, como no drama, ou ainda disfarçada pelo cômico, caso da comédia.
Tragédia • Origem: Grécia Antiga. Ditirambo: canto a Dionísio -> Grandes Dionisíacas: competições dramáticas. • Objetivo: catarse -> impressionar e levar à reflexão. • Heróis trágicos: homens de forte psique. Vivenciam uma falha, erram inconscientemente, o que os leva à destruição. • Partes: nó, reconhecimento, peripécia e clímax. Ex: Édipo rei, Sófocles.
Comédia • Mesma origem da tragédia. • Objetivo: criticar e ridicularizar vícios e costumes por meio do riso. • Destaca-se o insólito, o imprevisível. • Homens de fraca psique. • grego, komoidía -> kômos (festa popular) -> kómas (aldeia). Os atores migravam pelas aldeias, pois não eram prestigiados na cidade.
A acomodação no cômico impede a destruição do mundo do ridicularizado. • Movimentos de situação, de caráter e de palavras que levam ao riso. • Ex: Lisístrata • “Calonice: E qual é, amiga Lisístrata,o motivo de você estar convocando a nós, mulheres?Qual é o problema? Qual o tamanho dele?Lisístrata: É grande.Calonice: Será que ele é grosso também?Lisístrata: Sim, por Zeus, também é grosso.Calonice: Se é assim, como é que não estamos todas aqui?Lisístrata: Não, não é esse o assunto, senão estaríamosreunidas num instante! “
Drama • A palavra é usada para referenciar o gênero dramático de modo geral, mas também para uma forma dramática específica, misto da tragédia com a comédia. • Na Antiguidade, usa temas históricos. A partir do século XIX, passa a voltar-se para o teatro da atualidade. • Contemporaneamente: peça teatral que retrata tensões sociais ou individuais e recebe tratamento sério.
Gênero épico • EPOPÉIA • Formas narrativas; • Pode se manifestar em prosa ou verso. • Origem: século IX a.C. Homero, Ilíada e Odisséia. • Longa narrativa de caráter heróico e de interesse nacional. • Atmosfera de grandiosidade, reúne acontecimentos históricos, mitos, heróis, deuses...
Partes: 1. Proposição: apresentação do assunto; 2. Invocação: pedido de inspiração às ninfas; 3. Dedicatória 4. Narração: complicação e solução 5. Epílogo: término, desfecho. - Narrador épico: mantém-se distante, em terceira pessoa, limita-se a apresentar os acontecimentos.
Ex: Os Lusíadas Invocação: "Musas! Calíope, a voz sustentai-me e dizei-me sem falta do morticínio espantoso causado por Turno, os estragos da sua espada e os guerreiros que os volscos enviaram para o Orco. Contai-me tudo; os sucessos incríveis da ingente peleja, pois em verdade o sabeis e podeis referi-lo a contento." (p.192)
ROMANCE • “Epopeia moderna” • Origem: Idade Média, romances de cavalaria. • Não tem compromisso com a narração de fatos históricos passados. • D. Quixote, de Miguel de Cervantes: nascimento da narrativa moderna -> crítica de costumes. • Elementos: enredo, personagens, espaço, tempo, ponto de vista.
NOVELA • Forma intermediária, entre o romance e o conto. • Mesmos elementos que o romance, mas em menor número. • Economia: predominam as ações sobre as análises e descrições. São selecionados os momentos de crise que levam para o desfecho.
CONTO • Forma narrativa de menor extensão. • Diferencia-se também por diferenças estruturais: elimina as análises minuciosas, complicações no enredo e delimita tempo e espaço. • Configura uma amostragem, um flagrante.
Gênero Lírico • - Lírico – Lira, obras literárias eram acompanhadas pela música. • Surge também na Antiguidade. • Mais escrito em versos. • Volta-se para os sentimentos • individuais -> subjetividade • São marcados pela emoção, pela musicalidade e pela fusão entre eu poético e objeto cantado.
- Canção: composição destinada ao canto. Ex: cantigas trovadorescas. • Elegia: poema fúnebre para a morte de alguém; • Lira: poema pastoril; • Ode: poema filosófico de elogio ou exaltação; • Soneto: poema de quatro estrofes, dois quartetos e dois tercetos, exemplo máximo do classicismo.
SONETO DE SEPARAÇÃO Vinícius de Morais De repente do riso fez-se o prantoSilencioso e branco como a brumaE das bocas unidas fez-se a espumaE das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o ventoQue dos olhos desfez a última chamaE da paixão fez-se o pressentimentoE do momento imóvel fez o drama. De repente, não mais que de repenteFez-se de triste o que se fez amanteE de sozinho o que se fez contente Fez-se do amigo próximo o distanteFez-se da vida uma aventura erranteDe repente, não mais que de repente.
Referências Bibliográficas: Gêneros Literários, Angélica Soares.