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FUNÇÕES PSÍQUICAS IV. Profa. Lédice Oliveira Psicopatologia Geral. BIBLIOGRAFIA. DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. cap. 20 e 21. Funções da Linguagem.
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FUNÇÕES PSÍQUICAS IV Profa. Lédice Oliveira Psicopatologia Geral
BIBLIOGRAFIA DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. cap. 20 e 21.
A linguagem é uma atividade social!! Só há linguagem onde ocorre a possibilidade de interação social, de diálogo. A Linguagem está contextualizada em determinado ambiente histórico, político e cultural.
ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM(secundárias a lesão neural) • Afasia: perda da linguagem falada e escrita, por incapacidade motora (do órgão fonador); • Parafasias: Qdo o indivíduo deforma determinadas palavras (cadeira por “cameila”, livro por “libro”); • Agrafia: Perda da capacidade já adquirida de efetuar a escrita. • Alexia: Perda da capacidade já adquirida de efetuar a leitura; dislexia: disfunção leve da alexia. • Disartria: incapacidade de articular corretamente as palavras, por paralisias musculares da fonação.
ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM(secundárias a transt. Psiq.) • Logorréia: Produção aumentada e acelerada (taquifasia) da linguagem verbal, associado ao taquipsiquismo, podendo haver perda da lógica do discurso; • Bradifasia: Oposto da taquifasia, qdo as palavras saguem-se umas às outras de forma lenta e difícil; • Mutismo: Ausência de resposta verbal por parte do doente, qdo fica no leito s/ responder ao entrevistador;
ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM(secundárias a transt. Psiq.) • Ecolalia: É a repetição da última ou das últimas palavras que o entrevistador (ou alguém no ambiente) falou ou dirigiu ao paciente: “Qual o seu nome?” e o paciente responde: “Nome, nome, nome”. • Palilalia: Repetição automática da última ou das últimas palavras que ele próprio emitiu em seu discurso; • Logoclonia: Repetição das últimas sílabas que o paciente pronunciou: “Moro em Jundiaí, aí, aí, aí”;
ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM(secundárias a transt. Psiq.) • Cropolalia: É a emissão involuntária de palavras obscenas, vulgares ou relativas a excremento; • Verbigeração: Repetição, de forma monótona e sem sentido, de palavras, sílabas ou trechos de frases; • Mussitação: Produção repetitiva de uma voz muito baixa, murmurada, sem significado significativo; • Para-respostas: O paciente “responde” como se estivesse respondendo de fato a pergunta, mas o conteúdo de sua fala é completamente disparatado em relação ao conteúdo da pergunta.
O sinal extremo da desarmonia das estruturas de pensamento e de linguagem é o desenvolvimento de uma linguagem completamente incompreensível, uma língua privada (do paciente) que ninguém entende!!
Origem e desenvolvimento do EU • No início do desenvolvimento psíquico da criança, não há, entre o Eu e o mundo exterior, discriminação e delimitação claras. • O eu do bebê estaria como que “fundido” com o de sua mãe.
Para a Psicanálise, o Eu (ou ego) surge como a diferenciação adaptativa do aparelho psíquico a partir do contato da criança com a realidade, por meio do: • Contato contínuo com a realidade (princípio do prazer X princípio da realidade); • Investimento amoroso e narcísico dos pais sobre a criança; • Projeção dos desejos inconscientes dos pais sobre a criança e consequente assimilação desses desejos pela criança; • Identificação da própria criança, por meio da introjeção das figuras parentais primárias. A criança busca ser como o pai e a mãe, copiá-los, agir e sentir como eles.
Alteração da consciência da existência Consiste na suspensão da sensação normal do próprio Eu, corporal e psíquico, na carência da consciência do mundo perceptivo, na perda da consciência do sentimento do Eu. Os doentes relatam que se sentem modificados, estranhos a si mesmos.
Alteração da consciência de execução Quando o doente, ao pensar ou desejar algo, sente porém que de fato foi um outro que pensou ou desejou tais pensamentos ou desejos e os impôs de alguma maneira. O doente não só se sente mais senhor de seus pensamento, como passa a viver sob a violência e o julgo de um poder desconhecido.
Consciência de não unidade do Eu O indivíduo sente-se radicalmente dividido, sente-se anjo e demônio ao mesmo tempo, ou homem e mulher simultaneamente – ambivalência.
Consciência de identidade do Eu no tempo Alguns pacientes relatam que atualmente, em comparação à sua vida anterior (em especial antes do início da psicose), não são a mesma pessoa. Alguns chegam a usar a terceira pessoa para se referirem ao seu Eu do passado.
Consciência de identidade do Eu em relação ao mundo É a perda da sensação de oposição e fronteira entre o Eu e o mundo. Os pacientes identificam-se completamente com os objetivos do mundo externo. O indivíduo sente que seu Eu se expande para o mundo exterior e não mais se diferencia deste.
Despersonalização e Desrealização É o sentimento de perda ou de transformação do Eu. É uma vivência profunda de estranhamento e infamiliaridade consigo mesmo. O doente sente-se estranho a si mesmo, vive marcante transformação, com sentimentos angustiantes, com a sensação que vai enlouquecer, perder o controle (crises de ansiedade, pânico, psicoses tóxicas, esquizofrenia e depressão).
Alteração do Eu corporal (esquema corporal) É a representação que cada indivíduo faz de seu próprio corpo, o que corresponde à totalidade da organização psicológica do indivíduo. Trata-se da forma como o indivíduo se relaciona e cuida de seu corpo
Alteração do Eu corporal (esquema corporal) em alguns transtornos mentais • Deprimido: vive seu corpo como algo pesado, lento, difícil, fonte de sofrimento e não de prazer; • Paciente maníaco: sente-se forte, ágil, não conseguindo parar e repousar por período mais longo; • Esquizofrenia: o paciente tem a sensação de que alguém, algo ou uma força externa desconhecida age sobre seu corpo, manipulando-o ou controlando-o; • Histéricos: Tendem a erotizar intensamente o corpo todo, todavia, não é incomum haver frigidez e anestesia genital;
Alteração do Eu corporal (esquema corporal) em alguns transtornos mentais • Quadro obsessivo-compulsivo: vive seu corpo como sendo algo sujo ou contaminado, tendo de esforçar-se constantemente para limpá-lo, purificá-lo ou protegê-lo da contaminação; • Hipocondríaco: o corpo é o lugar de todo o seu sofrimento; • Dismorfofobia: o paciente se percebe distorcidamente, como horrível e digno de enorme vergonha, partes de seu corpo (nariz, orelham face, seios, mãos, etc); • Pacientes amputados: Podem apresentar o fenômeno de “membro fantasma”, quando continuam sentindo seus membros mesmo após a amputação (dor, coceira, aumento).
Gioconda, 32 anos, chega para internação na Enfermaria Psiquiátrica do hospital geral em que você trabalha. A paciente tem 1º grau completo e trabalha de atendente de uma loja de móveis. Ao entrar na sala, onde você fará o acolhimento e a primeira entrevista, a paciente se mostra muito agitada, com maquiagem e batom fortíssimos. Você inicia a entrevista, porém Gioconda não deixa você nem mesmo terminar a frase. Sua fala é rápida e sem momentos de pausa. Ela conta que a estão internando porque é milionária e querem tomar o dinheiro dela. Segundo a paciente, ela é “miss Brasil e universo. Todos os homens me olham e querem estar comigo. Minha irmã, com raiva disso me internou, mas ela também quer meu dinheiro, pois sabe que sou milionária. Eu sei disso porque ouço ela falando com o namorado, ouço eles conversando sobre e isso e me acordando à noite gritando que vão pegar toda minha fortuna”. Relata não usar drogas. Durante o atendimento, por diversas vezes, a paciente mudou de assunto repentinamente. Além disso não soube dizer qual era o dia de semana e nem as horas em que foi internada. Dalgalarrondo, no capítulo em seu livro “Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais, cita diversas alterações quantitativas e qualitativas das funções psíquicas. Baseado no exame psíquico de Gioconda, assinale a alternativa correta.
A)( ) Gioconda apresenta rebaixamento do nível de consciência, pois está perdida no tempo, espaço e sua atenção voluntária está dispersa. A paciente apresenta humor irritado e delírios de grandeza, porém sem alucinações. B)( ) A paciente apresenta alteração da orientação autopsíquica, transtorno de humor (mania), distraibilidade, delírios persecutórios e de grandeza, além de alucinações auditivas. C)( ) Gioconda apresenta alteração da orientação qutopsíquica, Transtorno de humor (mania), com hipoprosexia, delírios persecutórios e de grandeza, além de alucinações auditivas. D)( ) Gioconda apresenta alteração da orientação alopsíquica, Transtorno de humor (depressão), distraibilidade, delírios sexualizados, além de alucinações auditivas. E)( ) Gioconda apresenta alteração da orientação alopsíquica, Transtorno de humor (mania), distraibilidade, delírios persecutórios e de grandeza, além de alucinações auditivas.