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Sistema Econômico Capitalista Liberalismo e Capital Monopolista. UNICURITIBA Curso de Relações Internacionais História Econômica Professor Renato Carneiro. Liberalismo no Século XIX.
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Sistema Econômico CapitalistaLiberalismo e Capital Monopolista UNICURITIBA Curso de Relações Internacionais História Econômica Professor Renato Carneiro
Liberalismo no Século XIX Fala-se muito em liberalismo econômico no XIX. Se o mercantilismo foi o ápice da intervenção estatal na economia, a Revolução Industrial parece ter sido o período do laisser-faire, laisser-passer. Mas a atuação prática dos Estados parece se opor às teorias clássicas. Alemanha, Itália e Japão só se industrializaram com apoio estatal. Mesmo nos EUA, a formação seu forte mercado interno só foi possível por política protecionista.
Liberalismo no Século XIX Em 1864, a Tarifa Walker, nos EUA, classificava três categorias de importados: os de luxo, com 100%; semi-luxo, com 40% e industriais, com 30% de alíquota. Depois da Guerra Civil, estabeleceu-se tarifas diferenciadas, diminuindo os valores das matérias-primas não produzidas, sobretaxando industrializados. O único país, de fato, que praticou uma política de livre-comércio foi a Inglaterra.
Liberalismo Inglês Essa liberalização só foi possível pelo controle político de vastas áreas do globo, pela grande quantidade de Tratados de Comércio e Navegação – que criavam reservas de mercado – por sua imensa frota marítima, que lhes dava vantagens competitivas, e pela industrialização precoce, em relação às demais nações. Estes fatos permitiam que a Inglaterra estabelecesse relações de trocas desiguais com os outros países e mascarasse a intervenção estatal na relação interna capital/trabalho, em favor do capital.
Liberalismo Inglês Entre 1823-25, a Inglaterra votou uma série de reduções de direitos sobre produtos industrializados, reforçadas em 1842-46, levando a taxação das matérias-primas a alíquota quase zero e a abolição das leis que protegiam os agricultores de cereais ingleses da concorrência estrangeira. Em 1849 este liberalismo culminou por revogar os Atos de Navegação, mantendo monopólio apenas na navegação de cabotagem em volta das Ilhas Britânicas e no tráfego paras as possessões coloniais.
Capital Livre, Trabalho sem Proteção Uma Lei dos Pobres (XVII) obrigava camponeses pobres a permanerem ligados às workhouses de suas paróquias. Uma nova Lei de 1795, no entanto, aboliu a obrigação de albergagem no interior e impulsionou-os para os centros urbanos, transformando-os em mão-de-obra barata.
Capital Livre, Trabalho sem Proteção Em 1848, calculava-se que houvesse 1.400 indigentes e 2 milhões de pobres na Inglaterra. Um processo de emigração fez com que saíssem cerca de 10 a 30 mil pessoas por ano na Inglaterra, entre 1816 e 1820, sendo que, só em 1850, 280 mil emigrantes rumaram para as colônias inglesas espalhadas pelo mundo. Aumento da população europeia (em milhões): Ano 1800 1850 1900 Hab. 180 265 390
Capital Monopolista Só em 1906, o Estado inglês criou uma legislação trabalhista para fortalecer o potencial de compra do trabalhador, para enfrentar a concorrência do exterior. Os tempos de uma realmente livre concorrência pertencem aos primórdios do capitalismo, quando diversas empresas competiam umas com as outras pela conquista de mercados consumidores, com processo produtivos diferenciados e preços variáveis.
Capital Monopolista Em curto espaço de tempo, reduziu-se o nº de empresas por inovações técnicas, que traziam mais produtividade e desequilibravam a relação produto x preço de venda. A concorrência desigual fez com que várias empresas deixassem o mercado ou se endividassem a ponto de ficarem vulneráveis junto a instituições bancárias.
Capital Monopolista e Concentração Industrial Na Inglaterra, o nº de bancos provinciais passou de 280 para 800, entre 1793 a 1810. No entanto, entre 1815/47, período de fraca atividade econômica, grandes bancos absorveram os menores, pela recessão, fazendo encolher novamente o mercado financeiro local. No plano industrial, uma queda prolongada de preços, levou à extinção de firmas menos sólidas ou de baixa produtividade. Na área têxtil, preços caíram 75% entre 1830/50, enquanto a capacidade produtiva decuplicou na Inglaterra. O que a salvou foi o “mercado” indiano, artificialmente conseguido.
Capital Monopolista e Emigração Com esta concentração, o capital tornou-se mais e mais monopolista, buscando ampliar ainda mais as taxas de lucro, em função das inovações técnicas e novos processos produtivos. Houve, também, uma sensível diminuição da demanda de trabalho, agravada pelo aumento da população europeia. A saída foi “exportar” população para as regiões ocupadas pelos impérios coloniais. De toda a Europa, cerca de 25 milhões de pessoas deixaram o continente, entre 1870 e 1913.
Capital Monopolista e Neocolonialismo Fora a quebra dos laços de dependência política das ex-colônias ibéricas com suas metrópoles e o contato esporádico da ocupação européia com a Oceania, pouca coisa mudou na economia-mundo no século XIX. Mas, o capitalismo esgotara sua capacidade de manter o desenvolvimento econômico baseado nos mercados internos nacionais, enquanto a concorrência europeia aferrava-se no protecionismo e prática generalizada de dumping. A saída foi buscar mercados nas antigas áreas periféricas, num processo chamado de Imperialismo.