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Árvores. Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas. Victor Hugo. Árvore, cujo pomo, belo e brando, natureza de leite e sangue pinta, onde a pureza, de vergonha tinta, está virgíneas faces imitando;
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Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas. Victor Hugo
Árvore, cujo pomo, belo e brando, natureza de leite e sangue pinta, onde a pureza, de vergonha tinta, está virgíneas faces imitando; Nunca da ira e do vento, que arrancando os troncos vão, o teu injúria sinta; nem por malícia de ar te seja extinta a cor, que está teu fruto debuxando. Que pois me emprestas doce e idóneo abrigo a meu contentamento, e favoreces com teu suave cheiro minha glória, Se não te celebrar como mereces, cantando-te, sequer farei contigo doce, nos casos tristes, a memória.Luís Vaz de Camões
“Olha estas velhas árvores, mais belasDo que as árvores novas, mais amigas:Tanto mais belas quanto mais antigas,Vencedoras da idade e das procelas… O homem, a fera, e o insecto, à sombra delasVivem, livres de fomes e fadigas;E em seus galhos abrigam-se as cantigasE os amores das aves tagarelas. Não choremos, amigo, a mocidade!Envelheçamos rindo! envelheçamosComo as árvores fortes envelhecem: Na glória da alegria e da bondade,Agasalhando os pássaros nos ramos,Dando sombra e consolo aos que padecem!” Olavo Bilac
Horas mortas... Curvada aos pés do Monte A planície é um brasido... e, torturadas, As árvores sangrentas, revoltadas, Gritam a Deus a bênção duma fonte! E quando, manhã alta, o sol posponte A oiro a giesta, a arder, pelas estradas, Esfíngicas, recortam desgrenhadas Os trágicos perfis no horizonte! Árvores! Corações, almas que choram, Almas iguais à minha, almas que imploram Em vão remédio para tanta mágoa! Árvores! Não choreis! Olhai e vede: - Também ando a gritar, morta de sede, Pedindo a Deus a minha gota de água! Florbela Espanca