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Diversidade das Obsessões. Os transtornos de natureza obsessiva, em face da sua especificidade, apresentam-se sob variadas formas, umas sutis, outras graves, e outras muito sérias, transformando-se em problemas psiquiátricos de conseqüências imprevisíveis.
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Os transtornos de natureza obsessiva, em face da sua especificidade, apresentam-se sob variadas formas, umas sutis, outras graves, e outras muito sérias, transformando-se em problemas psiquiátricos de conseqüências imprevisíveis.
Em face da multiplicidade dos conflitos que aturdem e infelicitam o ser humano, o Espiritismo apresenta à etiopatogenia dos problemas psicológicos e mentais, a obsessão com o seu cortejo nefando de manifestações, que permanecia desconhecida ou simplesmente ignorada por preconceito científico.
Não cabe à Ciência o direito, ou melhor dizendo, aos cientistas, de negação pura e simples daquilo que ignoram, porquanto é a partir do desconhecimento que surgem as informações e as doutrinas passam a ser consideradas.
Aquele que se dispõe ao estudo do ser humano é convidado a uma postura sempre aberta a novas informações, procurando, acima de tudo, o bem-estar dos pacientes, antes que um comportamento arrogante, que nega tudo quanto não pôde comprovar.
Impedindo-se essa análise, seu estudo e aplicação, a atitude negativa é mais soberba do que requisito de sabedoria.
Antes de Pasteur e suas investigações com o microscópio, bactérias e vírus eram desconhecidos e desconsiderados;
sem os critérios estabelecidos inicialmente por Inácio Semmelweis, perseguido e detestado pelos acadêmicos do seu tempo, a assepsia não era tida em conta;
antes do telescópio ignoravam-se as galáxias, os buracos negros, os astros que escapam à visão convencional;
sem a valiosa perspicácia e fria análise de Freud, que arrebentou os tabus em torno do sexo e facultou notáveis contribuições à vida psicológica, continuava-se na ignorância de realidades desconhecidas;
não fosse a descoberta dos raios X, permaneceriam no obscurantismo as notáveis possibilidades de conhecer melhor o corpo humano, o mesmo ocorrendo com as modernas tomografias computadorizadas... e um sem-número de aparelhos sofisticados que ensejam realizações dantes jamais sonhadas...
Da mesma forma, a interferência dos espíritos na vida humana sempre foi comentada e, no que diz respeito ao capítulo das perturbações de natureza espiritual, a documentação é vasta e complexa na antiguidade oriental, na cultura greco-romana, durante a vida de Jesus, no Cristianismo nascente, na Idade Media, na Renascença, nas Idades Moderna e Contemporânea, assinalando fastos históricos memoráveis, que não podem ser desconsiderados.
Felizmente, homens e mulheres audaciosos não têm tergiversado em confirmar essa ocorrência nos seus consultórios, demonstrando a excelência das terapias aplicadas sob a inspiração do Evangelho, em momentosos diálogos com os seres desencarnados que ainda se comprazem na produção do infeliz intercâmbio doentio.
O egrégio Codificador do Espiritismo, Allan Kardec, examinando as obsessões, classificou-as em três formas especiais: • simples, • por fascinação • e por subjugação.
A obsessão simples ocorre quando o espírito enfermo, consciente ou não dos próprios atos, vincula-se ao indivíduo com o qual mantém afinidade moral e psíquica, resultante de valores negativos que os unem desde passadas experiências, na atual ou em reencarnação anterior, produzindo mal-estar, inquietação, melancolia, ansiedade exagerada, suspeitas e medos infundados...
Instala-se suavemente, quando o pensamento intruso persiste em tentativa de fixação. • Confunde-se com os próprios conflitos do paciente que ressumam do inconsciente atual, gerando inquietação.
À medida que essas idéias, esdrúxulas algumas, passam a habitar a casa mental do indivíduo, transformam-se em monólogos insistentes que produzem receios, insatisfações, incompreensões, manias, passando a diálogos que destrambelham a ordem dos raciocínios.
Nessa fase, uma conduta em renovação moral, o hábito da oração e das boas leituras conseguem interromper o fluxo das influenciações perniciosas, impedindo a instalação do distúrbio cruel.
A obsessão por fascinação já se apresenta mais séria, em face de haver uma receptividade muito grande pelo paciente, que se deixa arrastar pela idéia negativa, particularmente quando se apresentam fenómenos de natureza mediúnica, e em especial na área da psicografia, que o levam a uma constância desconsertante para escrever onde esteja e com o material de que disponha.
Igualmente apresenta-se nas posturas irrefletidas e nos comportamentos estranhos a que se entregam as suas vítimas, sempre considerando-se portadoras da total razão e do conhecimento da verdade, irredutíveis nos seus pontos de vista, mesmo naqueles que são absurdos ante a mais singela análise, impedindo-lhes a lógica do senso comum.
O indivíduo que a padece, torna-se arrogante, vaidoso das conquistas que pensa haver adquirido, evitando os diálogos esclarecedores e deixando-se vencer, cada vez mais, pela insidiosa influência espiritual, que o deseja afastar do convívio social saudável, a fim de dominar-lhe o raciocínio e a razão por completo.
Nessa fase, o organismo fisiológico passa a ressentir-se das energias deletérias que são absorvidas, em razão de algumas manias que o fanatismo instala na mente da vítima, como sejam: mudanças abruptas na forma da alimentação, nas abstinências que se impõe, no exagero da fé religiosa ou de qualquer ideal esposado, no comportamento que se aliena, etc.
Torna-se-lhe mais difícil a terapêutica libertadora, em decorrência da intolerância do paciente em aceitar qualquer proposição que difira do que pensa, negando-se à concordância com observações acerca da conduta.
Nada obstante, a insistência da oração, nos momentos de alguma lucidez, a intercessão dos parentes e amigos mediante preces e vibrações amigas, os passes e a terapia desobsessiva conseguem resultados opimos.
Nunca esquecer-se, porém, que à vítima de hoje, algoz de antes, cabe a tarefa mais importante que é a da reforma moral, mediante o consentimento da razão e do coração, com o empenho de tornar-se melhor e mais útil a si mesmo quanto à sociedade.
A obsessão por subjugação é o estágio mais avançado e perverso do processo alienante. • Pode resultar da sucessão das fases anteriores, mas não necessariamente, porquanto pode ocorrer de chofre, inesperadamente, num só golpe, dependendo sempre da profundidade dos seus gravames geradores.
No Evangelho de Jesus, os narradores documentam-na como possessão, que o Codificador do Espiritismo preferiu definir de outra maneira, porquanto a possessão faz pressupor que o espírito perseguidor penetra no reencarnado, assumindo o lugar que lhe é próprio, o que não é possível, em face dos mecanismos que o jugulam ao corpo.
Caso isso ocorresse, dar-se-ia o seu falecimento, sem que o obsessor pudesse manter a sobrevivência da organização fisiológica.
A obsessão, seja em que forma se apresente, é sempre de espírito a espírito, através do perispírito de ambos os litigantes, cujas energias mesclam-se numa corrente inicial de hipnose, depois de intercâmbio e, por fim, de predomínio daquele que exerce o maior poder de influenciação, no caso em tela, o desencarnado.
As patologias de subjugação deprimem o Self que perde o controle sobre o ego e as faculdades de comando mental. • As neurocomunicações, em face da incidência vibratória da mente dominante, tornam-se prejudicadas e, por consequência, a produção de neuropeptídeos faz-se desordenada, trazendo resultados fisiológicos igualmente perturbadores.
Esses, que serão os efeitos colaterais da subjugação, em longo prazo abrem campo para a instalação da loucura.
Esse transtorno espiritual é verdadeiramente uma expiação dolorosa para o calceta, que poderia haver-se reabilitado dos males praticados, mediante a ação fraternal do bem ao próximo, do auto-aprimoramento moral, da conduta saudável, exceto quando se trata de ocorrência lapidadora que se instala por ocasião dos primeiros dias ou anos da existência...
Em qualquer transtorno de natureza obsessiva, o paciente é também um espírito desajustado em processo de recuperação, em decorrência da conduta arbitrária que se permitiu anteriormente, gerando os processos lamentáveis de que agora padece.
Como as criaturas terrenas encontram-se em campos experimentais da evolução, as vivências de cada existência propiciam as futuras conquistas de acordo com os mecanismos utilizados de origem elevada ou perturbadora.
Ninguém, portanto, que se encontre isento de responsabilidade nas ocorrências provacionais de qualquer natureza, particularmente nos distúrbios obsessivos.
Os recursos terapêuticos para a recuperação dos pacientes subjugados são múltiplos, e igualmente graves, em face da complexidade do problema.
Impossibilitado de contribuir conscientemente em favor da própria recuperação, o valioso recurso terapêutico será obtido mediante a doutrinação do agente perturbador, em reunião mediúnica especializada, quando puder ser trazido à comunicação pelos Benfeitores espirituais.
Recalcitrante e vingador, não poucas vezes, o espírito apresenta-se em desespero, cobrando o mal de que se diz haver sido vítima, sem dar-se conta da própria desdita gerada pela ausência do perdão, pelo menos da compreensão da fragilidade humana que se permite condutas arbitrárias conforme se encontra agindo.
Paciente e gentil, afável e enérgico, o psicoterapeuta espiritual com ele conversa, esclarece, dialoga, demonstrando-lhe o erro em que está incorrendo, terminando, invariavelmente, pela sua reconstrução emocional e reconhecimento racional de que também está agindo de maneira equivocada.
Consciente da necessidade de evoluir, a fim de encontrar a felicidade perdida, resolve por abandonar o desafeto, deixando-o aos cuidados das Leis Soberanas da Vida que a todos alcança conforme exaradas pela Justiça Divina.
Jesus, como Psicoterapeuta extraordinário, conseguia libertar os padecentes das obsessões, através da autoridade moral de que era revestido, facilmente afastando os adversários desencarnados, enquanto propunha aos pacientes em recuperação, que não voltassem aos comprometimentos infelizes, de modo que lhes não acontecessem sofrimentos ainda mais graves...
Considerando-se a gravidade das obsessões, é sempre oportuno o atendimento médico simultâneo, de forma que sejam recuperados os órgãos afetados pelo transtorno, sempre portador de fluidos e vibrações perniciosos que enfermam o conjunto fisiológico.
O espírito é o agente da vida inteligente, portanto, nele se encontram as raízes de todas as ocorrências que têm lugar durante a sua vilegiatura carnal.
Saúde mental e emocional, em consequência, resulta da harmonia moral em que se estrutura.
Joanna de Ângelis (Espírito) Livro: Encontro com a Paz e a Saúde Divaldo Franco (Médium)