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Crônica Da Casa Assassinada. • Estilo de época: Modernismo – 2ª Fase do Modernismo: prosa introspectiva. • Gênero: Narrativo. Tempo cronológico e psicólogo. Espaço: Chácara e Município de Vila Velha/MG e Rio de Janeiro. Narrador: 1ª Pessoa. • Espécie Literária: Romance polifônico.
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Crônica Da Casa Assassinada • Estilo de época: Modernismo – 2ª Fase do Modernismo: prosa introspectiva. • Gênero: Narrativo. Tempo cronológico e psicólogo. Espaço: Chácara e Município de Vila Velha/MG e Rio de Janeiro. Narrador: 1ª Pessoa. • Espécie Literária: Romance polifônico.
Primeira parte da obra • PRIMEIRA: Nina vive com o pai, coronel do Exercito, em um quarto de hotel barato. Ele é paraplégico, vítima de um acidente com uma granada. Sua mãe, italiana, possivelmente de origem judaica, era atriz de teatro e abandonou o marido e a filha, regressando para a Europa. A única visita que recebe é a do Coronel Amadeu Gonçalves, que joga baralho a dinheiro como ele e o martiriza com histórias, em um artifício para que o colega jogue nas cartas a própria filha. Consegue o intento, mas perde sua única e definitiva partida. Amadeu Gonçalves então abandona a casa. O pai de Nina então morre. O coronel então retorna. No entanto, surge Valdo Meneses, filho de uma nobreza feudal decadente do interior de Minas Gerais. Casam e vão morar na Chácara de Vila Velha. Logo na chegada Nina, com seu comportamento citadino e modo de vestir e falar, inimiza-se com Demétrio e sua mulher Ana
Mas fortalece a amizade com Timóteo, renegado, demente que vive trancado num quarto, parente do qual a família se envergonha, por suas atitudes pervertidas. Nina se apaixona por Alberto, jardineiro, que mora no porão do Pavilhão, para onde o casal Valdo e Nina se mudam, e torna-se amante do jardineiro. Ana, movida pela atração que o jardineiro exerce sobre Nina, também se apaixona por ele, e numa única oportunidade, depois que ele havia brigado com Nina, faz sexo com ele e engravida. Demétrio também se sente atraído por Nina, e em um, misto de amor e ódio, ao descobrir sua relação com o jardineiro, dividido entre a tradição dos Meneses e a mulher, vista por todos, menos pelos empregados (principalmente Betty), como demônio. Pouco a pouco Deus vai se retirando da Chácara.
Demétrio articula um plano: adquire do farmacêutico, um revólver e o deixa à vista de Valdo, na esperança de que este, por ciúmes, atire em Nina. Demétrio havia flagrado Nina e Alberto no Pavilhão em situação suspeita e contara ao irmão a traição da esposa. É Timóteo, que, movido pelo desejo de vingança, compartilha com Nina, a revelação feita por Demétrio. Em vez disso, Valdo comete suicídio. Nina, que tinha se preparada para partir, visita o marido. Vê pela janela o vulto de Alberto, atira o revolver pela janela sabendo que o amante apanharia a arma. Depois da tentativa de suicídio frustrada de Valdo, Nina parte de volta para o Rio. Alberto comete o suicídio, tendo ao lado no último instante a presença de Ana. Ele chama por Nina e Ana se faz passar pela rival.
Segunda parte • Acuada pela gravidez e sabendo a paixão secreta do marido, Ana o convence a deixá-la ir sozinha ao Rio de Janeiro. Passa a residir numa pensão, em escreve ao marido e o engana dizendo que está cuidando de Nina, que estaria doente. Depois de ter o menino, Ana visita Nina e a chama de volta. Ele recusa, diz ter deixando o filho (Nina também estava grávida, mas de Valdo) no hospital onde fizera o parto. Ana promete procurar o hospital e levar o filho de Nina para a Chácara. Na verdade, apresenta o próprio filho como sendo o de Nina e Valdo. Depois de 15 anos, Nina retorna. É grande a surpresa quando encontra André, seu suposto filho, com as mesmas características de Alberto. Entrega-se a ele no mesmo quarto onde Alberto morrera. Ana a ameaça, dizendo que naquele quarto do Pavilhão apenas ela entraria. Ana se alimenta do ódio contra Nina, que depois de intenso relacionamento com o “filho”, descobre estar doente e pela segunda vez parte da Chácara.
Terceira parte • : Ao descobrir estar com câncer e ter pouco tempo de vida. Nina suplica a Valdo que a deixe retornar e é atendida. Ela retorna 15 dias depois de ter partido, e ter recebido a confirmação da sua doença. Traz consigo muitos vestidos de moda, presente do Coronel, com quem se encontra no dia anterior a sua vida, e a quem já não mais exercia a antiga atração, já que sua imagem é a da beleza extinta. Realiza-se a primeira reunião familiar, com Demétrio ao piano e o olhar implacável de Ana. Diante dos olhares de todos Nina dança com André, e ao ser encerrada abruptamente a música que Demétrio executava, Nina desaba em prantos aos ombros de André. Recolhida ao quarto revela sua doença a Valdo. Este parte par o Rio em busca de um especialista. André consegue entrar no quarto da “mãe” e mesmo com estado em que ela se encontra, ele a seduz e com ela faz amor
O prazer vem acompanhado de um líquido fétido que desprende do corpo de Nina e se espalha pelas mãos e braços de André. Daí em diante, Nina vai se decompondo e o mau cheiro avança pela casa. Ana dança com a roupa mal-cheirosa de Nina, entregue por Betty, agradecendo a Deus a vingança que lhe foi oferecida. André assiste aos últimos instantes da “mãe”. Em seu último suspiro, no entanto, parece ouvir outro nome: Alberto. Demétrio leva o corpo para a sala envolvido em um lençol mesmo sem saber se a cunhada expirou. Ao velório acorrem os principais da cidade e da região, inclusive a tão esperada visita do Barão, caricaturado nos relatos de Timóteo e Valdo. Durante o velório, Timóteo, vestido de mulher, como sempre fazia, adornado com sua jóias e colares, se apresenta, levando as violetas que prometera a Nina. Relanceando os olhos pela sala, depara com Andre e “vê” Alberto. Com o choque sofre um derrame.
Valdo descobre a trama de Demétrio sobre o revolver. Ao chegar em casa, Valdo depara com o irmão juntando as roupas de Nina para destruí-la. Ambos brigam diante dos olhares das visitas. Valdo abandona a Chácara. No último capítulo, Ana à beira da morte confessa ao Padre Justino seus pecados, principalmente o segredo que guardara, de ser mãe de André e de ser ele a maior vítima da história de ódio da família. Segundo Ana, Nina teria ficado sabendo que o filho, deixado no hospital, vivia e tinha o nome de Glael. Portanto, somente André sofria o tormento de cometer o incesto. A casa, que vinha ruindo devagar, finalmente é saqueada e destruída pelos bandoleiros de Chico Herrera. Era o fim dos Meneses.
Tempo de enunciação da obra • Não há linearidade. O romance começa pelo fim, com a morte e velório de Nina, o tormento de André e a iminência do confronto entre pai e filho. Toda a narrativa vai sendo apresentada de modo fragmentário, através de vários, gêneros, obrigando o leitor a ir compondo devagar os acontecimentos e a linha do tempo. Dentre os gêneros usados pelo Autor para compor a enunciação, e que se repetem ao longo da narrativa, temos os seguintes:
Diário de André (Conclusão, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, V);Primeira e segunda carta de Nina a Valdo Meneses; Primeira, segunda, terceira e quarta narrativa do farmacêutico; Diário de Betty (I, II, III, IV, V); Primeira, segunda, terceira e última narrativa do médico; Primeira, segunda, terceira e quarta confissão de Ana; Carta de Valdo Meneses; Primeira e segunda narração do Padre Justino; Primeira e segunda carta de Nina ao Coronel; Carta de Valdo Meneses ao Padre Justino; Depoimento de Valdo; Depoimento do Coronel; Última confissão de Ana (I, II); Segundo depoimento de Valdo (I, II, III, IV, V, VI); Dos livros de memórias de Timóteo (I, II); Pós-escrito numa carta de Padre Justino.
Personagens: Nina (narradora), Valdo Meneses (narrador); André Meneses (narrador); Ana Meneses (narradora); Demétrio Meneses; Timóteo Meneses (narrador); Alberto; Betty (narradora); Farmacêutico (Aurélio – narrador); Médico (Dr. Villaça – narrador); Padre Justino (narrador); Barão; Coronel Amadeu (narrador); Pai de Nina; negra Anastácia; D. Malvina Meneses; Maria Sinhá Meneses. b