BIOTERÁPICOS

1. BIOTERÁPICOS Juliana paz benatto 6P - Homeopatia

2. Breve histórico • Constantine Hering (1800-1880) – Médico e discípulo de Hahnemann, preparou o primeiro nosódio, produto da serosidade da vesícula da sarna (Psorinum). • Johann Wilhelm Lux (1777-1839) – primeiro veterinário homeopata, atendeu em 1831 um criador de gado, onde prescreveu o muco nasal de um animal doente diluído na potência 30CH. • Johann Ernst Stapf (1788-1860) – fundador da isopatia individual, defendeu os trabalhos de Hering . O método de Stapf consistia em administrar preparação dinamizada de secreção patológica, que supostamente continha a causa de sua enfermidade, ao próprio doente de quem o material foi retirado. Esses produtos são chamados auto-isoterápicos. O material empregado deve conter o agente causal.

3. Breve histórico • Hahnemann considerava que a Isopatia levaria o clínico a um raciocínio lógico, trazendo um perigo para a Homeopatia, pois levaria ao abandono da experimentação no homem sadio. • Isso levaria o médico negligenciar os aspectos psicossomáticos relacionados às doenças, esse método estimulava a paliação em detrimento da cura pelo semelhante.

4. Nosódiosou bioterápicos • Nosódiosou bioterápicos (na França), Essas preparações podem ser de origem patológica (nosódios) ou não patológicos (sarcódios), elaboradas conforme a farmacotécnica homeopática. • Órgãos doentes • Secreções patológicas • Germes em geral e suas toxinas. • São preparados de acordo com a farmacotécnica homeopática a partir de produtos biológicos, quimicamente indefinidos como secreções, excreções, tecidos e órgãos patológicos ou não, bem como produtos de origem microbiana e alérgenos.

5. Quanto à sua origem o Nosódio é classificado como isopático (igual ou própria substância), enquanto os demais medicamentos homeopáticos são considerados homeo (semelhantes). • Os bioterápicos são utilizados, principalmente, nas seguintes situações: • Nos quadros infecciosos de etiologia conhecida; • Nas reações de hipersensibilidade, atuando como dessensibilizantes (poeira, pólen, alimentos, etc); • Nos quadros provocados por um agente tóxico, atuando como estimulante de sua eliminação; • Nos quadros sintomáticos provocados por substâncias biológicas, atuando como inibidor de sua formação e estimulante de sua eliminação (cálculos renais e biliares, etc.)

6. Isoterapia • Isoterapia individual ou aplicação da lei da identidade, não equivale à Homeopatia, apenas serve-se da farmacotécnica comum. • Não obedece à lei da semelhança baseada nas totalidades sintomáticas do doente e do medicamento. Em Isoterapia a pesquisa de sinais e sintomas não é considerada.

7. Divisão • Podem ser divididos em 2 categorias: Bioterápicos de Estoque e Isoterápicos. • Bioterápicosde Estoque: São produtos cujo o IA é constituído por amostras preparadas e fornecidas por laboratórios industriais especializados: • Codex • Simples • Complexos • Ingleses • Vivos

8. Bioterápicos de estoque • CODEX: obtidos a partir de vacinas, soros, toxinas e anatoxinas; Ex: Influenzinum – vacina antigripal. • SIMPLES: obtidos a partir de culturas microbianas puras, lisadas e atenuadas; Ex: Enterococcinum– cultura de Streptococcusfaecalis. • COMPLEXOS: obtidos a partir de órgãos doentes, secreções ou excreções patológicas; Ex: Bacillinum – triturado de fração de pulmão tuberculoso.

9. Bioterápicos de estoque • INGLESES: obtidos a partir de microrganismos da flora intestinal que não fermentam a lactose, presente nas fezes de doentes crônicos Ex: Bacilo de Morgan (bacilo gram negativo – Proteusmorganiisolado de fezes de crianças com diarreia. • ROBERTO COSTA: obtidos a partir de microrganismos vivos, conforme técnica desenvolvida pelo pesquisador brasileiro Roberto de Andrade Costa. • Ex: os bioterápicos preparados de microrganismos vivos recebem o nome do microrganismo correspondente; são preparados na escala decimal.

10. Isoterápicos • São produtos cujo insumo ativo poderá ser de origem endógena(sangue, urina, cálculo renal, etc) ou exógena (alérgenos, alimentos, toxinas, etc). Os isoterápicos são divididos em: • AUTO-ISOTERÁPICOS – produtos cujo insumo ativo é obtido do próprio paciente, como fezes, urina, sangue, secreções, etc. e só somente a ele destinado. • HETEROISOTERÁPICOS – os insumos ativos são externos ao paciente e de alguma forma o sensibilizam, como alérgenos, poeira, pólen, solventes, etc.

11. Requisitos para o preparo de bioterápicos • Coleta poderá ser realizada em consultório médico ou farmácia (sala específica para coleta); • Pessoal capacitado para a realização da coleta; • Material colhido deve ser encaminhado à farmácia em até 4 horas ou conservar sob refrigeração; • Frascos estéreis, autoclave, coletores, swabs, placa de petri, seringa e agulhas; • Quando se tratar de material microbiano, a coleta deve ser realizada de modo a garantir a presença do agente etiológico, evitando que seja contaminado com outros microorganismos.

12. Orientações sobre a coleta de material • Não fazer uso de medicamentos nas últimas 96 horas; • Pós: coletar o pó da residência ou local indicado, não fazer limpeza nem assepsia nas 48 hs anteriores à coleta; • Sangue: jejum de 12 hs; • Coletar o sufuciente para preparar o medicamento na escala decimal ou centesimal; • Sangue, urina e saliva: coletar mínimo 5 ml.

13. Orientações sobre a coleta de material • Os insumos inertes a serem utilizados para coleta e preparação dos bioterápicose isoterápicossão os seguintes: • Lactose; • Soluções alcoólicas; • Água purificada; • Solução glicerinada; • Cloreto de sódio a 0,9%.

15. Descarte de material • O material utilizado na coleta deve ser, tanto quanto possível, descartável, sendo necessário para o seu descarte aplicar o PGRSS – Programa de Gerenciamento de Resíduo de Serviços de Saúde. • Material descartável: Todos os materiais utilizados na coleta como seringa, agulhas, swabs, luvas, máscaras são submetidos a procedimentos de descontaminação e posteriormente descartados. Os batoques e vidrarias utilizados para preparar potências até 12Ch devem ser deixados imersos por 2 horas em Hipoclorito e depois descartados; • Material reutilizável: Vidrarias reutilizadas para preparar potências acima de 12CH, bem como cânulas, gral, pistilo e espátula, devem ser deixadas imersas em álcool a 70% por 02 horas→lavar em água corrente→água destilada→ esterilizar 180ºC por 1 hora

16. Observações • Auto-isoterápicos – a matriz desse medicamento é armazenada de 6 meses a 1 ano, caso o prescritor queira repetir a prescrição ou aumentar a potência e no caso de quebra do do frasco do medicamento. • Os autoisoterápicos só poderão ser estocados em etanol 77% ou superior e dispensados a partir da 12 CH ou da 24 DH. • Heteroisoterápicos– integram o estoque da farmácia, pois podem ser usados por vários pacientes.