460 likes | 612 Views
V Encontro de História do Alentejo Litoral. Cláudia de Campos a naturalização da escrita: Espaço, mobilidade e crítica 4 Novembro 2012 Isabel Lousada. http ://run.unl.pt. iclousada@gmail.com. Cláudia de Campos (1871-1916). “ Claudia de Campos” in O Século 31 de Dezembro 1916.
E N D
V Encontro de História do Alentejo Litoral Cláudia de Campos a naturalização da escrita: Espaço, mobilidade e crítica 4 Novembro 2012 Isabel Lousada http://run.unl.pt iclousada@gmail.com
Jornal da Mulher“Cronica literariaD. Claudia de Campos” in O Mundo, 1907
“Romântica, elegante, e erudita, a escritora Cláudia de Campos foi a "irmã 'Brontë' portuguesa", numa Sines real e ficcional de paixões e vendavais. A escritora Cláudia de Campos é uma das figuras mais "sui generis" de Sines. Nascida a 28 de janeiro de 1859, filha de Maria Augusta Palma de Campos e de Francisco António de Campos, tem por padrinho de batismo seu avô, Guarda-Mor de Saúde do Porto de Sines, Jacinto José Palma. Casa em 1875 com Joaquim D’Ornelas e Matos. Ela tem apenas 16 anos e ele 19. O Barão de S. Pedro, José Ribeiro da Cunha, é testemunha de casamento. Em jovem frequentou o Colégio de Mrs. Kutle, na Rua do Alecrim, em Lisboa. Privou com a mais alta sociedade lisboeta da altura, frequentando a Academia de Ciências de Lisboa e os Salões Literários do Casino."Cláudia de Campos era uma mulher feliz, alegre e linda", afirma Maria Amália Vaz de Carvalho no seu diário.Para além do seu lado de escritora, foi uma intelectual inovadora, ensaísta da condição da mulher.Escreveu um "Ensaio de Psicologia Feminina", onde analisa Charlotte Brontë, Condessa de Lafayette, Baronesa de Staël, Josephine de Neuville, Rainha da Roménia. Estudou também Edward Thomas, Gibson, Masefield e outros.” Cláudia de Campos (1859-1916) in Câmara Municipal de Sines
“Pertencendo a uma rica família alentejana, frequentou o Colégio de Mrs. Kutle, na Rua do Alecrim, em Lisboa, e privou com a mais alta sociedade lisboeta da altura, frequentando a Academia de Ciências de Lisboa e os Salões Literários do Casino. Interessou-se pelo estudo da personalidade de várias figuras femininas notáveis nas letras, nas artes e na política, tais como Charlotte Brontë ou Mme. de Staël, e deixou em manuscrito um trabalho sobre o poeta Shelley. Fez parte da Secção Feminista da Liga Portuguesa da Paz (1906) e de La PaixetleDésarmement par lesFemmes (1906-?). Tendo-se estreado literariamente, em 1892, com o livro de contos Rindo... (prefaciado por Bulhão Pato), a liberdade com que tratou determinados temas e a sua hipersensibilidade ultra-romântica foram mal acolhidas pela crítica da época, que considerou os seus personagens inverosímeis e incoerentes.Sobre o seu livro Elle escreveu Trindade Coelho: «[...] esse livro para nós indefinível e cuja leitura fragmentada, por nos ser impossível aguentá-la a seguir, nos custou além de uma longa noite de insónia, uma crise agudíssima de nervos que levou dias a acalmar». Diferente é, porém, a opinião de Cândido de Figueiredo que, na obra Figuras Literárias (1906), regista com agrado a escrita «feminina» da autora e lhe augura um futuro digno de Violante do Céu ou de Bernarda de Lacerda. Também Abel Botelho escreve: «É, infelizmente, bem diminuto hoje o número de escritoras portuguesas dignas deste nome, de sorte que a triunfante confirmação, dia a dia mais seguramente acentuada de talentos como o de D. Cláudia de Campos, bem merece da crítica toda a atenção e todo o estímulo. Nós reputamos este romance "Elle", a melhor obra de quantas a ilustre autora tem até hoje publicado, o que evidentemente para nós denota do seu fino e real talento o caminho progressivo.»Usou o pseudónimo de Colette.” Centro de Documentação de Autores Portugueses 11/2010
“Os verdadeiros artistas deixaram sempre na sua obra o cunho da sua própria individualidade, e duvido muito da esthese dos que subordinam os seus conceitos a moldes preconcebidos e a pautas indefectiveis. Mas, - objectar-me-á a crítica severa e fria, - as personagens, enquadradas nos livros de Cláudia de Campos, não mantém equilíbrio entre os seus actos, são illogicas e portanto inverosimeis; os mais modestos aventurarão que ellas são incomprehendidas; e a austera nevropathia capitulá-las-á de histéricas. E destas premissas inferirão corolários deprimentes pâra a talentosa escriptora. Ora, desta conclusão é que me apraz divergir fundamentalmente; e, em que pese aos sábios e aos críticos, levo a minha divergencia até sustentar que nos alludidos e suppostos defeitos reside precisamente o mérito capital da escritôra. Vão dizêr-metalvêz que tôda a obra de Cláudia de Campos ressumbra histericismo e que a histeria é um estado mórbido…” Lisboa, 28 de janeiro de 1897 Praça do Principe Real, 5 CANDIDO DE FIGUEIREDO Perfis Contemporaneos: Retratos, Biographias e Litteratura, revista illustrada, Proprietários – Jaime Victor Ernesto Bartholomeu e Lorjó Tavares (secretário da redacção), vol. I, Typ. Da Comp. Nac. Editora, Lisboa.
Exposição de Livros Escritos por Mulheresorganizado pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas
“Escritora, filha do industrial Francisco António de Campos, nasceu em 1871, em Sines. Educada em Inglaterra, integrou os movimentos pacifista e feminista da 1.ª década do século XX, tendo feito parte, em 1906, da direcção da Secção Feminista da Liga Portuguesa da Paz* e, em finais desse mesmo ano, foi eleita Vogal do Comité Português da agremiação francesa La PaixetleDésarmement par lesFemmes*. Em escrito de Janeiro de 1907, Virgínia Quaresma*, activista das mesmas organizações, considerava-a “uma feminista sincera” ao publicar diversos artigos sobre o feminismo, compilados no livro Mulheres: ensaios de psicologia feminina (1895).” Dicionário no Feminino (séculos XIX-XX)
“Cláudia de Campos, falecida em 1916, estreou-se, em 1892, com um livro de contos intitulado «Rindo», que publicou sob o pseudónimo de Colette. Essa obra foi prefaciada por Bulhão Pato, que a aceita como testemunho de aptidões literárias invulgares e revelação duma alta cultura intelectual e apurada educação artística. Pelo assunto dos contos, um pouco menos ingénuo do que o escolhido habitualmente pelas penas femininas da época, o livro testemunha igualmente o espírito de independência e de irreverência que, até certo ponto, caracterizou a autora, assim como o reflexo duma educação recebida no estrangeiro, bem longe do acanhado meio onde, dentro do romance e da novela, dominavam os piores exemplos do romantismo popular francês.” Teresa Leitão de Barros, Escritoras de Portugal: génio feminino revelado na Literatura Portuguesa, vol. II, Lisboa, 1924, pp. 287-288. Escritoras de Portugal
D. Claudia de CamposAlmanach Ilustrado de 1894. Edição de Francisco Pastor. Lisboa: Companhia Nacional Editora, 1893. p. 11.
Rindo... / Colette (Cláudia de Campos) ; com um pref. crítico por Fernandes Costa. Lisboa : EmprezaLitterária de Lisboa,. 1892. • Último amor/ Cláudia de Campos, Lisboa, 1894. • Mulheres : ensaios de psychologia feminina / Cláudia de Campos. [Lisboa] : M. Gomes-Ed.,. 1895. • A esphinge/ Cláudia de Campos. Lisboa : M. Gomes-Ed.,. 1897. • Nuvens/ Cláudia de Campos, Lisboa, 1898. • Elle / Cláudia de Campos. Lisboa : Tavares Cardoso & Irmão,. 1899. • A Baroneza de Stael e o Duque de Palmela / Cláudia de Campos. Lisboa : Tavares Cardoso & Irmão,. 1901.
Digital Humanities Conference Hamburg 16-20 Julho 2012
Digital Humanities Conference Hamburg 16-20 Julho 2012
“ A Sr.ª D. Claudia de Campos não pensa, nem sente como a generalidade das mulheres. É uma anormal evolutiva* e por isso mesmo é que é uma artista poderosa, de feição característica”. Garcia Redondo (1854-1916), Rev. Bras. 1899