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O sapateiro. Um sapateiro, muito piedoso, sonhou que Jesus falou com ele dizendo :. "Amanhã venho tomar café na sua casa". O sapateiro acordou cedo, convencido de que Jesus, na realidade, viria. Arrumou bem sua cozinha e preparou um café muito especial. Jesus não apareceu,
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Um sapateiro, muito piedoso, sonhou que Jesus falou com ele dizendo: "Amanhã venho tomar café na sua casa". O sapateiro acordou cedo, convencido de que Jesus, na realidade, viria.
Arrumou bem sua cozinha e preparou um café muito especial. Jesus não apareceu, mas chegou lá pelas nove horas uma garotinha faminta, com sua roupa em farrapos e sapatos arrebentados.
O sapateiro providenciou roupa limpa para a garota, deu da comida que havia preparado para Jesus, consertou os sapatinhos e logo mais a menina tomou o seu rumo.
Na noite seguinte, Jesus apareceu novamente em sonho ao sapateiro. Ele, irritadiço, perguntou a Jesus: "Por que não vieste tomar café, como prometeste?"
Jesus, com um belo sorriso, respondeu: "Estive presente quando cuidaste daquela garotinha" ...Aí o Rei responderá:
"Eu afirmo a vocês que isto é verdade: Quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos e irmãs, foi a mim que fizeram." (Mateus 25.40).
Há muito poucas coisas na vida que realmente importam. E saber reconhecê-las é prova de sabedoria. Por isso eu creio que não seja possível saber o exato valor das coisas enquanto a alma não for banhada pela luz que vem do Alto.
Ou seja, se Deus não tocar profundamente o nosso coração, e não mudar os nossos olhos, teremos uma existência marcada por constantes erros de valores. A ausência de Deus na vida do homem o impulsiona a gastar-se por “nada”, a lutar por “coisa nenhuma”
É famosa a história do desbravador Fernão Dias que no século XVII se embrenhou pelo interior obcecado pela beleza das esmeraldas e morreu apertando entre às mãos um punhado de pedras verdes, que na verdade tratava-se de um mineral sem grande valor.
Há muita gente com os olhos vidrados correndo atrás do vento, correndo atrás de prestígio, de reconhecimento, agarrados às coisas que imaginam serem preciosidades, e de repente os anos passam, a vida é perdida, e o prazer se esvai entre os dedos....
Não saber o que de fato importa na vida é perder-se em frivolidades, em sensibilidades, é se machucar por nada. Uma jovem médica infectologista foi trabalhar com pacientes terminais contaminados com o HIV. Questionada sobre o que isso mudou em sua vida, ela disse:
-“Aprendi a me alegrar com as pequenas coisas... e perdi a paciência de lidar com pessoas que reclamam de tudo na vida”. Assim como ela também acabou minha paciência em lidar com cristãos mimados presos à futilidades.
Valorizar as pequenas coisas... não foi isso justamente o que Jesus veio nos ensinar? Ao homem que queria construir celeiros para armazenar sua produção, e passar o resto de seus dias comendo, bebendo e regalando-se, Ele chama de “louco” (Lc 12.20).
Também no texto em que um jovem rico se aproxima do Mestre e pergunta o que precisa fazer para herdar a vida eterna. Jesus, olhando para ele, o amou e lhe propôs: “Uma coisa ainda te falta: vai vende tudo o que tens e dá aos pobres” (Mc 10.21).
O jovem, sem dizer palavra, retirou-se dali triste, pois possuía muitas propriedades. Que fique claro: o problema não está em possuir bens ou dinheiro, mas Jesus conhecia aquele coração e queria mostra-lhe que o seu apego aos bens materiais deturpava-lhe a visão correta da vida, e por isso pediu a ele uma renúncia.
Aquele jovem precisava resolver essa questão existencial. O mesmo vale para nós: o que precisamos renunciar? “Marta, Marta, andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário, ou mesmo uma só coisa...” (Lc 10.42).
Somos as “Martas” de hoje que correm, se fatigam, vivem ansiosas, necessitam de remédios para dormir – pois não conseguem se “desligar”.... Somos as Martas que transformaram a simplicidade da vida em uma busca sôfrega de “mais e mais”, aliados a uma preocupação excessiva com tudo que se refere ao amanhã.
Creio que todos concordamos que não há maior prazer que “comer, beber e gozar do fruto do trabalho”, como ensina Eclesiastes 2. Mas o homem simples de fé reconhece que tudo isso “vem da mão de Deus, e separado Dele ninguém pode se alegrar verdadeiramente”. Ou seja, separado de Deus tudo perde o seu valor.
O Evangelho nos remete a uma nova forma de viver. Lançar um novo olhar é fundamental para a compreensão do exato valor das coisas. Para o Evangelho, o mais importante não é ser o primeiro, nem ter o melhor salário, ou obter maior reconhecimento.... Poucas coisas são necessárias para uma existência feliz.
Peça para Deus lhe mostrar o que realmente é fundamental em sua vida. Você vai ficar surpreso ao descobrir que se trata de coisas simples às quais, quem sabe, nunca se importou de verdade.