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LINHAS DE INSTABILIDADE – LATITUDES MÉDIAS. As linhas de instabilidade ( LI ) são provavelmente a forma mais frequente de organização convectiva de mesoescala . As LI são linhas de células convectivas contínuas ou aproximadamente contínuas.
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LINHAS DE INSTABILIDADE – LATITUDES MÉDIAS • As linhas de instabilidade (LI) são provavelmente a forma mais frequente de organizaçãoconvectiva de mesoescala. • As LI são linhas de célulasconvectivascontínuas ou aproximadamente contínuas. • Não existe uma definição rigorosa para o tamanho das LI. Alguns autores tem proposto 50km de extensão e 10km de largura para fins de investigação. Para diferenciar de outros tipos de tempestadesconvectivas, as LI tem um valoralto para a razãocomprimento/largura. • Em latitudes subtropicais e médias, as LI são frequentemente associadas a situaçõesfrontais, podendo aparecer no setorquente ou frio, paralelas ou perpendiculares à frente.
LINHAS DE INSTABILIDADE – CLASSIFICAÇÃO • As LI se formam de diversasmaneiras. Elas frequentemente se originam como linhas de célulasconvectivasdispersas, com novascélulaspreenchendo os buracos da linha. Ou como linhasquasecontínuas, quando há uma forçantelinear como a frentefria. As LI também se formam em regiões de célulasconvectivasmaisdispersas ou embebidas em uma regiãouniforme de precipitaçãoestratiforme. • Classificadas em 4 categorias: brokenline (linha quebrada), backbuilding, brokenareal (área quebrada), embeddedareal (área embebida). Fonte: http://www.meted.ucar.edu/mesoprim/severe2/
LINHAS DE INSTABILIDADE – LATITUDES MÉDIAS • As LIcomeçam como bandasestreitas de célulasconvectivasintensas e evoluem para um sistema mais amplo e fraco. O tempo de vida de uma LI e as estruturas específicas que nela se desenvolvemdependem fortemente do cisalhamentovertical do vento em baixosníveis. Em geral, fortecisalhamentopromove uma vida mais longa para o sistema e condições de tempo mais severa. Fonte: http://www.meted.ucar.edu/mesoprim/severe2/
LINHAS DE INSTABILIDADE – LATITUDES MÉDIAS • As fortesLInão ocorrem em situações de convecçãoalinhada associadas à esteiratransportadoraquente com levantamento para trás. • As principaisLI estão associadas com linhas de célulasconvectivasprofundas que se formam no setorquente a 200-300kmadiante da frentefria em superfície, associadas à esteiratransportadoraquente com levantamento para frente.
LINHAS DE INSTABILIDADE – LATITUDES MÉDIAS • Seçãovertical de uma LI. O sistemaviaja da esquerda para a direita na figura. • Parte do arascendente fica atrás da tempestade, formando uma bigorna. Fonte: http://www.meted.ucar.edu/mesoprim/severe2/
LINHAS DE INSTABILIDADE – LATITUDES MÉDIAS • A precipitaçãoevapora no ar relativamente seco que entra na circulação da tempestade nos níveismédios. O resfriamentoprovocado pelo processo de evaporaçãoafunda o ar em decorrência do aumento da densidade. O arfrio se espalha dentro de uma mesoalta de pressão abaixo da linha de tempestade. A bordadianteira do arfrio forma uma pseudofrentefria (frente de rajada), que desencadeianovasconvecções no lado direito e controla a taxa de propagação da LI como um todo. Novascélulasconvectivas se formam á direita do sistema, enquanto outras dissipam à esquerda. O arquente e úmidoadiante da tempestade é forçado a subir a medida que a frente de rajadaavança.
LINHAS DE INSTABILIDADE – LATITUDES MÉDIAS • A propagação do sistema é uma combinação do surgimento de novascélulas e propagaçãodiscreta devido a advecção de célulasindividuais. Fonte: http://www.meted.ucar.edu/mesoprim/severe2/
LINHAS DE INSTABILIDADE – LATITUDES MÉDIAS • Para longaslinhas (>200km): a propagação da linha é usualmente perpendicular a sua orientaçãoinicial. As célulasindividuais se deslocam fazendo um ângulo com a linha. Para curtas (<100km): a propagação é na direção do vetorcisalhamento. Fonte: http://www.meted.ucar.edu/mesoprim/severe2/
LINHAS DE INSTABILIDADE – TROPICAL • Como a tropopausa é mais alta na regiãotropical, as nuvensconvectivas são mais altas que as das latitudesmédias. • O sistema se desloca mais lentamente. Como as LI se desenvolvem em um ambiente tropical, o ar em níveismédios é menosseco. Sendo assim, a evaporação e o ardescendente são menosintensos e a piscina de arfrio é maisfraca. • A convecçãotropical se desenvolve em ambientes com baixocisalhamentovertical do vento. • Se formam preferencialmente sobre os continentes. • Raramente ocorrem granizos associados às LI devido a natureza quente das massas de ar tropical.
LINHAS DE INSTABILIDADE – TROPICAL • As LItropical tem uma organizaçãosimilar às LI de latitudesmédias. No entanto, como estão imersas em um fluxo de leste, viajam para oeste, diferentemente das LI de latitudesmédias que viajam para leste. • Novascélulas se formam na vanguarda do sistemadisparadas pela frente de rajada na superfície, as quais crescem e tornam-se as célulasprincipais do sistemaantes de decair na retaguarda.
LINHAS DE INSTABILIDADE – TROPICAL • O arfrio e seco, originado nos níveismédiosadiante da tempestade, alimentacorrentesdescendentes, que ao atingirem a superfície, parte se espalha para frente formando a frente de rajada e a maior parte se desloca para trás como uma caudacomprida de arfrio e estável na camadalimite. • A região da bigorna é predominantemente estratiforme. A geração continuada de chuvafracasobre a região de arfrio e estávelimplica em movimentoascendente (mesoescala) na altatroposfera e movimento descendente (mesoescala) na baixatroposfera.
LINHASDEINSTABILIDADE–TROPICAL • Na regiãoconvectiva, o perfilvertical de divergência de massa caracteriza-se por uma pronunciada convergênciaentre600 e 700mb e divergênciaentre300 e 500mb. • O perfil de velocidadevertical mostrou um pronunciado movimentoverticalascendente em 500mb na regiãoconvectiva, e máximo movimentoverticaldescendente em 800mb na região da nebulosidadeestratiforme. A velocidadevertical na regiãoestratiforme do sistema apresentou movimentosascendentesfracosacima de 500mb e movimentos descendentes na baixatroposfera.
LINHAS DE INSTABILIDADE – TROPICAL: CARACTERÍSTICAS GERAIS • LIsdesenvolvem-se frequentemente na costanorte-nordeste da AS e podem propagar para o interior do continente, causando quantidades apreciáveis de precipitação. • Como esses sistemas tem uma escalatemporalassociada à variabilidadediurna (brisamarítima e aquecimentoterrestre), a máximaatividadeconvectiva ocorre no final da tarde. • Tanto as linhas de Cbs que se propagam quanto as que não se propagam associam-se à circulação de brisa marítima junto à costa.
LINHAS DE INSTABILIDADE – TROPICAL: CLASSIFICAÇÃO • As LIs foram classificadas em função do seu deslocamentohorizontal para o interior da Amazônia, de acordo com Cohen, Silva Dias e Nobre (1989): • (a) Linhas de InstabilidadeCosteira (LICs): que são aquelas cuja propagaçãohorizontal para o interior do continente alcança até 170km e não se deslocam continente adentro. • (b) Linhas de Instabilidade com Propagação do Tipo1 (LIP1): com deslocamentohorizontal entre 170 e 400km. • (c) Linhas de Instabilidade com Propagação do Tipo2 (LIP2): com deslocamentohorizontalsuperior a 400km. Se formam ao longo da costa, durante a tarde, e propagam-se para o interior da bacia Amazônica.
LINHAS DE INSTABILIDADE – TROPICAL: CLIMATOLOGIA • Frequência • Cohen, Silva Dias e Nobre (1989) e Cohen (1989) – Período de 1979-1986 • As LIs podem ser observadas durante todo o ano, com maiorfrequênciaentre os meses de abril e agosto. • Santo Neto (2004) – Período de 1979-2002 • Maior ocorrência de LIs é entremaio e agosto e a menor em janeiro -> maior frequência das LIs ocorre no período em que a ZCIT está bem organizada perto da costa da AS. • 2785 casos estudados, 55,4% foram classificados como LIC e 44,6% como LIP. • As LICs são maisfrequentes em outubro, novembro (média de 8,4casos) e dezembro. Em janeiro são menosfrequentes, com uma média de 4,5casos. • As LIPs são maisfrequentesentre os meses de maio e agosto e menosfrequentes em dezembro (média de 2,1casos).
LINHAS DE INSTABILIDADE – TROPICAL: CLIMATOLOGIA • Velocidade de Propagação • Cohen, Silva Dias e Nobre (1989) e Cohen (1989) – Período de 1979-1986 • A velocidademédia de propagação das LIP1 e LIP2 foi de 12 e 16m/s, respectivamente. • Ciclo de Vida • Cohen, Silva Dias e Nobre (1989) e Cohen (1989) – Período de 1979-1986 • Ciclo de vidamédio para as LIC, LIP1 e LIP2 foi de 9, 12 e 16horas, respectivamente. • Santo Neto (2004) – Período de 1979-2002 • Ciclo de vidamédio para as LIC e LIPs foi de 10,3 e 20,4 horas, respectivamente. • Embora, as LICs e LIPsnão apresentem variações de tempo de vidaconsideráveis ao longo do ano, o tempo de vida das LICs (LIPs) é maior no mês de março (janeiro) e menor no mês de setembro (abril).
LINHAS DE INSTABILIDADE – TROPICAL: CLIMATOLOGIA • Deslocamento Horizontal • Cohen, Silva Dias e Nobre (1989) e Cohen (1989) – Período de 1979-1986 • Deslocamentohorizontalmédio das LIPs foi de 646,18km para dentro do continente, com máximos em janeiro (1049km – pode ter sofrido influência da ZCIT) e agosto (1011,5km – pode ter sofrido influência das ondas de leste) e mínimos em junho (456km) e novembro (404km). • Dimensão Horizontal • Cohen, Silva Dias e Nobre (1989) e Cohen (1989) – Período de 1979-1986 • Dimensãomédia foi de 1400km de comprimento por 170km de largura. • Santo Neto (2004) – Período de 1979-2002 • LIsmais (menos) extensasentrefevereiro e junho (julho e janeiro), atingindo seu maior (menor) valor em abril (outubro).
LINHAS DE INSTABILIDADE – TROPICAL: CLIMATOLOGIA • Intensidade • Santo Neto (2004) – Período de 1979-2002 • 2785 casos estudados, 28,4% fracas (out-dez), 39% médias (abr-set) e 32,6% fortes (jan-mar). Entreagosto e setembro (março e abril), ZCITposicionada em latitudesmais ao norte (sul) -> ZCIT tem um papel fundamental na intensificação das LIs. • Posicionamento • Cavalcanti (1982) – Período de 1975-1980 • Variabilidade na sua posição de acordo com a época do ano: no inverno e primavera, as LIs ocorrem em longitudesmais a oeste, ao longo da costa, ao norte do equador; e no verão e outono, as LIs ocorrem mais a leste, ao longo da costa, ao sul do equador. Na costanorte-nordeste do Brasil, há grandefrequência de LIs de janeiro a maio, e no período de junho a dezembro, essa região não apresenta atividadeconvectiva. • O desenvolvimento na costa acompanha o deslocamentosazonal da ZCIT -> influência da circulação de grandeescala na circulaçãolocal.
LINHAS DE INSTABILIDADE – TROPICAL: MECANISMOS DE PROPAGAÇÃO • As LIs na Amazôniaformam-se no final da tarde e propagam-se para dentro do continente. O resfriamentoradiativo durante a noite provoca dissipação das nuvens, que podem tornar-se novamente ativas no diaseguinte, quando o aquecimento da superfície se estabelece (Molion, 1987). Em alguns casos, há a regeneração das LIPs na sua extremidadenorte durante o período noturno, quando passam por uma região caracterizada por altitudes entre 200 e 500m, mostrando que a orografia pode influenciar a atividade das LIs (Cohen, Silva Dias e Nobre, 1989). • Houve casos em que a dissipaçãoocorreu em horários de aquecimento, mostrando que o resfriamentoradiativonão é o únicoresponsável pela dissipação das LIs (Cohen, Silva Dias e Nobre, 1989). • O jatos de leste de baixosníveis (700mb) e os de oeste em altosníveis (200mb) são importantes no deslocamento da LIP para o interior do continente, pois esses jatosformam um duto ou canal onde ondas de gravidadepropagam-sesemperderenergia (Cohen, 1996; Silva Dias e Ferreira, 1992).
LINHAS DE INSTABILIDADE – TROPICAL: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS • Valores médios mensais e anuais para cada característica foram: • Número médio de casos de LIs: 10 por mês e 116 por ano. • Número médio de casos de LICs: 6 por mês e 59 por ano. • Número médio de casos de LIPs: 4 por mês e 46 por ano. • Número médio de casos de LIs de intensidade fraca: 3 por mês e 32 por ano. • Número médio de casos de LIs de intensidade média: 4 por mês e 44 por ano. • Número médio de casos de LIs de intensidade forte: 3 por mês e 37 por ano. • Extensão horizontal média da LI: 1344,41km. • Tempo médio de vida da LIC: 10,3 horas. • Tempo médio de vida da LIP: 20,4 horas. • Deslocamento horizontal médio da LIP: 635,9km. • Velocidade de propagação média da LIP: 16,3 m/s.