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Uma tragédia anunciada. Como a negligência da ANAC vem causando inúmeras mortes no Brasil. Este é o ultraleve avançado Christen Eagle II, de matrícula PR-ZRT, sendo pilotado pelo seu proprietário, o comandante Fabio Luiz de Almeida.
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Uma tragédia anunciada Como a negligência da ANAC vem causando inúmeras mortes no Brasil.
Este é o ultraleve avançado ChristenEagle II, de matrícula PR-ZRT, sendo pilotado pelo seu proprietário, o comandante Fabio Luiz de Almeida.
Esta é a mesma aeronave, dias depois. Completamente destruída. Fabio está morto. Sua esposa, viúva e sua filha pequena, órfã.
Um show aéreo que era acompanhado por milhares de espectadores - a poucas dezenas de metros de distância do local do impacto. Seu ultraleve se chocou contra o solo, em uma região densamente povoada de Curitiba, durante um show aéreo.
Infelizmente, esta não foi uma mera fatalidade. "Fatalidades acontecem", você está pensando. • Este desastre havia sido preparado, anos antes, pela negligência da ANAC, a Agência Nacional de Aviação Civil.
No dia do acidente, o comandante Fabio pilotava seu ultraleve avançado sem estar com sua habilitação de ultraleves avançados (UATE) válida.
Ele também não era habilitado para realizar acrobacias (não possuía o registro ACRO em seu brevet).
A validade do certificado de aeronavegabilidade (CA), que é o documento que assegura a plena capacidade de voo da aeronave, é incerta. A situação da aeronave também é duvidosa. • Também é incerto se a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) foi realizada. • Estes documentos deveriam estar a bordo da aeronave, mas não foram verificados por nenhuma autoridade da aviação no dia do fatídico voo.
"Mas isto não é possível!" Você pensa. "Mesmo o DETRAN fiscaliza os motoristas. Não acredito que a ANAC, que foi criada justamente com esta função, não fiscaliza os aviões e pilotos!"
Alegando buscar "economia", a ANAC vem realizando um desmonte em toda a estrutura de fiscalização construída pelo antigo DAC (Departamento de Aviação Civil). Infelizmente esta é a realidade atual. • Este desmonte culminou na publicação da Portaria no. 310, de 17 de fevereiro de 2001, que determinou o fim da presença dos fiscais da ANAC na grande maioria dos aeroportos brasileiros.
"A ANAC não está presente no aeroporto, senhor. Entre em contato pelo telefone 0800” - Esta será a única resposta que obterá. Faça o teste você mesmo. Compareça em qualquer aeroporto brasileiro e diga que quer relatar alguma situação de perigo a um fiscal da ANAC. • 90% dos funcionários da ANAC encontram-se atualmente lotados em um prédio de escritórios, no centro do Rio de Janeiro.
O alto escalão da ANAC é composto majoritariamente de cariocas. Desde o superintendente de segurança David Faria Neto e diretor Carlos Pellegrino, até a antiga diretora-presidenta, a economista Solange Vieira. "Por quê em um escritório, e não nos aeroportos? E por quê no Rio de Janeiro, e não em Brasília, a capital do país?" • Talvez quisessem estender a economia da agência, com o fim da fiscalização, também para seus próprios bolsos, trabalhando perto de casa...? • Como diria o filme "Tropa de Elite": seria o Sistema trabalhando - não para resolver os problemas da sociedade - mas sim os problemas do próprio Sistema?
A fim de maquiar o fim das fiscalizações, a ANAC criou um sistema chamado DCERTA. Com ele, a torre de controle, ao receber um plano de voo, informa ao piloto eventuais irregularidades detectadas em seu brevet ou aeronave. “Quer dizer que estamos todos em perigo? Não pode ser! A ANAC informa que fiscaliza a aviação de forma ‘inteligente’ agora!”
O que não é divulgado é que os funcionários da torre de controle - muitas vezes terceirizados - não são fiscais da ANAC e não têm nenhum poder legal para impedir um eventual voo irregular. • E mesmo que tivessem: como o sistema DCERTA foi implantado as pressas e apresenta inúmeras falhas, qualquer piloto pode contorná-lo preenchendo uma declaração onde afirma que a fiscalização está errada e seu voo está regular.
"Fiscalização inteligente"? • Façamos uma analogia: você acha que o trânsito ficaria mais ou menos seguro se, ao invés das BLITZ, tivéssemos os motoristas simplesmente preenchendo formulários de regularidade, quando um e-mail do DETRAN lhes avisasse que suas carteiras estão vencidas, ou os pneus estão carecas?
As informações aqui divulgadas não se tratam de "Lendas Urbanas". • Todas são públicas e podem ser facilmente averiguadas, no próprio sítio da ANAC. • Ass: Um ex-funcionário do DAC que teme pela ......situação atual da aviação civil brasileira.