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Gabriella Mazzarone Gomes de Sá, Gustavo Moreira Amorim,

ESPOROTRICOSE no Rio de Janeiro : casos detectados na Estratégia de Saúde da Família em matriciamento de dermatologia. Gabriella Mazzarone Gomes de Sá, Gustavo Moreira Amorim, Jéssika Orellana Arnez Arandia , Joshi Galvão Melo, Laís Gomes, Maria Kátia Gomes.

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Gabriella Mazzarone Gomes de Sá, Gustavo Moreira Amorim,

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  1. ESPOROTRICOSE no Rio de Janeiro: casos detectados na Estratégia de Saúde da Família em matriciamento de dermatologia GabriellaMazzarone Gomes de Sá, Gustavo Moreira Amorim, JéssikaOrellanaArnezArandia, JoshiGalvão Melo, Laís Gomes, Maria Kátia Gomes Serviço de Dermatologia, Curso de Graduação e Pós-Graduação HUCFF-UFRJ, Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro Ausência de conflito de interesse

  2. INTRODUÇÃO • A esporotricose foi descrita nos EUA em 1898, e o agente Sporothrixschenkiifoi isolado em 1900 • Fungo dimórfico • Espécie mais comum: S. brasiliensis • Micose subcutânea de maior importância no nosso território • Primeiros casos no Brasil descritos em 1907 por Lutz & Splendore, a partir de uma epidemia de comportamento zoonótico • Contágio: inoculação direta do fungo por traumatismos com material contaminado; mordedura, lambedura, arranhadura (casos zoonóticos); contato íntimo com animal infectado, inalação de esporos (casos mais raros) • Classificação: Cutânea (mais comum) – subtipos: linfocutâneo (75%), cutâneo fixo, disseminado Extracutânea

  3. INTRODUÇÃO • Descrita em diversos países, endêmica em vários estados brasileiros, com proporção epidêmica no Rio de Janeiro, sendo esta a terceira epidemia desde a descrição da doença • 3 municípios mais acometidos: Rio de Janeiro, Duque de Caxias e São João de Meriti, com expansão para a Zona Oeste, região dos lagos, região serrana, São Gonçalo e Itaboraí • No Rio de Janeiro, até 1997, havia o registro de 1 a 3 casos de doença por ano • Entre 1997 e 2007 foram diagnosticados 1.848 casos e até dezembro de 2009, cerca de 2.200 casos já haviam sido diagnosticados no Rio de Janeiro • No ano de 2011, foram confirmados 169 casos • De 1998 até 2012, foram atendidas 3.000 pessoas, mais de 2.000 gatos e 200 cães com esporotricose • No período de 2008 a 2011 houve um aumento da incidência de 126,6% • Esses números podem ainda estar subestimados por subnotificação

  4. INTRODUÇÃO • Considerada uma doença ocupacional de predomínio em homens por muitos anos • A epidemia apresenta maior frequência em mulheres entre 40 e 59 anos, de atividade doméstica, seguidas por estudantes, em ambos os casos com hábito de cuidar de gatos doentes • A maioria é residente de casa de alvenaria, com plantas, áreas de terra, material de construção e entulho, com achado de ratos e evidência de baixo nível econômico entre os pacientes • Motivo da apresentação: Destacamos 10 casos de esporotricose identificados na Estratégia de Saúde de Família (ESF) em sessões de matriciamento em dermatologia, em áreas epidêmicas. Diagnóstico confirmado por biópsia de pele com material enviado para estudos histopatológicos, micológicos e bacteriológicos

  5. RELATO DA COMUNICAÇÃO • Entre 2010 e 2013 foram examinados na ESF 10 pessoas com suspeição diagnóstica de esporotricose, apresentando lesões clínicas ulceradas, de até 2cm de diâmetro, em membros superiores, 5 com cordão linfangítico e todos com história de contato com gatos doentes • 3 pacientes homens (1 com 13 anos e os outros com mais de 60) e 7 mulheres entre 20 e 45 anos, duas da cidade de Piraí e as demais do município do Rio • Os casos foram confirmados por cultura e tratados com itraconazol • Ao dermatologista coube o treinamento dos profissionais generalistas da ESF em suspeição diagnóstica clínica, epidemiológica e investigação laboratorial

  6. Lesão de esporotricose com linfangite Lesão ulcerada de esporotricose

  7. Lesão de esporotricose com linfangite

  8. RELATO DA COMUNICAÇÃO • O matriciamento é uma estratégia do Ministério da Saúde para aproximar os especialistas da Atenção Primária. Visa aumentar a capacidade diagnóstica e resolubilidades das dermatoses mais comuns na APS • A esporotricose é de notificação compulsória e os pacientes devem ser encaminhados para os serviços de referência para confirmação laboratorial • O trabalho de matriciamento agiliza a investigação e o início do tratamento específico • Caracterizada por lesão papulonodular, eritematosa, pouco pruriginosa, dolorosa Evolui com ulceração, supuração e fibrose, constitui uma lesão gomosa • Na forma linfocutânea ocorre linfangite linear, progressiva, dolorosa, exuberante; na forma cutânea fixa, uma lesão verrucosa sem linfangite associada • Ocorre em local de trauma perfurante, sendo as áreas mais afetadas nos adultos os membros superiores, e nas crianças, a face. Na sua forma zoonótica, verifica-se o predomínio de gatos domésticos como hospedeiro, em perda do diagnóstico topográfico

  9. DISCUSSÃO • O diagnóstico laboratorial inclui exame direto, testes intradérmicos, sorologia, histopatologia – padrão ouro: isolamento do agente em cultura • Existem diversas opções terapêuticas: • O iodeto de potássio por muito tempo foi considerado o tratamento preferencial, entretanto, apesar da experiência positiva de seu uso, poucas evidências comprovam sua eficácia • O itraconazol passou a ser utilizado como primeira escolha, com dose mínima eficaz de 100mg/dia e maior perfil de segurança • A terbinafina é a 2ª escolha no tratamento da esporotricose

  10. DISCUSSÃO • A esporotricose é frequente na nossa prática, devendo ser lembrada no diagnóstico diferencial • Constante revisão literária deve ser realizada na busca por evidências que orientem o adequado manejo • O controle dessa endemia passa por conceitos de identificação precoce, tratamento do paciente e, nos casos zoonóticos, da fonte de infecção • A notificação permite a identificação de focos da doença, norteando estratégias para o seu controle

  11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Vásquez-del-Mercado E, Arenas R, Padilla-Desgarenes C. Sporotrichosis. ClinDermatol. 2012 Jul-Aug; 30(4):437-43. • Ramos-e-Silva M, Vasconcelos C, Carneiro S, Cestari T. Sporotrichosis. ClinDermatol. 2007 Ma-Apr;25(2):181-7. • Barros MB, SchubachTP, Coll JO, Gremião ID, Wanke B, Schubach A. Sporotrichosis: developmentandchallengesofanepidemic. Rev Panam SauldPublica. 2010 Jun; 27(6):455-60. • Costa RO, de Macedo PM, Carvalhal A, Bernardes-Engemann AR. Use ofpotassiumiodide in dermatology: updatesonanolddrug. AnBrasDermatol. 2013 May-Jun; 88(3):396-402. • Kauffman CA, Bustamante B, Chapman SW, Pappas PG. Clinicalpracticeguidelines for the management ofsporotrichosis: 2007 updatebytheInfectiousDiseaseSocietyofAmerica. ClinInfectDis. 2007 Nov; 45(10):1255-65.

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