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Programa de Ajuda Humanitária Santa Catarina - 2009. Programa de Ajuda Humanitária Santa Catarina - 2009. Há vozes não ouvidas e dores invisíveis dos desabrigados de Santa Catarina. Organização das Nações Unidas – ONU.
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Programa de Ajuda Humanitária Santa Catarina - 2009
Programa de Ajuda Humanitária Santa Catarina - 2009
Há vozes não ouvidas e dores invisíveis dos desabrigados de Santa Catarina
Organização das Nações Unidas – ONU Aumentou a freqüência de desastres relacionados às mudanças climáticas. Das 197 milhões de vítimas de desastres naturais em 2007, no mundo, 164 milhões foram por inundações.
Secretaria Nacional de Defesa Civil O Brasil é o país mais afetado por chuvas e enchentes no hemisfério sul
Secretaria Nacional de Defesa Civil Desastres decorrentes das chuvas estão relacionados a: • Ocupações irregulares • Desmatamentos de áreas de preservação • Erosão de encostas • Açoreamento de rios e • Temidas enchentes
Populações carentes são as mais afetadas Por só terem a opção de morar em regiões inadequadas com perigo de deslizamento de encostas e inundações
Catástrofe É um fenômeno de alta complexidade O protagonista chamado deslizamento é o mais assustador da catástrofe
Catástrofe “Eu não sabia se era o mundo acabando, a terra parecia que se derretia, não sabia onde me apoiar, me segurar; tinha caído gente, cadáveres, animais... tudo misturado... caia e caia... e eu não sabia o que era aquilo... o cemitério se desmanchou... as casas desabando... essa visão me acorda à noite... quero gritar, mas a voz não saí”. Sr. Marco, 43 anos. (Nome fictício de um de um bombeiro)
Medos • Crenças • Apegos • Materiais • Choque • Negação da realidade • Tristeza • Raiva • Depressão • Desesperança • Reflexões • Reorganizações • Novas possibilidades de reconstrução
“Agora eu pareço... que caí na realidade... aconteceu mesmo, sabe?... me tiraram à força lá de casa... eu queria ficar lá junto com meus móveis, com as fotos da minha família, com a minha máquina de costurar que herdei da minha avó... aqui sou só mais uma desabrigada... não tenho documentos, minha casa não existe mais, minha rua não existe mais, meu neto não existe mais, meus cachorros não existem mais... para que me salvaram? ...” Sra. Joana, 63 anos (Nome fictício de uma senhora de um abrigo em Blumenau. Janeiro/2009)
Programa de Ajuda Humanitária Fase 2 - Capacitação Estratégias grupais de intervenção em catástrofes e prevenção de Transtornos de Estresse Pós Traumático Trabalhando com profissionais de Santa Catarina
Programa de Ajuda Humanitária Fase 2 - Capacitação Estratégias grupais de intervenção em catástrofes e prevenção de Transtornos de Estresse Pós Traumático Trabalhando em campo, nas moradias provisórias – maio de 2009
Programa de Ajuda Humanitária Fase 2 - Capacitação Sociodramas Construtivistas das Catástrofes Fórum para dar volume às suas vozes e visibilidade às suas feridas invisíveis. • Dramatizamos seus contatos com as autoridades e, em resumo, eles pedem: • Por quê está demorando o dinheiro para a compra dos terrenos? • O que acontece com as casas prometidas para março, abril e ... sem data? • Pedimos para regressar a nossos lares para o natal deste ano. Por favor!
Os desenhos das crianças, adultos e idosos Casas desaparecidas, destruídas do passado, com a terra derretendo e levando, misturados, pessoas, animais, cadáveres do cemitério, as escolas...
Os desenhos das crianças, adultos e idosos As árvores e as casas do futuro: Simples, mas com a identidade da família de volta, uma cerca delimitando seus territórios familiares
Após 5 meses em abrigos no início e em moradias provisórias, pessoas desenvolvem sintomas de confinamento: depressões, violências físicas, emocionais e sexuais, desilusão, perda de esperança, revolta, roubos e subsistemas de pequeno poder (violência dos adultos contra os pequenos e indefesos)
Na complexidade deste fenômeno, alguns esperançados e ligados à espiritualidade, com força resiliente, criam tetos para os estrados das moradias provisórias, para poder dormir o homem que trabalha à noite. Sistemas de Babás são feitos para que algumas mães trabalhem e outras cuidem de seus filhos. Há pessoas que tocam e cantam e outras faziam churrasco com amigos num canto de uma dessas moradias.
“... a gente veio do abrigo para cá em fevereiro para sair em abril... estou desiludida... nervosa... brigo com meus filhos... com todo mundo aqui... e choro à toa, eu me sinto tão humilhada... e abandonada aqui... por favor, peçam a eles que nos permitam ter casa... simples... mas com dignidade... para eu me sentir uma cidadã outra vez...” Célia (nome fictício, 40 anos, da Moradia Provisória de Blumenau. Abril /2009).
Há vulnerabilidade para a segurança das crianças! Uma mistura de tantos valores e regras familiares, que alguns pais, na tentativa de proteger seus filhos, prendem-nos numa casa de madeira (as moradias provisórias). Há muitas crianças tristes e apáticas.
43 profissionais que vivem o dia-a-dia com essas pessoas, sentiram-se aliviados, empoderados e com novas forças para os cuidados emocionais dessas pessoas. “...eu me sinto mais leve, um peso a menos no peito...cuidado por colegas... obrigada... e com instrumentos para agir nas Moradias Provisórias!... como é bom compartilhar...”. (Nelson, nome fictício, psicólogo da Capacitação do PAH) A GRANDE LUTA É PODER CONTINUAR COM IDEAIS DEPOIS DE SE PERDER A INOCÊNCIA PAH-SC 2009