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Capitães da Areia. LITERATURA Autor: Jorge Amado Publicação: 1937 Apresentação: Prof. Ms. Emilio Giachini Neto, a partir da apresentação da profª. Taís Alves . O AUTOR: Jorge Amado.
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Capitães da Areia • LITERATURA • Autor: Jorge Amado • Publicação: 1937 • Apresentação: Prof. Ms. Emilio Giachini Neto, a partir da apresentação da profª. Taís Alves
O AUTOR: Jorge Amado • Jorge Amado de Farias nasceu em 10 de agosto de 1912, em Itabuna, zona cacaueira ao sul do Estado da Bahia. Passou a infância dividido entre a cidade natal e Salvador.
Jorge Amado • Jorge Amado representa o regionalismo baiano da zona rural do cacau e da zona urbana de Salvador. Sua grande preocupação foi fixar tipos marginalizados para, através deles, analisar toda uma sociedade.
Jorge Amado • Seus romances, vazados numa linguagem que retrata o falar do povo - o que lhe tem valido críticas dos mais puristas -, são marcados pelo lirismo e pela postura ideológica.
Sua obra • a) Romances proletários - retratam a vida urbana em Salvador, com forte coloração social, como é o caso de Suor, O país do Carnaval e Capitães da areia. • b) Ciclo do cacau - seus temas são as fazendas de cacau de Ilhéus e Itabuna, a exploração do trabalhador rural e os exportadores a nova força econômica da região. Cacau, Terras do sem-fim e São Jorge dos Ilhéus pertencem a esse ciclo. O próprio autor afirma: "A luta do cacau tornou-me um romancista". • c) Depoimentos líricos e crônicas de costumes - essa fase, iniciada com Jubiabá e Mar morto, se consolidaria com Gabriela, cravo e canela (que, apesar de apresentar a zona cacaueira como cenário, é uma crônica de costumes), estendendo-se às últimas produções do autor.
Capitães da areia • Publicado em 1937, pouco depois de implantado o Estado Novo, este livro teve a primeira edição apreendida e exemplares queimados em praça pública de Salvador por autoridades da ditadura.
A obra • Este livro foi escrito na primeira fase da carreira de Jorge Amado, e notam-se grandes preocupações sociais.
Autoridades • As autoridades e o clero são sempre retratados como opressores (Padre José Pedro é uma exceção, mas nem tanto; antes de ser um bom padre foi um operário), cruéis e responsáveis pelos males. Os Capitães da Areia são heróicos, "Robin Hood” que tiram dos ricos e guardam para si (os pobres).
Temas • No geral, as preocupações sociais dominam, mas os problemas existenciais dos garotos os transformam em personagens únicos e corajosos, corajosos Capitães da Areia de Salvador.
Capitães de areia • Em 1940, marcou época na vida literária brasileira, com nova edição, e a partir daí, sucederam-se as edições nacionais e em idiomas estrangeiros. A obra teve também adaptações para o rádio, teatro e cinema.
Cenário • Em Capitães da Areia temos a "cidade alta" como cenário principal. • E também as ruas e as areias das praias de Salvador.
A obra • Capitães da Areia trata da vida de crianças sem família que viviam em um velho armazém abandonado no cais do porto. • Os motivos que as uniram eram os mais variados: ficaram órfãs, foram abandonadas, ou fugiram dos abusos e maus tratos recebidos em casa.
Os capitães • Aproximadamente quarenta meninos de todas as cores, entre nove e dezesseis anos, dormiam nas ruínas do velho trapiche.
Personagens • Os personagens são em sua maioria masculinos, e dentre eles, Pedro Bala, cuja agilidade sugerida pelo apelido, merece especial atenção.
Pedro Bala • Era um jovem loiro de 15 anos, que tinha um corte no rosto. Era o chefe dos Capitães da Areia, ágil, esperto, respeitador e sabia respeitar a todos. Saiu do grupo para comandar e organizar os Índios Maloqueiros em Aracaju, desejando com líder do grupo Barandão. Depois disso ficou muito conhecido por organizar várias greves, como perigoso inimigo da ordem estabelecida.
Pedro Bala • Pedro Bala é o chefe de um grupo de jovens arruaceiros que roubam para sobreviver. • Nunca ninguém havia mencionado em literatura este bando de jovens que engenhosamente desafia as autoridades, roubando a classe privilegiada e dividindo o produto do roubo entre os seus camaradas subnutridos.
Pedro Bala • Ele e seu bando vivem e agem como muitos jovens nas mesmas circunstâncias. Estes jovens enfrentam o Governo, moram escondidos e garantem o Pão roubado dos ricos.
Professor • Era um garoto magro, inteligente, calmo e o único que sabia ler no grupo. O professor era quem planejava os roubos dos Capitães da Areia. Depois de muito tempo aceitou um convite e foi pintar no Rio de Janeiro.
Gato • Era o mais bonito e mais elegante da turma. Tinha um caso com Dalva mulher das noites - e todo o dia ia vê-la. Participava dos planos mais arriscados e era muito malandro e esperto. Tempos depois foi embora para Ilhéus tentar a sorte.
Sem pernas • Era um garoto pequeno para sua idade, coxo de uma perna, agressivo, individualista. Era quem penetrava nas casas de família fingindo ser um pobre órfão com o objetivo de descobrir os lugares da casa onde ficavam os objetos de valor; depois fugia e os Capitães da Areia assaltavam a casa. Seu destino foi suicidar-se atirando-se do parapeito do elevador Lacerda, pelo ódio que nutria pela polícia baiana.
João Grande • Era um negro alto, forte e burro. Era também o defensor dos meninos pequenos do grupo. Era figura importante no grupo e realizava os mais audaciosos furtos ao lado de Bala; seu destino foi se mandar como ajudante num navio.
Pirulito • Era magro e muito alto, uma cara seca, meio amarelado, olhos fundos, boca rasgada e pouco risonha. Era o único do grupo que tinha vocação religiosa apesar de pertencer ao Capitães da Areia. Quando parou de roubar, para sobreviver vendia jornais; seu destino foi ajudar o padre José Pedro numa paróquia distante.
Boa Vida • Era mulato troncudo e feio, o mais malandro do grupo, e sabia tocar violão; também participava dos principais roubos do grupo. Seu destino foi virar um verdadeiro malandro, que vivia a correr pelos morros compondo sambas.
Volta Seca • Era um mulato sertanejo, afilhado de Lampião que odiava a polícia. Seu destino foi ir para o Nordeste na rabada de um trem, até entrar no grupo de Lampião e virar um cangaceiro destinado.
Dora • Tinha treze para quatorze anos, era a única mulher do grupo e se adaptou bem a ele. Era uma menina muito simples, dócil, bonita, simpática e meiga. Conquistou facilmente o grupo com seus cabelos lisos. Seus pais haviam morrido e ela ficou sozinha no mundo com seu irmão pequeno. Tentou arrumar emprego, mas ninguém queria empregar filha de bexiguento. Aí ela encontrou João Grande e Professor, que a chamaram para morar no Trapiche, e logo ela já era considerada por todos como uma mãe, irmã e para Bala uma noiva. Ela participava dos roubos com os outros meninos. Morreu queimando de febre.
Personagens • Sem Perna, Pirulito, O Professor são os mais destacados: Ainda temos no grupo João Grande, Volta Seca, Boa Vida muito bem configurados pelos seus apelidos baseados na aparência física.
Figura feminina • Dora é a única figura feminina merecedora de destaque, pois ela passa a assumir o referencial feminino da família, a mãe. • Para alguns ela é uma mãe, para outros uma irmã, e para Pedro Bala uma namorada.
Temas • Os Capitães da Areia se mostram bastantes envolvidos e respeitadores do folclore e religião da Bahia. • Durante o dia, maltrapilhos, sujos e esfomeados, mostravam-se para a sociedade, perambulando pelas ruas, fumando pontas de cigarro, mendigando comida ou praticando pequenos furtos para poder comer.
Tema • Esse contato precoce com a dura realidade da vida adulta fazia com que se tornassem agressivos e desbocados. • Além desses pequenos expedientes, os Capitães da Areia praticavam roubos maiores, o que os tornou conhecidos, temidos e procurados pela polícia, que estava em busca do esconderijo e do chefe dos capitães.
Espaço • A narrativa se desenrola no Trapiche (hoje Solar do Unhão e o Museu de Arte Moderna); no Terreiro de Jesus (na época era lugar de destaque comercial de Salvador); onde os meninos circulavam na esperança de conseguirem dinheiro e comida devido ao trânsito de pessoas que trabalhavam lá e passavam por lá; no Corredor da Vitória, área nobre de Salvador, local visado pelo grupo porque lá habitavam as pessoas da alta sociedade baiana, como o comendador mencionado no início da narrativa.
Tempo • A obra apresenta tempo cronológico demarcado pelos dias, meses, anos e horas conforme exemplificam os fragmentos: "É aqui também que mora o chefe dos Capitães da Areia, Pedro Bala. Desde cedo foi chamado assim, desde seus 5 anos. Hoje tem 15 anos. Há dez anos que vagabundeia nas ruas da Bahia."
Tempo • O tempo psicológico correspondente às lembranças e recordações constantes na narrativa. • A fala de Zé Fuinha (...) "Quando terminaram, o preto bateu as mãos uma na outra, falou: • - Teu irmão disse que a mãe de você morreu de bexiga...- Papai também...- Lá também morreu um...- Teu pai?- Não. Foi Almiro um do grupo."
Foco narrativo • A obra "Capitães da Areia" é narrada na terceira pessoa;. O narrador se comporta, durante todo o desenvolvimento do tema, de maneira indiferente, criando e narrando os acontecimentos sem se envolver diretamente com eles.
Os capitães • Capitães da Areia é um grupo de menores abandonados e marginalizados, que aterrorizam Salvador. Os únicos que se relacionam com eles são Padre José Pedro e uma mãe-de-santo.
O reformatório • Esses meninos, se pegos, seriam enviados para o Reformatório de Menores, visto pela sociedade como um estabelecimento modelar para a criança em processo de regeneração, com trabalho, comida ótima e direito a lazer. • O Reformatório é um antro de crueldades, e a polícia os caça como os adultos antes do tempo que são.
Temas • Ao mesmo tempo que eles se relacionam bem com o padre José Pedro, eles se dão bem com a Mãe de Santo D. Aninha. Envolviam-se no candomblé, capoeira e respeitavam a igreja.
O papel da justiça • A justiça se mostrava indiferente ao Capitães da Areia só se preocupando com eles quando roubavam alguém importante. • A igreja também não se mostrava preocupada com os Capitães da Areia. Apenas o padre José Pedro se interessava em ajudá-los.
O papel da imprensa • A imprensa fazia o papel de porta-voz de problemas relacionados aos Capitães da Areia; mas o espaço era sempre e mais destacado quando o material era para acusá-los.
Primeira parte da obra • O ápice da primeira parte vem em duas partes: quando os meninos se envolvem com um carrossel mambembe que chegou na cidade, e exercem sua criancice; e quando a varíola ataca a cidade e acaba matando um deles, mesmo com Padre José Pedro tentando ajudá-los e se encrencando por isso.
Segunda parte • Na segunda parte, "Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos", surge uma história de amor quando a menina Dora torna-se a primeira "Capitã da Areia", e mesmo que inicialmente os garotos tentem tomá-la a força, ela se torna como mãe e irmã para todos.
A captura • Quando Pedro e Dora são capturados (ela em pouco tempo passa a roubar como um dos meninos), eles são muito castigados, respectivamente no Reformatório e no Orfanato.
Início da terceira parte • Quando escapam, muito enfraquecidos, se amam pela primeira vez na praia e ela morre, marcando o começo do fim para os principais membros do grupo.
Terceira parte • a desintegração dos líderes. • Sem-Pernas se mata antes de ser capturado pela polícia que odeia; Professor parte para o RJ para se tornar um pintor de sucesso, entristecido coma morte de Dora; Gato se torna uma malandro de verdade, abandonando eventualmente sua amante Dalva, e passando por Ilhéus;
Destino dos personagens • Pirulito se torna frade; Padre José Pedro finalmente consegue uma paróquia no interior, e vai para lá ajudar os desgarrados do rebanho do Sertão; Volta Seca se torna um cangaceiro do grupo de Lampião e mata mais de 60 soldados antes de ser capturado e condenado; João Grande torna-se marinheiro;
Destino dos personagens • Querido-de-Deus continua sua vida de capoeirista e malandro; Pedro Bala, cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai sindicalista, vai se envolvendo com os doqueiros e finalmente os Capitães da Areia ajudam numa greve.
O destino de Pedro Bala • Pedro Bala abandona a liderança do grupo, mas antes os transforma numa espécie de grupo de choque, ou seja, um grupo anárquico – do ponto de vista da sociedade – que aos poucos começou a se organizar. • Mesmo com o final “institucional” de alguns deles, a maior parte se transformou em “marginais” e outros iniciaram uma luta contra a sociedade institucional – com ideias sindicalistas em favor de greves. • A semente – a marginalização – foi plantada. A própria sociedade que exclui acaba sendo ameaçada. Será que existe alguma diferença se compararmos aos dias de hoje? Reflexão... • Fim.