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Paulo Freire: Diálogo E Libertação

Paulo Freire: Diálogo E Libertação. O educador libertário é um educador crítico: dos conteúdos, dos programas e instituições ofi ciais , da sociedade e todas as esferas de reprodução de formas de opressão e, inclusive, de si mesmo.

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Paulo Freire: Diálogo E Libertação

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  1. Paulo Freire: Diálogo E Libertação

  2. O educador libertário é um educador crítico: dos conteúdos, dos programas e instituições ofi ciais, da sociedade e todas as esferas de reprodução de formas de opressão e, inclusive, de si mesmo. • Paulo Freire começou a ficar conhecido através da opinião pública, após o sucesso da alfabetização de adultos realizada na cidade de Angicos (RN), em 1962. Várias reportagens, publicadas pela Folha de São Paulo, ressaltavam a metodologia criada pelo professor da Universidade de Recife, como rápida e eficaz, porque ao mesmo tempo em que ele alfabetizava, desenvolvia a consciência política daqueles que estavam sendo alfabetizados.

  3. Freire acredita que a educação escolar só é aceitável se ela estiver aclopada ao senso político, à ética, aos grupos sociais e ao cotidiano do aluno, para fins de mudanças profundas na sociedade. • Nesse caso, a educação necessita desenvolver no aluno sua autonomia e sua capacidade de se tornar cidadão pleno, portanto ter conhecimento e prática a partir de seu contexto sociocultural.

  4. Outro ponto ressaltado por Freire é de que os princípios educacionais presentes, na época, estavam mais próximos da educação bancária do que da educação problematizadora ou da ação cultural para a liberdade. • Freire define pedagogia como uma ação cultural, diferenciando das ações culturais centrais: educação bancária e educação problematizada .

  5. O QUE É EDUCAÇÃO BANCÁRIA? • Educação bancária é a maneira de como Freire chamava, criticamente, a educação do sistema capitalista, aplicada pela escola tradicional, aliada ao processo de alienação e domesticação, em que o educador educa; os educadores atuam; os educados têm a ilusão de que atuam; os educandos são educados; o educador é quem sabe; o educando não sabe, enfim o educador é a autoridade enquanto os alunos meros objetos do processo da aprendizagem, porque o conhecimento é imposto, alienado (FREIRE, 1996).

  6. Paulo Freire assinala que, questões e problemas apresentados pela educação não são questões de nível pedagógico, ao contrário, são questões políticas, porque nem a educação e nem o sistema de ensino são capazes de modificar a sociedade, mas a sociedade é que pode mudar o sistema educacional. • Essa mudança, segundo Freire, só acontecerá quando o sistema educacional apresentar um papel de destaque na revolução cultural, ou seja, consciente através da participação do povo.

  7. Segundo o discurso de Paulo Freire há a necessidade da pedagogia crítica para contribuir com a consciência das pessoas e de desmitificar a ideologia. • Em termos educacionais, a proposta de Paulo Freire tem a intenção de apontar uma proposta antiautoritária, porque considera que professores e alunos aprendam juntos, através do diálogo horizontal constante, mas não somente em sala de aula, mas no currículo cultural também (GADOTI, 1988).

  8. Paulo Freire acredita, refente à prática educativa, a necessidade da relação entre a prática e a teoria, ou seja, ensinar não apenas pela transferência de conhecimento, mas possibilitar a construção do aprender, porque a verdadeira educação é aquela que não separa, em momento nenhum, o ensino dos conteúdos do desenvolvimento da realidade.

  9. Freire critica as pessoas que crêem na educação como capaz de, por si só, promover as transformações democráticas que tanto a sociedade necessita. Com isso, ele recrimina a crença de que só depois das mudanças infraestruturais acontecerem é que podemos desenvolver uma educação com o potencial transformador.

  10. Para Paulo Freire, o indivíduo é um sujeito ativo na sociedade porque vive em permanente movimento histórico, cujas transformações ocorrem por ações mútuas. • Portanto, o educador precisa ter uma formação sob uma perspectiva holística, em que articule a relação dialética, prática x teoria x prática, comprometida com os interesses amplos da maioria da população, com a democracia, com a justiça, com a liberdade e os direitos de cidadania, ou seja, que o educador assuma o papel de mediador na construção da cidadania, na conjuntura histórica em que se insere.

  11. Freire acredita na possibilidade de possíveis mudanças, quando o professor compartilha com o aluno a história, a cultura, a política, pelo diálogo e não alheios, portanto quando são rebeldes e não resignados. • Para Freire, todo educador precisa ser substantivamente político e adjetivamente pedagógico”, por considerar a figura do professor essencial para construir nos alunos a consciência crítica, capaz de possibilitar e tornar sujeitos de sua própria história de vida.

  12. A conscientização político- pedagógica freiriana é a de atingir as classes populares, a terem uma educação “para a autonomia e para a capacidade de dirigir”, tornando cidadãos plenos apontando o diálogo como base de tudo. • Em seu trabalho de alfabetização de adultos, ele empreendeu à uma perspectiva metodológica, evidenciando as seguintes etapas:

  13. Investigação do universo vocabular da comunidade de alfabetizados. • Equipe de trabalho que não tem um professor ou um alfabetizador, mas um coordenador, animador de debates, como um companheiro, porque participa da atividade de forma comum, na crença de que todos ensinam e aprendem pelo diálogo. Considera as palavras geradoras para a alfabetização, aquelas trazidas pelos alunos e através delas gerar um debate em torno de temas vinculados ao cotidiano deles.

  14. Tematização • Representação do modo de vida dos alunos, propiciando assim o surgimento de um ambiente alfabetizador. A codificação e a decodificação precisam ser na consciência do mundo vivido.

  15. Problematização • Nesta etapa Freire incentiva os alunos a compreender a importância de sua interferência na vida política. Portanto, o docente é o contribuinte para desocultar as verdades impostas pela ideologia dominante. • Saber superar, evidenciar a necessidade de uma ação concreta, cultural, social e política para enfrentar os obstáculos do processo de homogeneização.

  16. princípios da pedagogia de PaulO Freire • Exclusão de qualquer método, cujos passos uniformizem as informações, como se todos os alunos fossem uniformes. • Participação coletiva na discussão e sistematização dos assuntos (atividades criadoras). • Integração de todas as disciplinas, cujo currículo se constrói a partir das necessidades históricas e naturais. • Valorização do saber trazido pelos alunos. • Inclusão do prazer e da dor.

  17. princípios da pedagogia de PaulO Freire • Problematização constante de toda e qualquer questão, pois o processo educacional precisa ser essencialmente político, ou seja, necessita enxergar por baixo da superfície de fatos, portanto implica numa práxis (crítica da realidade/pronunciamento do mundo). • Não dar respostas às perguntas sem antes questionar aos alunos sobre o que pensam a respeito, e assim, sucessivamente, até que a resposta seja parcial ou totalmente respondida por cada um que pergunta. • Veiculação positiva, encorajando os alunos a resgatarem a sua própria identidade. • Disposição de carteiras na sala de aula em forma de círculo.

  18. princípios da pedagogia de PaulO Freire • Atividades baseadas simultaneamente em letras, palavras, frases, textos e números, sendo que cada um envolve diversos aspectos. • Ênfase em atividades que permitam cada aluno expor seu pensamento, seja oralmente ou através da escrita, liberando- os para que escrevam como sabem, animando, organizando, instruindo e acima de tudo, acreditando na capacidade de aprender de cada um.

  19. princípios da pedagogia de PaulO Freire • Deslocar o eixo de indivíduo para sujeito. • Olhar a escrita enquanto representação da linguagem e não como simples transcrição gráfica de um código estabelecido. • A mobilidade cognitiva, sem a rigidez. Para que haja a mobilidade cognitiva é necessário que se tenha muitos elementos simultaneamente, enquanto a rigidez funciona melhor com a unidade deles.

  20. o aprender Paulo Freire (1996) • Aprendemos ao longo de toda a vida. • Aprender não é acumular conhecimentos. • É importante pensar coisas novas. • É o sujeito ativo que aprende. • Aprende- se o que é significativo para si e para o planeta. • É preciso tempo para aprender. • É preciso ter um projeto de vida.

  21. Atualmente, o método de Paulo Freire é considerado uma teoria do conhecimento porque se pauta em quatro pontos: 1. Pela curiosidade estimulando a leitura de mundo; 2. Pelo diálogo com o outro permitindo verificar se esta leitura é verdadeira, portanto inclui o conflito de posições; 3. Educação como ato produtivo, porque constrói o mundo em conjunto com outros, onde se produz e reproduz o conhecimento, através do construtivismo crítico; 4. Educação como ato de libertação e de esperança, capaz de despertar o sonho e de reencantar.

  22. Síntese • Educador e educando interagindo saberes. • O diálogo é fonte imprescindível no processo educativo. • O conhecimento como processo de conscientização. • A construção do conhecimento pela interação sujeito/sujeito, portanto procede- se do social para o individual. • Crença na possibilidade de possíveis mudanças.

  23. Aprendendo Didática com Paulo Freire http://acervo.paulofreire.org/xmlui/handle/7891/1887

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