200 likes | 336 Views
GÊNEROS LITERÁRIOS. Profa.: France Lima. GÊNEROS LITERÁRIOS.
E N D
GÊNEROS LITERÁRIOS Profa.: France Lima
GÊNEROS LITERÁRIOS A LITERATURA É A ARTE QUE SE MANIFESTA PELA PALAVRA, SEJA ELA FALADA OU ESCRITA. Quanto à forma, o texto pode apresentar-se em prosa ou verso. Quanto ao conteúdo, estrutura, e segundo os clássicos, conforme a "maneira de imitação", podemos enquadrar as obras literárias em três gêneros:lírico, épico e dramático.
Esta divisão tradicional em três gêneros literários originou-se na Grécia clássica, com Aristóteles, quando a poesia era a forma predominante de literatura. No final da Idade Média, começaram a surgir alguns gêneros narrativos em prosa, como o romance e a novela, que passaram a ganhar cada vez mais prestígio com o declínio da epopéia, no final do séc. XVI.
De modo geral, pode-se dizer que os gêneros narrativos modernos (romance, novela, conto, crônica, roteiro de cinema, etc) são da família do gênero épico, pois se prestam a contar uma história ficcional.
Por Você (trecho) Composição: Frejat Por Você!Eu dançaria tango no tetoEu limpariaOs trilhos do metrôEu iria a péDo Rio à Salvador...Eu aceitariaA vida como ela éViajaria a prazoPro infernoEu tomaria banho geladoNo inverno... Gênero Lírico Por Você!Eu deixaria de beberPor você!Eu ficaria rico num mêsEu dormiria de meiaPrá virar burguês...Eu mudariaAté o meu nomeEu viveriaEm greve de fomeDesejaria todo o diaA mesma mulher...Por Você! (...)...
Amor é fogo que arde sem se ver Luis de Camões Amor é fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer;É solitário andar por entre a gente;É nunca contentar-se de contente;É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade;É servir a quem vence, o vencedor;É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favorNos corações humanos amizade,Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Gênero Lírico • Seu nome vem de lira, instrumento musical que acompanhava os cantos dos gregos. Por muito tempo, até o final da Idade Média, as poesias eram cantadas; separando-se o texto do acompanhamento musical, a poesia passou a apresentar uma estrutura mais rica. A partir daí, a métrica (a medida de um verso, definida pelo número de sílabas poéticas), o ritmo das palavras, a divisão em estrofes, a rima, a combinação das palavras foram elementos cultivados com mais intensidade pelos poetas.
Ocorrência do gênero lírico Dá-se quando um "eu" nos passa uma emoção, um estado; centra-se no mundo interior do Poeta apresentando forte carga subjetiva. A subjetividade surge, assim, como característica marcante do lírico. O Poeta posiciona-se em face dos "mistérios da vida".
Gênero Dramático Texto: Zé-do-Burro Zé — (Olhando a igreja.) É essa. Só pode ser essa. (Rosa pára também, junto aos degraus, cansada, enfastiada e deixando já entrever uma revolta que se avoluma.) Rosa — E agora? Está fechada. Zé —É cedo ainda. Vamos esperar que abra. Rosa — Esperar? Aqui? Zé — Não tem outro jeito. Rosa — (Olha-o com raiva e vai sentar-se num dos degraus. Tira o sapato.) Estou com cada bolha d’água no pé que dá medo. Zé — Eu também. (Contorce-se num ríctus de dor. Despe uma das mangas do paletó.) Acho que os meus ombros estio em carne viva. Rosa — Bem feito. Você não quis botar almofadinhas, como eu disse. Zé — (Convicto) Não era direito. Quando eu fiz a promessa, não falei em almofadinha. Rosa — Então: se você não falou, podia ter botado; a santa não ia dizer nada. Zé — Não era direito. Eu prometi trazer a cruz nas costas, como Jesus. E Jesus não usou almofadinhas. Rosa — Não usou porque não deixaram. Zé — Não, esse negócio de milagres, é preciso ser honesto. Se a gente embrulha o santo, perde o crédito. De outra vez o santo olha, consulta lá os seus assentamentos e diz: — Ah, você é o Zé-do-Burro, aquele que já me passou a perna! E agora vem me fazer nova promessa. Pois vá fazer promessa pro diabo que o carregue, seu caloteiro duma figa! E tem mais: santo é como gringo, passou calote num, todos os outros ficam sabendo.
Rosa — Será que você ainda pretende fazer outra promessa depois dessa? Já não chega? ... Zé — Sei não ... a gente nunca sabe se vai precisar. Por isso, é bom ter sempre as contas em dia. (Ele sobe um ou dois degraus. Examina a fachada da igreja à procura de uma inscrição.) Rosa — Que é que você está procurando? Zé — Qualquer coisa escrita, pra a gente saber se essa é mesmo a igreja de Santa Bárbara. Rosa — E você já viu igreja com letreiro na porta, homem? Zé —É que pode não ser essa... Rosa — Claro que é essa. Não lembra o que o vigário disse? Uma igreja pequena, numa praça, perto duma ladeira... Zé — (Corre os olhos em volta.) Se a gente pudesse perguntar a alguém... Rosa — Essa hora está todo mundo dormindo. (Olha-o quase com raiva.) Todo o mundo ... menos eu, que tive a infelicidade de me casar com um pagador de promessas. (Levanta-se e procura convencê-lo.) Escute, Zé... já que a igreja está fechada, a gente podia ir procurar um lugar para dormir. Você já pensou que beleza agora uma cama? ... Zé — E a cruz? Rosa — Você deixava a cruz aí e amanha, de dia ... Zé — Podem roubar ... Rosa — Quem é que vai roubar uma cruz, homem de Deus? Pra que serve uma cruz? Zé — Tem tanta maldade no mundo. Era correr um risco muito grande, depois de ter quase cumprido a promessa. E você já pensou: se me roubassem a cruz, eu ia ter que fazer outra e vir de novo com ela nas costas da roça até aqui. Sete léguas. Rosa — Pra quê? Você explicava à santa que tinha sido roubado, ela não ia fazer questão. • GOMES, Dias. O pagador de promessas. São Paulo, Tecnoprint, [s. d.1. p. 14-8].
Gênero Dramático Drama, em grego, significa "ação". Ao gênero dramático pertencem os textos, em poesia ou prosa, feitos para serem representados. Isso significa que entre autor e público desempenha papel fundamental o elenco (incluindo diretor, cenógrafo e atores) que representará o texto.
O gênero dramático compreende as seguintes modalidades: • Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror".(*) • Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil, em geral criticando os costumes. Sua origem grega está ligada às festas populares, celebrando a fecundidade da natureza.(*)
Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.(*) • Farsa: pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, que crítica a sociedade e seus costumes; baseia-se no lema latino Ridendo castigat mores (Rindo, castigam-se os costumes).
Ocorrência do gênero dramático Dá-se quando os "atores, num espaço especial, apresentam, por meio de palavras e gestos, um acontecimento". Retrata, fundamentalmente, os conflitos humanos.
Os Lusíadas - Canto I (trecho) 1As armas e os barões assinalados,Que da ocidental praia Lusitana,Por mares nunca de antes navegados,Passaram ainda além da Taprobana,Em perigos e guerras esforçados,Mais do que prometia a força humana,E entre gente remota edificaramNovo Reino, que tanto sublimaram;2E também as memórias gloriosasDaqueles Reis, que foram dilatandoA Fé, o Império, e as terras viciosasDe África e de Ásia andaram devastando;E aqueles, que por obras valerosasSe vão da lei da morte libertando;Cantando espalharei por toda parte,Se a tanto me ajudar o engenho e arte. 3Cessem do sábio Grego e do TroianoAs navegações grandes que fizeram;Cale-se de Alexandro e de TrajanoA fama das vitórias que tiveram;Que eu canto o peito ilustre Lusitano,A quem Neptuno e Marte obedeceram:Cesse tudo o que a Musa antígua canta,Que outro valor mais alto se alevanta.4E vós, Tágides minhas, pois criadoTendes em mim um novo engenho ardente,Se sempre em verso humilde celebradoFoi de mim vosso rio alegremente,Dai-me agora um som alto e sublimado,Um estilo grandíloquo e corrente,Porque de vossas águas, Febo ordeneQue não tenham inveja às de Hipoerene Gênero Épico
Gênero Épico A palavra "epopéia" vem do grego épos, ‘verso’+ poieô, ‘faço’ e se refere à narrativa em forma de versos, de um fato grandioso e maravilhoso que interessa a um povo. É uma poesia objetiva, impessoal, cuja característica maior é a presença de um narrador falando do passado (os verbos aparecem no pretérito). O tema é, normalmente, um episódio grandioso e heróico da história de um povo.
Ocorrência do gênero dramático Dá-se quando temos uma narrativa de fundo histórico; são os feitos heróicos e os grandes ideais de um povo o tema das epopéias. O narrador mantém um distanciamento em relação aos acontecimentos (esse distanciamento é reforçado, naturalmente, pelo aspecto temporal: (os fatos narrados situam-se no passado). Temos um Poeta-observador voltado, portanto, para o mundo exterior, tornando a narrativa objetiva. A objetividade é característica marcante do gênero épico.