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O Uso de Drogas e as Mulheres. Silvia Brasiliano Programa de Atenção a Mulher Dependente Química – Ambulatório Associado ao Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (GREA) e Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares (AMBULIM) -
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O Uso de Drogas e as Mulheres Silvia Brasiliano Programa de Atenção a Mulher Dependente Química – Ambulatório Associado ao Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (GREA) e Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares (AMBULIM) - Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (PROMUD - GREA/ AMBULIM - IPq - HC - FMUSP)
Introdução Busca por tratamentos mais eficazes Dependentes não constituem população homogênea Sub-grupos Mulheres
Sub-grupo mulheres: - Escassez de estudos 1984 – 89: 90 estudos 25 com dados - Análise inadequada dos resultados Causas ?
1. Menor prevalência de dependência nas mulheres: • Prevalência álcool aumentando • ECA (1991) álcool - 5 homens: 1 mulher drogas - 1.6 homens: 1 mulher • National Comorbidity Survey (1994) álcool - 2.4 homens: 1 mulher drogas - 1.5 homens: 1 mulher
1. Menor prevalência de dependência nas mulheres: BRASIL 1. Álcool: - Almeida Filho e cols. (1992) 15.4% homens: 1.3% mulheres - Galduróz e cols. (2000) 10.9% homens: 2.5% mulheres (IV Levantamento – 1997 – 1.07 homens : 1 mulher) 2. Drogas: - Maconha, cocaína, solventes: maioria sexo masculino - BZD e estimulantes: maioria sexo feminino
2. Sub-diagnóstico da dependência em mulheres • Menor procura de tratamento: média de 4 a 5 homens para cada mulher • Forte estigma social busca indireta de tratamento serviços de clínica médica e/ou queixas vagas
3. Falta de treinamento das equipes de saúde • Postura preconceituosa • Consumo/ dependência de álcool ignorada • Pouca ajuda na busca de tratamento adequado
Mulheres dependentes x tratamento Conseqüência das dificuldades Resultados de estudos com homens foram generalizados para as mulheres Evidências de necessidades de tratamento diferenciadas das dos homens
Mulheres dependentes x tratamento • Maior benefício em programas específicos • Foco Feminino Complexidade da vida da mulher • Programas com serviço de assistência social, psicoterapia, suporte da equipe mais atrativos e mais eficazes
Mulheres dependentes x tratamentoProgramas específicos • Início dos anos 70: movimento feminista • Anos 80 desenvolvimento • Poucos estudos eficácia terapêutica?
Mulheres dependentes x tratamentoResultados de estudos • Mulheres dependentes evoluem de forma semelhante ou melhor do que os homens em qualquer tipo de tratamento • Mulheres em programas específicos são em geral mais graves e têm maiores dificuldades
Mulheres dependentes x tratamentoResultados de estudos • Maior taxa de permanência em programas específicos • Estudo Brasileiro (PROMUD): alcoolistas: 115 tratamento padrão (GREA) x 113 tratamento específico (PROMUD) dependentes de drogas: 66 tratamento padrão (GREA) x 78 tratamento específico (PROMUD)
Comparação da permanência de mulheres alcoolistas em um tratamento padrão e em um tratamento específico p < 0.001 p < 0.001 p < 0.001
Comparação da permanência de mulheres dependentes de drogas em um tratamento padrão e em um tratamento específico p = 0.03 p = 0.01
Mulheres dependentes x tratamento Resultados de estudos • Adesividade fator importante na evolução • Evolução em programas de tratamento específicos * Melhor do que em programas mistos * Estudo Brasileiro (PROMUD) 74 pacientes alcoolistas e 49 pacientes dependentes de drogas Consumo: abstinência – redução Funcionamento global: melhora total (inclui abstinência) – melhora parcial
Comparação das pacientes dependentes de álcool e drogas em relação à melhora no consumo nos primeiros 6 meses de tratamento
Comparação das pacientes dependentes de álcool e drogas em relação à melhora do funcionamento global nos primeiros 6 meses de tratamento
Focos no tratamento da mulher • Relacionamento interpessoal • Construção da identidade pessoal • Maternidade • Estratégias para lidar com o estresse (Kauffman, 1995)
FamíliaCaracterísticas das mulheres dependentes • Isolamento social rejeição de familiares e amigos. Rompimento de laços afetivos • Maior número de companheiros dependentes (desencorajam o tratamento) • Relacionamentos afetivos com altos níveis de violência • Maior probabilidade de abuso físico ou sexual
FamíliaAbordagens • Sensibilização: paciente e família • Psicoterapia de casal • Psicoterapia familiar • Intervenção precoce • Orientação e acompanhamento à gestante