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OS EMPREENDEDORES BRASILEIROS DA DÉCADA DE 90: DESEMPENHO DAS EMPRESAS BASEADAS EM CONHECIMENTO. Prof. Luiz Antônio T. Vasconcelos e Prof. Miguel Juan Bacic IE - UNICAMP. OS EMPREENDEDORES BRASILEIROS DA DÉCADA DE 90: DESEMPENHO DAS EMPRESAS BASEADAS EM CONHECIMENTO.
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OS EMPREENDEDORES BRASILEIROS DA DÉCADA DE 90: DESEMPENHO DAS EMPRESAS BASEADAS EM CONHECIMENTO Prof. Luiz Antônio T. Vasconcelos e Prof. Miguel Juan Bacic IE - UNICAMP
OS EMPREENDEDORES BRASILEIROS DA DÉCADA DE 90: DESEMPENHO DAS EMPRESAS BASEADAS EM CONHECIMENTO. Miguel Juan BacicRESUMOA palestra apresenta os resultados de pesquisa sobre os fatores que contribuíram com a formação de novas empresas industriais e de serviços durante a década de 90 no Brasil. Mostra o perfil do empreendedor e a importância de fatores tais como o nível de escolaridade, o trabalho anterior e a rede de contatos para o sucesso da empresa nascente. Apresenta informações sobre as empresas com base no conhecimento (p. ex. informática).
Objetivos da pesquisa • Objetivo: Contribuir para a formulação de políticas públicas visando a promoção de novos empreendimentos industriais e de base tecnológica.
Objetivos da pesquisa Foram estudados empreendimentos de América Latina (Argentina, Brasil, México, Costa Rica e Peru) e Lesta Asiático (Japão, Coréia do Sul, Taiwan e Singapura). Pesquisa financiada pelo BID e o Banco de Desenvolvimento do Japão.
A Pesquisa no Brasil • Período da Realização: • Etapa 1: Planejamento e formulação da pesquisa (1999/2000); • Etapa 2: Desenvolvimento da pesquisa (2000/2001).
Caracterização da Amostra • Abrangência: • Empresas industriais convencionais: têxtil, metalúrgica, mecânica, cerâmica, etc • Empresas intensivas em conhecimento: software, dados, negócios de telecomunicações e relacionados à Internet
Caracterização da Amostra • Abrangência: empresas que • Foram constituídas a partir de 1990 ... • e localizadas nas regiões metropolitanas de Campinas e São Paulo (região metropolitana) e no município de Americana.
Caracterização da Amostra • As empresas pesquisadas foram divididas em dois grupos: • Grupo objetivo (target): empresas com mais de 15 empregados e com maior potencial de crescimento; e • Grupo de controle (control): empresas com menos de 10 empregados. • Base de Dados: 169 empresas, 120 do grupo objetivo; 49 do grupo de controle
Caracterização da Amostra • Distribuição geográfica das empresas: • 43 empresas na Região Metropolitana de Campinas, incluindo Indaiatuba e Americana (predominância de PEs); e • 126 empresas na Região Metropolitana de São Paulo. • Distribuição por Setor: • 57 empresas de conhecimento; e • 112 do setor convencional.
Características das Empresas e dos Empreendedores • Tempo médio decorrido entre a idéia de se tornar empreendedor e o início do primeiro negócio: 3 anos. • A maioria das empresas foi criada por mais de um sócio, em geral 2 ou 3 sócios.
Características das Empresas e dos Empreendedores • O sócio fundador é, em 89% dos casos, do sexo masculino e com idade média de 41 anos. • Pensou em tornar-se empreendedor aos 27 anos, iniciou seu primeiro empreendimento aos 30 anos de idade e começou o empreendimento atual aos 34 anos. • Em 47% dos casos o empreendedor teve sua origem social na classe média, em 29% dos casos na classe média-baixa e em 16% na classe baixa.
Características das Empresas e dos Empreendedores • Independentemente do porte atual, a maioria das empresas iniciou com pequeno montante de capital: • em 80,9% dos casos, inferior a 100 mil dólares; • em 97%, inferior a 500 mil dólares. • Observe-se que estes pequenos investimentos (todos abertos depois de 1990) geravam, no momento da pesquisa, 30 empregos em média.
O processo de empreender Incubação - Primeiro estágio: a maturação da idéia.
Principais motivações para iniciar o empreendimento • Busca de auto-realização; • Vontade de por em prática os conhecimentos; e • Desejo de aumentar os rendimentos. A busca de status e a riqueza não foram consideradas importantes: motivações endógenas como principais impulsionadoras da decisão.
Propensão a correr riscos Empreendedor tende a assumir riscos: Posição pessoal em relação à seguinte afirmação: “freqüentemente assumo riscos quando tomo decisões relacionadas com minha empresa”
Principais fatores que influenciam na decisão final de empreender • Identificação de demanda crescente para os produtos (maioria dos casos). • Fatores não monetários e monetários: importância semelhante na decisão de abrir a empresa (45% e 55%, respectivamente). • Empresas do grupo mais dinâmico (target): maior importância aos fatores não econômicos.
Principais fatores que influenciam na decisão final de empreender • Realização de estudos prévios à abertura da empresa: • Projeções de vendas e custos (80%); • Cálculo da renda esperada (53%); • Plano de negócios detalhado (50%); • Comparação resultados esperados versus projetos alternativos (32%); • Comparação renda esperada versus ganhos como empregado (35%).
Principais fatores que influenciam na decisão final de empreender • Fatores econômicos menos favoráveis: • Impostos (60,9%); • Custos de abertura (45,6%); • Disponibilidade de financiamento (36,7%); e • Risco de falência (33,1%).
Principais fatores que influenciam na decisão final de empreender • Fatores econômicos positivos: • Expectativa de melhora da renda (86,4%); • Tamanho e crescimento do mercado (76,3%); e • Crescimento esperado da economia nacional (64,5%).
Educação • Educação: elevada em comparação a média da população com destaque para as empresas com base no conhecimento
Local de aquisição das competências empresarias O trabalho anterior é o local onde o empreendedor adquire as competências empresariais. Universidade tem papel importante na aquisição de conhecimento técnico
Bases de aquisição de tecnologia para iniciar a empresa • Experiência profissional e educação pós-universitária são fundamentais para aquisição de tecnologia para iniciar a empresa
Papel da Educação e da Experiência na Aquisição de Competências Empresariais • Capacidades empreendedoras são o resultado: • da articulação de experiência anterior no trabalho (conhecimentos e relações); • de estudos superiores; e • de um contexto familiar e social favorável.
Papel da Educação e da Experiência na Aquisição de Competências Empresariais: as redes • Trabalho, estudos superiores (especialmente de pós-graduação), colegas, família e amigos são a base a partir da qual se formam as redes de relacionamento, que são fundamentais para o desenvolvimento do negócio. • Estas redes podem ser de origem pessoal (família, amigos, colegas) ou decorrentes da atuação profissional anterior do empresário (fornecedores, clientes). • Finalmente existem as redes institucionais (universidades, SEBRAE, Associação Comercial, organismos de apóio, com papel menos importante que aquele das outras duas redes)
Papel da Educação e da Experiência na Aquisição de Competências Empresariais • Empreendedores de empresas do grupo objetivo: • Maior experiência anterior; • Rede maior de relações profissionais; • Nível superior de instrução; e • Estudos mais aprofundados na análise da viabilidade do empreendimento. Como resultado, essas empresas têm maior capacidade de crescimento comparativamente às do grupo de controle.
Fontes de informação relevantes para identificar a oportunidade que originou a idéia de negócio
Principais caractéristicas das pessoas que contribuiram com informações para identificar a oportunidade de negócio
A identificação da oportunidade • Verifica-se a importância do trabalho anterior e o das redes profissionais para identificar a oportunidade de negócio. • A identificação da oportunidade necessita de uma acumulação anterior de competências e relacionamentos, processos que visem estimular o surgimento de novas empresas, que não considerem este fator estão fadados ao fracasso. Por outro lado, a interação deve ser com interlocutores qualificados, que tenham experiência e visão profissional: executivos ou pessoas empregadas, que contribuam com o levantamento de aspectos de aspectos críticos para qualificar a oportunidade.
Papel das redes no referente ao fornecimento de informações para iniciar a empresa • Nas empresas convencionais o papel mais importante é cumprido pelos amigos e fornecedores da região, ficando em terceiro lugar os conhecidos. • Nas empresas com base no conhecimento a ordem de importância é: amigos, conhecidos e consumidores da região. • Isto parece mostrar que as primeiras tendem a ser mais orientadas aos aspectos relativos à produção e as segundas às necessidades dos clientes. • Outro aspecto no qual é possível observar sensíveis diferenças entre as duas categorias é no papel dos diversos componentes da rede institucional, bem mais ativos no caso das empresas com base no conhecimento: professores, universidades e instituições (SOFTEX) parecem apoiar melhor esta classe de empreendimento. A associação comercial é mais útil para as empresas tradicionais.
Papel das redes no referente ao fornecimento da tecnologia-chave para iniciar a empresa • Nas empresas com base no conhecimento amigos, conhecidos e professores foram os componentes mais importantes. • Nas empresas tradicionais, os fornecedores, amigos e conhecidos tiveram o papel mais importante. • Fica claro, nesse caso a dinâmica diferente existente entre as duas categorias de empresas. As empresas tradicionais dependem de fornecedores para o acesso à tecnologia, as empresas com base no conhecimento têm maior espaço de criação ou pesquisa para obter a tecnologia. • Os componentes institucionais, especialmente professores e universidades mostraram-se novamente bem mais importantes no caso das empresas com base no conhecimento.
O processo de empreender Segundo estágio: dando início à empresa.
Fontes de Informação • Experiência profissional. • Educação formal. • Redes de relacionamento (relacionamentos profissionais mais relevantes que os pessoais). • Clientes (mais importante para empresas intensivas em conhecimento).
Bases Competitivas do Período Inicial de Funcionamento • Quanto aos clientes: • Predominantemente, vendas para outras empresas, tanto PMEs quanto GEs. • Quanto aos produtos: • Em sua maioria já estavam disponíveis no mercado (interno ou externo); • Busca de competitividade pela diferenciação (adaptação do produto ao mercado local) e por preços menores.
Estratégia de produto no lançamento • Empresas com base no conhecimento são mais inovadoras
Bases Competitivas do Período Inicial de Funcionamento • O papel das GEs para o surgimento e desenvolvimento das PMEs é mais importante no Brasil relativamente à América Latina: • Maiores oportunidades de negócios com GEs; • Maior peso relativo da terceirização como oportunidade de negócios.
Recursos Utilizados no Período Inicial de Funcionamento • Rede de relacionamentos profissionais e pessoais (compostas em geral de 1 a 8 pessoas). • Poupanças pessoais. • Utilização de máquinas de 2a. mão. • Créditos de fornecedores. • Adiantamentos de clientes.
O processo de empreender Consolidação - Terceiro estágio: os três primeiros anos.
Restrições à Consolidação da Empresa • Financiamento e administração do fluxo de caixa. • Conquista de clientes. • Acesso a mão-de-obra qualificada. • Obtenção de informações sobre o mercado. • Administração operacional do negócio. Principal mecanismo para atenuar essas restrições: redes de relacionamento.
Fatores Favoráveis à Consolidação da Empresa • Natureza da concorrência: • grau de intensidade; • porte dos concorrentes. • Estratégia competitiva: • Grupo de controle: estratégias mais defensivas; • Grupo objetivo: estratégias mais agressivas.
Fontes de Financiamento no início e nos 3 primeiros anos de vida
Fontes de Financiamento • Recursos próprios. • Fornecedores e clientes (prazos de compra e venda e adiantamentos). • Rede de relacionamentos pessoais. • Atraso no pagamento de impostos. • Crédito pessoal. Crédito bancário é pouco importante. O empreendedor ajusta o tamanho da empresa ao financiamento disponível ou compra máquinas e equipamentos usados ou de menor desempenho
Ações Estruturantes • Visando aumento da capacidade inovativa das empresas na cidade de menor porte: • Ações de apoio para aumentar a especialização e a cooperação inter-firmas, como meio para a produção intensiva em conhecimento. Evolução de segmentos de mercados preço-sensíveis para mercados sensíveis a design e qualidade.
Ações Estruturantes • Visando aumento da capacidade inovativa das empresas na cidade de menor porte: • Conscientização dos empresários quanto à racionalidade econômica das ações cooperativas; • Criação de centros de apoio e serviços de informação (novas tecnologias, mercados e quadro regulatório); • Cursos de treinamento; • Infra-estrutura de pesquisa e tecnologia (interação instituições-empresas).
Ações Estruturantes • Visando aumento do nível geral de educação: • Programas sistemáticos e continuados para a educação formal. Base sólida para a capacidade do aprender a gerenciar; deveria preceder as ações de capacitação tecnológica e gerencial.