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SAÚDE DO TRABALHADOR. DOENÇAS OCUPACIONAIS. Prof. Quésia Alencar.
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SAÚDE DO TRABALHADOR DOENÇAS OCUPACIONAIS Prof. Quésia Alencar
A Saúde do Trabalhador constitui uma área da Saúde Pública que tem como objeto de estudo e intervenção nas relações entre o trabalho e a saúde. Tem como objetivos a promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e a organização e prestação da assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada.
Bases Legais • A execução das ações voltadas para a saúde do trabalhador é atribuição do SUS, prescritas na Constituição Federal de 1988 e regulamentadas pela LOS. • Segundo o parágrafo 3.º do artigo 6.º da LOS, a saúde do trabalhador é definida como “um conjunto de atividades que se destina, por meio das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde do trabalhador, assim como visa à recuperação e à reabilitação dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho”. Esse conjunto de atividades está detalhado nos incisos de I a VIII do referido parágrafo, abrangendo: • a assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; • a participação em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
• a participação na normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; • a avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; • a informação ao trabalhador, à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidente de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; • a participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; • a revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho; • a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, do setor, do serviço ou de todo o ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde do trabalhador.
Portaria/MS n.º3.120/1998 - procedimentos básicos para a vigilância em saúde do trabalhador; • Portaria/MS n.º 3.908/1998 - prestação de serviços nessa área. A operacionalização das atividades deve ocorrer nos planos nacional, estadual e municipal, aos quais são atribuídos diferentes responsabilidades e papéis.
Doença Ocupacional No século XVI, já se descreviam as primeiras relações entre trabalho e doença, mas apenas em 1700, foi que se chamou atenção para as doenças profissionais, quando o italiano Bernardino Ramazzi publicou o livro De Morbis Artificum Diatriba ("As Doenças dos Trabalhadores"). Nesta obra, ele descreve, com extraordinária precisão para a época uma serie de doenças relacionadas com mais de 50 profissões diferentes. Diante. disso, Ramazzi foi cognominado o "Pai Medicina do Trabalho", e, as perguntas clássicas que o médico faz ao paciente na anammese clinica foi acrescentada mais uma: "Qual a sua ocupação?". O advento da Revolução Industrial ocasionou o surgimento das fabricas, as quais passaram a empregar grande parte população, multiplicando as ocupações e trazendo, como conseqüência, uma serie de problemas de saúde.. Com isso, surge também a necessidade de o medico entrar nas fabricas e dedicar atenção ao trabalhador e as condições de trabalho. Na Inglaterra, berço da Revoluta Industrial, já em 1830 apareciam os primeiros médicos de fabrica.
relação causal ou do nexo entre um determinado evento de saúde – dano ou doença – individual ou coletivo, potencial ou instalado X uma dada condição de trabalho. Doença Ocupacional ou do Trabalho • agentes físicos • agentes químicos • agentes biológicos
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS (TB, FA,HIV,Malária, etc) • NEOPLASIAS (TUMORES) • DOENÇAS DO SANGUE E DOS ÓRGÃOS HEMATOPOÉTICOS • DOENÇAS ENDÓCRINAS, NUTRICIONAIS E METABÓLICAS • TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO • DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO • DOENÇAS DO OLHO E ANEXOS • DOENÇAS DO OUVIDO • DOENÇAS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO • DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO • DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO • DOENÇAS DA PELE E DO TECIDO SUBCUTÂNEO • DOENÇAS DO SISTEMA OSTEOMUSCULAR E DO TECIDO CONJUNTIVO • DOENÇAS DO SISTEMA GÊNITO-URINÁRIO
Fatores de Risco para LER/DORT Segundo a norma do INSS, os seguintes fatores de risco são considerados importantes na caracterização da exposição: • região anatômica exposta aos fatores de risco; • intensidade dos fatores de risco; • organização temporal da atividade, por exemplo, duração do ciclo de trabalho, distribuição das pausas ou estrutura de horários; • tempo de exposição aos fatores de risco.
Os grupos de fatores de risco são listados como: O GRAU DE ADEQUAÇÃO DO POSTO DE TRABALHO À ZONA DE ATENÇÃO E À VISÃO: a dimensão do posto de trabalho pode forçar os indivíduos a adotarem posturas ou métodos de trabalho que causam ou agravam as lesões osteomusculares; O FRIO, AS VIBRAÇÕES E AS PRESSÕES LOCAIS SOBRE OS TECIDOS: a pressão mecânica localizada é provocada pelo contato físico de cantos retos ou pontiagudos de um objeto ou ferramenta com tecidos moles do corpo e trajetos nervosos; AS POSTURAS INADEQUADAS, COM TRÊS MECANISMOS QUE PODEM CAUSAR OS DISTÚRBIOS: os limites da amplitude articular, a força da gravidade oferecendo uma carga suplementar sobre articulações e músculos, as lesões mecânicas sobre os diferentes tecidos; A CARGA OSTEOMUSCULAR ENTENDIDA COMO A CARGA MECÂNICA DECORRENTE DE: uma tensão (por exemplo, a tensão do bíceps) uma pressão (por exemplo, a pressão sobre o canal do carpo), uma fricção (por exemplo, a fricção de um tendão sobre a sua bainha), uma irritação (por exemplo, a irritação de um nervo). Entre os fatores que influenciam a carga osteomuscular, descrevem-se: a força, a receptividade, a duração da carga, o tipo de preensão, a postura do punho e o método de trabalho;
A CARGA ESTÁTICA PRESENTE QUANDO UM MEMBRO É MANTIDO NUMA POSIÇÃO QUE VAI CONTRA A GRAVIDADE: nesses casos, a atividade muscular não pode se reverter a zero (esforço estático). Três aspectos servem para caracterizara presença de posturas estáticas: a fixação postural observada, as tensões ligadas ao trabalho, sua organização e conteúdo; A INVARIABILIDADE DA TAREFA: monotonia fisiológica e/ou psicológica; AS EXIGÊNCIAS COGNITIVAS: causando um aumento de tensão muscular ou uma reação mais generalizada de estresse; OS FATORES ORGANIZACIONAIS E PSICOSSOCIAIS LIGADOS AO TRABALHO: os fatores psicossociais são as percepções subjetivas que o trabalhador tem dos fatores de organização do trabalho.
ERGONOMIA É o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente com a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas que possam vir a surgir desse relacionamento. (ErgonomicsResearchSociety, Inglaterra)
É o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para conceber instrumentos, máquinas e dispositivos técnicos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia. (Wisner, 1987) • É distribuido na prática da Ergonomia duas fases: uma primeira, chamada de ANÁLISE ERGONÔMICA e, a segunda, denominada de INTERVENÇÃO ERGONÔMICA.
ANÁLISE ERGONÔMICA A Ergonomia da Produçãoestá vocacionada para a procura das condições de trabalho adequadas, em termos organizacionais, de posto e ambiente de trabalho, adaptados às características e capacidades dos trabalhadores.
INTERVENÇÃO ERGONÔMICA A Ergonomia de Correçãoda resposta às inadaptações, que se traduzem por problemas na segurança e no conforto dos trabalhadores, ou na qualidade e quantidade da produção . intervenção ergonômica desenvolve-se nos mais variados contextos, tais como: industrias, hospitais, escolas, transportes, construção e obras públicas,etc.
Objetivo principais: Adaptação da máquina ao homem. Melhoria de condições de trabalho. (TAREFA E ATIVIDADE) Diagnosticar os fatores críticos do trabalho. Determinar as causas dos problemas observados. Elaborar plano de treinamento.
Exemplos Quem trabalha com computador: Altura da cadeira; Visão horizontal p/ o monitor; Pés apoiados no chão; Cotovelos e mãos apoiadas;
Exemplos Quem trabalha carregando objetos: Cuidado ao agachar Cuidado com a distância do objeto a ser carregado
Quais os possíveis efeitos da Má Postura? Dor nas costas. Dor no pescoço Dor nas mãos. Dor nos ombros, braço e antebraço. LER ,DORT, HÉRNIA DISCAL dentre outras.
Conclusão O objetivo da ergonomia é, por excelência, a aplicação dos princípios ergonômicos a fim de otimizar a compatibilidade entre o homem, a máquina e o ambiente físico de trabalho, através do equilíbrio entre as exigências das tarefas e das máquinas e as características anatômicas, fisiológicas, cognitivas e percepto-motoras assim como a capacidade de processamento da informação humana