1ª e 2ª Sessões

1. 1ª e 2ª Sessões MMB / Março de Abril de 2012

2. ATIVIDADES DA SESSÃO • Expectativas da Turma • Apresentação da Disciplina • Representante de Turma (para fins da disciplina) • Atividade: Leitura do Artigo • “Governança Corporativa: o que Faltou ao Conselho de Jedi´s”

3. ATIVIDADES DA SESSÃO • Leitura • Artigo “Governança corporativa: ética de Maquiavel ou ética de princípios?” • AulaExpositiva • - Ética • - Governança • - Sustentabilidade • - Conexão entre os conceitos

4. O QUE É ÉTICA?

5. O QUE É ÉTICA? • ÉTICA E FELICIDADE • ÉTICA pode ser definida como sendo um conjunto de preceitos sobre o que é moralmente certo e errado. Mas, mais do que isso, ÉTICA é a reflexão sobre a validade de uma linha de conduta • Ética define regras do jogo • Tais regras não se impõem “de fora para dentro”, mas emergem “do(s) indivíduo(s)” • Índivíduos têm a possibilidade de fazer escolhas, ora individuais, ora coletivas • Escolhas éticas são afetadas pela cultura, mas permanecem sendo escolhas • O objetivo da ÉTICA é a FELICIDADE, que pode ser definida, por sua vez, como um estado de bem estar (“sentir-se bem”), na qual o ser humano se sente íntegro e em harmonia com os seus valores e ações, as quais implicam interação com outras pessoas • Queremos ser felizes • O outro também tem o direito de ser feliz • Ser ético implica atenção, cuidado com o outro • Ter cuidado com o outro é ter cuidado consigo mesmo (MUNDIM, ROBERTO PATRUS, 1999, adaptada)

6. É POSSÍVEL DESCUIDAR DAS PESSOAS E ALCANÇAR O BEM ESTAR? • EXEMPLO: O CIDADÃO KANE (Filme de Orson Welles) • Kane é um multimilionário com poucos escrúpulos. Reuniu em seu palácio grande coleção de diversos objetos caros e especiais (possivelmente, única) • Ao longo de sua vida, ele usou muitas pessoas para alcançar sua fortuna, tratando-as como meros instrumentos de sua ambição • Kane morre murmurando a palavra “Rosebud”. Um jornalista tenta entender o significado da palavra, mas não consegue • “Rosebud” é o nome escrito em um trenó com o qual Kane brincava quando criança, quando ainda existia afeto em sua vida • Kane sacrificou sua vida por coisas que para nada serviam. Valeu a pena?

7. ÉTICA DE PRINCÍPIOS OU ÉTICA DE RESULTADOS? • Pontos de Atenção • A sociedade exige que as organizações tenham bons princípios (implícita ou explicitamente) • Os mercados financeiros e de capitais exigem uma Ética de Princípios. Códigos de Ética emergem em várias grandes organizações, especialmente naquelas mais observadas pela sociedade (empresas com ações em Bolsa) • A realidade prática pode colocar a Ética de Princípios à prova (fazer o que é certo “segundo os princípios estabelecidos” x fazer “o que é certo”) • Maquiável, considerando por muitos como “Pai da Ciência Política” não preconizou fazer “o mal”, mas fazer “o que é certo” (contexto de sua obra: Europa com monarquias absolutistas / diversos principados) • A Ética de Resultados pode agregar riscos • O que fazer?

8. PESSOAS QUE DESEJAM SER FELIZES TRAFEGAM ENTRE ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA (COORDENAÇÃO DE ATIVIDADES ECONÔMICAS) DO CAPITALISMO PESSOAS TÊM NECESSIDADES E QUEREM SER FELIZES (ÉTICA DÁ SENTIDO ÀS AÇÕES E AJUDA A EVITAR RETALIAÇÕES) ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA DO CAPITALISMO BUSCAM REDUZIR CUSTOS DE TRANSAÇÃO GOVERNO EMPRESAS ASSOCIAÇÕES COMUNIDADES MERCADOS REDES COASE (1937), WILLIAMSON (1985, 1996), NORTH (1990), HOLLINGSWORTH E BOYER (1997). COASE, CRIADOR DO CONCEITO DE CUSTOS DE TRANSAÇÃO, GANHOU O PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA EM 1991. NORTH, CRIADOR DO CONCEITO DE INSTITUIÇÕES OU REGRAS DO JOGO, GANHOU O PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA EM 1993. NÃO EXISTEM JOGADORES PERFEITOS, TODOS TÊM VIRTUDES E FALHAS.

9. AS ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA DA ECONOMIA FOCALIZAM NECESSIDADES APARENTES DAS PESSOAS, MAS NÃO SUA FELICIDADE AS ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA E AS REGRAS DO JOGO BUSCAM REDUZIR CUSTOS DE TRANSAÇÃO EMPRESAS ESTADO ASSOCIAÇÕES COMUNIDADES MERCADOS REDES • Em um contexto capitalista, as atividades econômicas se distribuem entre várias “estruturas de governança” (aqui designadas como jogadores ou players). Tais “estruturas” ou “mecanismos de governança” coordenam atividades econômicas sob regras (“regras do jogo” formais e informais): • Estados criam regras do jogo formais e asseguram sua validade (conceitualmente) • Empresas entregam produtos e serviços e buscam retornos financeiros • Associações representam interesses de classes profissionais • Mercados são ambientes de troca entre pessoas (por vezes, virtuais) • Comunidades são grupos de pessoas com interesses comuns (por vezes virtuais) • As estruturas citadas frequentemente ganham “personalização” (exemplos: “A Empresa X é responsável” ou “O Mercado reagiu nervosamente às medidas governamentais”) (Setas = regras do jogo, não exaustivas)

10. PRINCIPAIS IMPERFEIÇÕES DAS EMPRESAS E DEMAIS ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA • ESTADO - necessita de controles externos para coibir abusos; interesses específicos podem sobrepujar interesses públicos. Pode prover bens públicos, mas em quantidades inadequadas. Pode, ainda, falhar na indução da mudança tecnológica, ser altamente burocrático, disponibilizar produtos de alto custo e admitir desigualdade de poder e privilégios • EMPRESAS (firmas) – permitem comportamentos oportunistas. Os custos de governança podem exceder os benefícios da divisão interna de trabalho. São lentas para reagir a mudanças ambientais, deficientes em cooperação e propiciam a multiplicidade de pessoas controladoras, gerando frustração e desigualdade internamente • MERCADOS – permitem fraudes e competição imperfeita. Não conseguem prover produtos como educação, pesquisa, inovação, transporte, infra-estrutura e outros; não monitoram adequadamente a mudança tecnológica e a inovação; tampouco propiciam relações sociais básicas, além de favorecerem a desigualdade de riqueza • ASSOCIAÇÕES - geralmente, necessitam do Estado. Podem propiciar o surgimento de cartéis. Não facilitam a eficiência alocativa e podem favorecer a desigualdade • REDES - exigem uma autoridade externa, podendo facilitar a cartelização e o monopólio. São fracas na provisão de mercadorias coletivas, lentas em adaptação, exceto no caso de indústrias cuja tecnologia é complexa e muda rapidamente. Fracamente desenvolvidas, tendem a ampliar a desigualdade social • COMUNIDADES - exigem confiança e lealdade, freqüentemente vinda de fora (família, religião, etnia). Podem internalizar alguns tipos de produtos públicos, como qualidade e treinamento, mas não todos; ademais, alguns produtos não podem ser distribuídos a custos reduzidos. Os membros tem capacidade limitada para a inovação

11. O QUE É GOVERNANÇA CORPORATIVA?

12. O QUE É GOVERNANÇA CORPORATIVA? (VÁRIAS DEFINIÇÕES FORMAIS E INFORMAIS) • Governança corporativa é um constructo, categoria que somente pode ser compreendida a partir do estudo de várias teorias. Adicionalmente, pode ser estudada segundo a lente de vários campos de conhecimento: economia, administração, comunicação, direito e outros • Não existe um conceito de consenso nas empresas, nos mercados financeiros e de capitais ou nos centros de estudo acadêmico sobre o que seja governança corporativa • São exemplos de definições: • Governança corporativa é o conjunto de práticas que têm por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como: investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital. A análise das práticas de governança corporativa aplicada ao mercado de capitais envolve, principalmente: transparência, eqüidade de tratamento dos acionistas e prestação de contas (Comissão de Valores Mobiliários – CVM) • Governança corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/ Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade. (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC)

13. GOVERNANÇA CORPORATIVA: GOVERNANÇA (COORDENAÇÃO) NO NÍVEL DA CÚPULA DA ORGANIZAÇÃO GOVERNANÇA CORPORATIVA EMPRESAS ESTADO ASSOCIAÇÕES COMUNIDADES MERCADOS REDES • GOVERNANÇA CORPORATIVA relaciona-se a empresas e à sua administração em nível de cúpula, onde residem os dirigentes organizacionais • No ambiente de governança são tomadas as grandes decisões empresariais • As políticas e práticas de governança terão desdobramentos por toda a organização • Os princípios gerais de uma boa governança corporativa se aplicam a outras organizações da economia, além das empresas: • Transparência (cultivar o “desejo de informar”) • Equidade (tratar públicos de forma equivalente) • Prestação de contas (explicar e assumir a responsabilidade pelo que foi feito) • Responsabilidade corporativa (desenvolvimento de relacionamentos com stakeholders e da estratégia)

14. MÁ GOVERNANÇA PODE CAUSAR GRANDES PROBLEMAS (I) • O Conselho de Jedi´s delega ao jovem Anakin Skywalker a missão de vigiar o futuro líder do Império • Anakin não se encontra preparado para a missão, sendo cooptado pelo futuro Imperador e se tornando Lord Darth Vader (figura) • Conseqüências: • Criação da grande Nave Estrela da Morte e de um exército que passa a dominar toda a Galáxia • Milhões de mortos • Surgimento da Resistência (Luke Skywalker e amigos) GuerranasEstrelas

15. MÁ GOVERNANÇA PODE CAUSAR GRANDES PROBLEMAS (II) Bethany Mclean sobre a Enron • Bethany McLean, editora sênior e repórter especializada em negócios da revista Fortune, publicou, em 2001, um artigo denominado A Enron está sobrevalorizada? (Is Enron overpriced?), reconhecido como sendo a primeira vez em que uma publicação de alcance nacional questionou a saúde financeira da corporação • Antes de se tornar profissional de mídia, atuou como analista de investimentos em Wall Street para a Goldman Sachs, tendo formação acadêmica em inglês e matemática • Em conjunto com o colega Peter Elkind, da Fortune, Bethany escreveu o livro The smartest guys in the room, que se tornou documentário PONTO DE ATENÇÃO: MCLEAN É PROFISSIONAL DE COMUNICAÇÃO

16. MÁ GOVERNANÇA PODE CAUSAR GRANDES PROBLEMAS (III) A Crise Financeira Global • Instituições financeiras administram de forma equivocada seus riscos de crédito, contribuindo para que milhões de pessoas contraiam empréstimos impagáveis. Dirigentes, mesmo tendo conduzido operações de forma de forma inadequada, recebem gratificações de grande valor • Empresas produtoras de bens e serviços administram de forma equivocada seus riscos cambiais, contratando produtos derivativos com base em “apostas” erradas de evolução do preço da moeda estrangeira • Agências de rating não identificam o problema, o que resulta em grandes perdas para muitos investidores, incluindo fundos de pensão de milhões de pessoas físicas • Governos necessitam intervir no jogo capitalista, visando evitar brutal recessão PONTO DE ATENÇÃO: A CRISE FINANCEIRA É UMA CRISE DE GOVERNANÇA

17. O QUE É SUSTENTABILIDADE?

18. AS PESSOAS E AS ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA DO CAPITALISMO IMPACTAM O MEIO AMBIENTE PESSOAS TÊM NECESSIDADES E QUEREM SER FELIZES AS ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA BUSCAM REDUZIR CUSTOS DE TRANSAÇÃO GOVERNO EMPRESAS ASSOCIAÇÕES COMUNIDADES MERCADOS REDES O MEIO AMBIENTE TEM RECURSOS QUE PODEM SE ESGOTAR

19. POR QUE O TEMA SUSTENTABILIDADE TEM CRESCIDO EM IMPORTÂNCIA? • A expansão da capacidade produtiva tem levado, gradativamente, a uma degradação ambiental sem precedentes e à necessidade de mudar • Saúde e qualidade de vida têm sido, freqüentemente, afetados • O meio ambiente não é um “supermercado gratuito com reposição infinita de estoque” • Existe a necessidade de repensar o modelo de desenvolvimento baseado no crescimento e nos retornos financeiros (lógica exclusivamente econômica) • Um novo modelo, baseado no conceito de desenvolvimento sustentável, se torna necessário • A preocupação com impactos de investimentos sobre o meio ambiente e sobre comunidades passa a fazer parte da agenda das instituições financeiras e das empresas (BERNARDINI SEIFFERT, 2007)

20. EMERGÊNCIA DO CONCEITO O RELATÓRIO BRUNDTLAND (ONU, 1987) • Pontos para discussão • O Relatório Brundtland define a expressão desenvolvimento sustentável como • o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades • A definição explicita uma visão desenvolvimentista que, ao mesmo tempo, reconhece que existe limite para o uso de recursos naturais, que necessitam ser preservados • No nível empresarial, a sustentabilidade também pode ser definida como perenidade / longevidade com respeito aos stakeholders ou públicos relevantes (proprietários, empregados, clientes, fornecedores, financiadores, sociedade e gerações futuras)

21. Sustentabilidade (Perenidade, Longevidade) Econômica Social Ambiental Planejamento Estratégico e sua Execução A SUSTENTABILIDADE NECESSITA ESTAR CONTEMPLADA NO PLANO ESTRATÉGICO Organização no Futuro (Visão) ESTRATÉGIA (CAMINHO DE SUCESSO) • QUAL É O PLANO? • Quais são os nossos objetivos e iniciativas (ações estratégicas)? • COMO VAMOS • IMPLEMENTÁ-LO? Organização no Presente

22. AS TRÊS FACES DA SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL Sustentabilidade (Perenidade. Longevidade) Econômica Social Ambiental Planejamento Estratégico e sua Execução

23. Sustentabilidade (Perenidade, Longevidade) Econômica Social Ambiental Planejamento Estratégico e sua Execução AS TRÊS FACES DA SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL: ESTRATÉGIAS PODEM SER DE REATIVAS A PROATIVAS • Pergunta: • Como pretendemos lidar, especificamente, com as pressões econômicas, sociais e ambientais em conjunto? Atuação Reativa Atuação Proativa

24. PESSOAS, ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA E MEIO AMBIENTE: CUIDANDO DAS GERAÇÕES PRESENTES E FUTURAS REGRAS DO JOGO PESSOAS, ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA E MEIO AMBIENTE GOVERNO EMPRESAS ASSOCIAÇÕES COMUNIDADES MERCADOS OUTROS • ÉTICA define regras do jogo. Seu objetivo é a felicidade, um estado de bem estar no qual o ser humano se sente íntegro e em harmonia com seus valores e ações • As estruturas de governança (incluindo as empresas) coordenam atividades econômicas e buscam reduzir custos de transação. Contribuem para satisfazer necessidades das pessoas, mas não são focadas na felicidade • As pessoas e, por seu intermédio, as estruturas de governança têm tratado o meio ambiente como se o mesmo fosse um “supermercado gratuito com reposição infinita de estoque” • As mudanças nas estruturas de governança estão nas mãos das pessoas. O desafio é implantar regras do jogo comprometidas com as gerações presentes e futuras, assim como assegurar seu cumprimento (como fazer isso acontecer?)