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Abordagem da Tosse Crônica. David Vogel Koza. Tosse Crônica. A tosse é o sintoma mais comum que leva ao atendimento médico. A tosse crônica é responsável por 10 a 38% dos atendimentos dos pneumologistas. Aproximadamente 3 milhões de consultas por ano no Brasil.
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Abordagem da Tosse Crônica David VogelKoza
Tosse Crônica • A tosse é o sintoma mais comum que leva ao atendimento médico. • A tosse crônica é responsável por 10 a 38% dos atendimentos dos pneumologistas. • Aproximadamente 3 milhões de consultas por ano no Brasil. • Custo estimado de 3 bilhões de dólares ao ano nos EUA (automedicação, antibióticos, consultas, faltas escolares e ao trabalho e absenteísmo de familiares). Pratter MR. Chest 2006; 129: 59s-62s
Classificação da Tosse Crônica • AGUDA: até 3 semanas Resfriado, rinossinusite, DPOC exacerbada e pneumonia. • SUBAGUDA: 3 a 8 semanas Sinusite bacteriana, asma, pós-infecção, pertussis. • CRÔNICA: mais de 8 semanas Fiss E et al. J Bras Pneumol 2006.
Causas de Tosse Crônica Morice AH et al. Eur Respir J 2007; 29:1256-1276
TOSSE CRÔNICA RADIOGRAFIA DE TÓRAX NORMAL TOSSE VARIANTE DE ASMA DRGE SÍNDROME DA TOSSE DE VAS
Bronquite Eosinofílica Não-Asmática • Tosse • Infiltração eosinofílica da árvore brônquica • Escarro: mais de 3% de eosinófilos • Espirometria normal • Ausência de hiperresponsividade brônquica • Melhora com corticoide Pratter MR. Chest 2006; 129: 59s-62s
Gotejamento Pós-Nasal • 1ª Causa mais comum de tosse crônica • Sintomas: • Rinorreia posterior, congestão nasal, rouquidão • História/ Exame Físico: • Rinoscopia, laringoscopia • Patogenia: • Estimulação mecânica • Causas: • Nasofaringite • Sinusites (viral, bacteriana); • Rinite: alérgica, vasomotora, crônica e medicamentosa. Irwin et al. Chest, 2008
Tosse CrônicaSind. Tosse de VAS/ Rinossinusite Crônica • Métodos Complementares: • Radiografia simples • Tomografia computadorizada • Rinoscopia • Endoscopia Nasal
Tosse CrônicaTosse Variante de Asma • Única manifestação em 57% dos asmáticos. • O padrão ouro é a melhora com β2 agonista. • Teste de broncoprovocação positivo. • Contagem de eosinófilos no escarro induzido. • Dosagem do ácido nítrico exalado. • 25 a 45% evoluem para asma. Chung KF, Lancet 2008; 371: 1364-1374.
Diagnóstico da DRGE • Endoscopia digestiva • Estudo radiológico contrastado do esôfago • Cintilografia esofágica • Manometria esofágica • pHmetria de 24 horas • Impedânciometria • Teste terapêutico
pHmetria Esofágica • Em 69% dos pacientes com tosse crônica avaliados com inpedanciometria e pHmetria os sintomas ocorreram independente do refluxo. • Em pacientes com pHmetria alterada, tratamento com omeprazol 40mg/BID durante oito semanas resultou em um índice de resposta de 40.8%. • Pacientes com tosse e DRGE que não receberam tratamento, 59.5% tiveram resolução da tosse no segmento de 30 meses. • O refluxo não ácido ou fracamente ácido está mais associado com sintomas atípicos (35% dos casos). Patterson RN et al. Eur Respir J 2004; 24:724-727.
Escore Refluxo Laríngeo • Edema Subglótico: Presente 2; Ausente 0 • Obliteração Ventricular: Parcial 2; Completa 4 • Eritema/ Hiperemia: Aritenoide 2; Difusa 4 • Edema Prega Vocal: Leve 1; Moderada 2; Grave 3 • Edema Laríngeo Difuso: Leve 1; Moderado 2; Grave 3; Pólipo 4 • Hipertrofia Comissura Posterior: Leve 1; Moderado 2; Grave 3; Obstruída 4 • Granuloma/ Granulação : Presente 2; Ausente 0 • Secreção na laringe: Presente 2; Ausente 0 POSITIVO > 7 Belfasky J GastrointestSurg 2002
Abordagem Diagnóstica e Terapêutica na DRGE Gurski RR. J BrasPneumol. 2006; 32 (2): 150-60.
Tratamento Clínico e Cirúrgico da DRGE Estudo Lotus(estudo randomizado, aberto, multicêntrico e de grupos paralelos que envolveu 626 pacientes com DRGE crônica acompanhados durante 5 anos): • A cirurgia laparoscópica antirrefluxo (CLAR) e o inibidor da bomba de prótons (IBP) esomeprazol foram igualmente eficazes no controle da DRGE crônica. • Ambos os tratamentos foram seguros e bem tolerados. • Os resultados foram obtidos em centros com grande volume de cirurgias e cirurgiões bem treinados. • Foram observadas altas taxas de remissão em ambos os grupos (92% para ezomeprazol contra 85% para CLAR) Goodman A. DigestiveDisease Week 2010: Abstract 284. Presented May 3, 2010
Algoritmo de investigação da tosse crônica Tosse Crônica História Exame Físico Suspender medicação Suspender Tabagismo Uso de IECA Tabagismo Reavaliar em 3 meses Raio X de tórax Espirometria com broncodilatador Resposta parcial ou sem resposta Resolução da tosse Resolução da Tosse Resposta parcial ou sem resposta Alterados Normais Investigar a causa Morice AH et al. Eur Respir J 2007; 29:1256-1276.
Tosse Crônica Inexplicável(Tosse Crônica Idiopática) Síndrome de hipersensibilidade da tosse? • Sexo feminino • Meia idade • Altos níveis de ansiedade • Sintomas de depressão • Prevalência de até 42% dos casos de tosse crônica Surinder S. Birring et al. American J of Respiratory and C C Medicine 2011; 183: 708-715.
Surinder S. Birring et al. American J of Respiratory and C C Medicine 2011; 183: 708-715.
Interrelações Importantes TOSSE Pavord I., Chung K. Lancet 2008; 371: 1375 - 84
Tratamento Empírico da Tosse Crônica Morice AH et al. Eur Respir J 2007; 29:1256-1276.
Tratamento de Prova na Tosse Crônica Morice AH et al. Eur Respir J 2007; 29:1256-1276.
Ausência de resolução da tosse após o tratamento • pHmetria de 24 horas • Manometria esofágica • EDA • TC de seios da face • TCAR • Broncoscopia • Ecocardiograma • Considerar causas menos comuns de tosse Morice AH et al. Eur Respir J 2007; 29:1256-1276.
Tosse Psicogênica? • Até 23% dos pacientes de um centro de referência. • Menos frequente em adultos. • Tosse ruidosa sem prejuízo do sono. • Tosse de difícil resolução. • Melhora com atividades prazerosas. • Diagnóstico de exclusão Am J Respir Crit Care Med 2002; 165: 1469-74.
Conclusões • Ao contrário da DRGE e STVAS, na tosse variante da asma os testes diagnósticos têm alta sensibilidade e especificidade predizendo uma boa resposta terapêutica. • A hipersensibilidade do reflexo da tosse frequentemente tem sido diagnosticada em pacientes com tosse crônica inexplicável. • Os exames tradicionais são importantes para a detecção de complicações esofágicas, porém, para o diagnóstico das doenças respiratórias induzidas pela DRGE apresentam sensibilidade e especificidade insatisfatórias.
Conclusões • A phmetria apresenta taxa elevada de resultados falso negativos, é um exame desconfortável, invasivo e com resultados frequentemente não reproduzíveis. • O tratamento empírico (medidas anti-refluxo comportamentais e farmacológicas) pode ser o único meio de se estabelecer o diagnóstico. • A importância da impedanciometria para diagnóstico do refluxo não ácido precisa de maiores estudos e, no presente, não deve ser usada de rotina. • Apesar de alguns estudos mostrarem altos índices de sucesso outros mostram índices de menos de 58% na resolução da tosse.